Tristeza ou depressão?
De acordo com o site do Ministério da Saúde, a depressão é uma doença psiquiátrica que pode atingir pessoas de qualquer faixa etária e qualquer sexo, afetando o emocional da pessoa
É considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “Mal do Século”. Estima-se que uma em cada cinco pessoas no mundo apresentam problemas relacionados a depressão em algum momento da vida.
Entretanto, é preciso diferenciar a tristeza da depressão. Alguns pontos podem ser observados numa primeira análise:
- tristeza tem motivo. A pessoa sabe que está triste.
- a depressão é uma tristeza profunda e muitas vezes sem conteúdo, sem motivo aparente. Mesmo se algo maravilhoso acontecer ou estiver acontecendo, a pessoa continuará triste.
- a pessoa triste pode ter sintomas no corpo, como sentir aperto no perito, taquicardia, chorar
- a pessoa deprimida tem pensamentos suicidas
- quem está triste costuma ter pensamentos repetitivos sobre a razão da tristeza
- quando deprimida, a pessoa sente, pelo menos, duas semanas de uma tristeza profunda e contínua
Os principais sintomas da depressão.
Pessoas acometidas pela depressão podem apresentar diversos sintomas acarretando instabilidade emocional, que podem aparecer isolados, alternadamente ou combinados entre si, tais como:
- tristeza profunda, sensação de infelicidade crônica
- ansiedade e angústia
- desânimo e pessimismo
- alterações de humor e irritabilidade
- prostração, desinteresse, falta de motivação e apatia
- cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas
- diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer
- sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero e desamparo
- ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa auto-estima
- sensação de inutilidade, ruína e fracasso
- interpretação distorcida e negativa da realidade
- dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento
- diminuição do desempenho sexual
- perda ou aumento do apetite e do peso
- insônia ou despertar matinal precoce
- dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos
- pensamentos que podem culminar em comportamentos e atos suicidas
Além dos problemas emocionais sentidos pela pessoa depressiva, a literatura médica e científica mundial indica que alterações fisiológicas facilitam a ocorrência de outras doenças. Com baixas no sistema de imunidade, existe uma maior suscetibilidade a problemas inflamatórios, infecciosos, problemas cardiovasculares e hipertensão.
Todos esses fatores tornam imprescindível o acompanhamento médico para a realização de tratamento adequado.
As principais causas da depressão.
Ao contrário do que normalmente se pensa, fatores psicológicos e sociais muitas vezes são consequência e não causa da depressão.
Existem evidências que mostram que o desânimo e os demais sintomas da depressão são provocados por alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação a diminuição de neurotransmissores como a serotonina – hormônio ligado à sensação de prazer e bem-estar – a noradrenalina e a dopamina, substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células.
Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética.
Existem alguns fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da depressão. Entre os principais constam:
- histórico familiar
- transtornos psiquiátricos correlatos
- estresse crônico
- ansiedade crônica
- disfunções hormonais
- excesso de peso
- sedentarismo e dieta desregrada
- vícios (cigarro, álcool e drogas ilícitas)
- uso excessivo de internet e redes sociais
- traumas físicos ou psicológicos
- pancadas na cabeça
- problemas cardíacos
- separação conjugal
- enxaqueca crônica
Existem diferentes tipos de depressão.
O diagnóstico preciso da depressão é clínico e somente pode ser dado por um médico especialista, no caso o psiquiatra.
Podem ser aplicados testes, questionários, exames laboratoriais específicos, além da observação de históricos de saúde e familiar para se chegar a uma correta avaliação e indicação de tratamento mais adequado.
Os episódios de depressão podem ser crônicos, isto é, acontecem durante um período prolongado de tempo, com recaídas, especialmente se não forem tratados.
Como prevenir a depressão.
Vária atividades podem ajudar na prevenção e controle da depressão. Dentre ela incluem-se:
- cuidar da mente e do corpo, com alimentação saudável e prática de atividades físicas regulares
- saber lidar com o estresse
- compartilhar os problemas com amigos ou familiares
- manter a mente ativa e ocupada com pensamentos positivos, com leituras, hobbies, lazer
- praticar alguma atividade integrativa e complementar, como yoga, por exemplo
A ciência já comprovou que cuidar do corpo reflete na saúde mental de forma positiva. Atividades físicas liberam hormônios e outras substâncias importantes para manutenção do humor.
Na alimentação, receitas que levam azeite de oliva, peixes, frutas, verduras e oleaginosas (nozes, castanhas, etc.) são ideais para prevenir depressão, pois esses produtos são ricos em nutrientes que protegem e conservam a rede de neurônios.
Como é o tratamento da depressão.
O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.
Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios.
A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão. A técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse.
A depressão não tem tempo para passar. Pode durar dias, semanas, meses ou anos.
Como vencer a depressão.
Os atendimentos e tratamentos para depressão pelos SUS são feitos, prioritariamente, na Atenção Básica ou nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
O acolhimento das pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo depressão e as necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, e seus familiares é uma estratégia de atenção fundamental para a identificação das necessidades assistenciais, alívio do sofrimento e planejamento de intervenções medicamentosas e terapêuticas, se e quando necessárias.
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, email, chat e voip, 24 horas todos os dias.
A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, é gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é possível acessar cvv.org.br para chat.
Lembre-se: a depressão tem tratamento. Se você acreditar que tem depressão, busque ajuda.
com informações do Ministério da Saúde
Categorias:Emoções
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