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Quando a expectativa em relação aos outros nos faz sofrer

Moça encolhida numa cadeira sofrendo por causa da expectativa em relação aos outros

Ter muita expectativa em relação aos outros pode tirar nossa paz

Levante a mão quem nunca sofreu uma decepção. E quando é que nos decepcionamos? Quando temos expectativas, principalmente quando temos expectativa em relação aos outros.

Nós não podemos prescindir da convivência com outras pessoas, mas constantemente vivemos algum tipo de conflito com alguém.

Várias emoções surgem derivadas das expectativas que temos em relação às pessoas ao nosso redor, como por exemplo, mágoa, decepção, frustração, irritação.

Por que sentimos essa expectativa em relação aos outros?

A expectativa nasce quando temos o desejo e a esperança de que algo aconteça, quando esperamos por alguma coisa. Ela nos liga, assim, a outra pessoa quando ficamos no aguardo da sua ação para a realização do nosso desejo – seja ele movido por vontade ou por necessidade.

Quem é que já não ficou aborrecido porque alguém deixou de fazer alguma coisa que se esperava dele? Ou já se sentiu triste porque a outra pessoa não adivinhou o que se passava em sua cabeça? Ou ficou possesso de raiva porque o outro realmente não sabia o que você queria?

Quanto mais próximas de nosso círculo, mais expectativas temos com relação às pessoas, pois acreditamos que elas nos conhecem, nos compreendem, e até adivinhem nossos pensamentos e desejos. É uma exigência absurda, é claro, porque cada um é cada um: com seu temperamento, seus gostos, suas preferências, seu momento de vida.

Quando esperamos demais das pessoas com quem convivemos criamos essa energia muito intensa de que a outra pessoa vai nos ajudar, vai nos compreender, vai saber o que pretendemos. Mas para isso, ela deveria estar dentro da nossa cabeça e, sem dúvida, isso não acontece, por mais que duas pessoas se conheçam e se afinizem.


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Da mesma forma que nós, a outra pessoa também tem suas expectativas de ser reconhecida e atendida. Será que nós atendemos todas as suas expectativas? E ainda que a resposta seja “sim”, houve algum acordo, no sentido de que isso deveria ser mútuo? Ou só pretendemos que o outro pense e sinta igual a nós?

E como, então, fazer para aceitar o outro da forma que ele é? Além de compreensão e paciência, quanto mais nos conhecermos, quanto mais reconhecermos e aceitarmos nossas qualidades e nossos defeitos, nossa coragem e nosso medo, nossos sonhos e nossas fracassos, nossa força e nossa fraqueza, veremos que o outro também é um ser moldado em opostos e, portanto, não pode ser perfeito como gostaríamos que fosse.

É importante prestar atenção a um detalhe: se nos decepcionamos ou irritamos com alguém ou alguma coisa precisamos ter em mente que nós é que nos deixamos magoar ou decepcionar. Em outras palavras, permitimos que essa emoção tomasse conta de nós.

O outro lado teve ou deixou de ter alguma ação, mas nós é que nos incomodamos com isso. Isto significa que a escolha é nossa de como vamos nos sentir. E quanto maior a nossa expectativa em relação às pessoas, maior a possibilidade de nos decepcionarmos.

O que fazer para não se magoar com os outros?

A expectativa em relação aos outros é criada na figura desejada e esperada da outra pessoa, idealizada com base naquilo que gostaríamos que o outro fizesse.

Entretanto, quando entramos nesse jogo de esperar algo de outra pessoa, nós nos aprisionamos às nossas expectativas e, naturalmente, aprisionamos o outro no nosso mau-humor quando a coisa não dá certo – e, muitas vezes, o pobre nem sabia que tinha alguma coisa para dar certo.

Para evitar esse sofrimento, deixe sempre claro o que você espera. Aprenda a pedir, sem esperar que os outros adivinhem seus pensamentos, sentimentos e desejos.

Se você não quer se decepcionar, se aborrecer, se ofender, você pode começar com algumas coisas como:

  • cuide bem de você e da sua vida, seja feliz por você mesmo
  • dê atenção, mas não a cobre de volta
  • compartilhe bons momentos, mas não exija que o outro também o faça
  • faça o que você quer fazer, não espere que alguém o faça por você
  • não espere algo dos outros, se não quer sofrer
  • se quiser companhia, peça
  • se precisar de ajuda, peça

Outro ponto: se você quer fazer algo por alguém, faça. Mas faça desinteressadamente. Não espere nada em troca, não cobre retribuição, uma vez que a escolha é sua de fazer. Não culpe o outro por não retribuir.

Dê-lhe a liberdade de escolher, afinal, cada um é responsável pela suas escolhas, pelos seus atos. Lembre-se, também, que não cabe a você julgar, pois a vida é que se encarrega disso.

A liberdade de ser é uma via de mão dupla.

Existem vários estágios de entendimento e compreensão que fazem parte do amadurecimento do ser e não se pode, portanto, exigir de alguém mais do que ele pode dar.

Desta forma, ser capaz de expressar com qualidade o que se sente, pensa e deseja, e lidar com as pessoas como elas são, são fatores importantes para manter os relacionamentos saudáveis.

Afinal, o importante é que quando estamos no nosso melhor, estamos de bem conosco e com nossa vida, nada consegue nos perturbar e tirar a nossa paz. Não criticar, não condenar, não manipular são regras de ouro para ter paz e seguir sempre de bem com a vida.

Não podemos viver plena e integralmente sem liberdade: a liberdade de nos sentirmos bem, de ficarmos em paz. Que tal, então, sair desse sofrimento e buscar algo mais do que a decepção que sentimos nessas horas? Vamos adotar o lema: “Seja livre e deixe os outros serem livres!”. Liberte-se e liberte.

Quantas guerras já se fizeram entre povos, entre nações, em nome da liberdade? Quantas, ainda virão?

A liberdade, assim como a paz, só pode existir mundialmente, quando existir individualmente. Em todos os indivíduos. Vamos, então, fazer a nossa parte.

Noemi C. Carvalho

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