
Por que amar os inimigos é uma arte?
Amar os inimigos, como nos concitou a fazer Jesus Cristo, pode ser considerado uma arte, porque é uma tarefa que requer entendimento, paciência e dedicação.
O ensinamento de “retribuir o mal com o bem”, como consta em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, Capítulo XII, aborda a importância de amar os inimigos, tendo como base os evangelhos de Mateus (5:20 e 5:43 a 47) e de Lucas (6:32 a 36).
Em seguida, constam as mensagens dos Espíritos da codificação da Doutrina Espírita, trazendo esclarecimentos e orientações importantes a fim de nos ajudar a entender como aplicar esse princípio em nossas vidas.
Por que devemos amar os nossos inimigos?
Devemos amar os inimigos porque, segundo os Espíritos da codificação, se o amor ao próximo constitui o princípio da caridade, amar os inimigos é a mais sublime aplicação deste princípio.
Possuir essa virtude representa uma das maiores vitórias alcançadas contra o egoísmo e o orgulho.
No entanto, é comum ocorrer equívocos quanto ao sentido da palavra “amar” nessa relação com os desafetos.
Qual a diferença entre amar amigos e inimigos?
Quando Jesus falou sobre amar os inimigos, ele não pretendia que tivéssemos a mesma ternura e confiança neles como em nossos amigos e irmãos.
A palavra “amar” traz diferentes níveis de sentimentos e ações nas relações de amizade ou inimizade. A razão é que deve estabelecer as diferenças conforme os casos.
Assim, o ensinamento que Jesus quis nos deixar significa não guardar ódio, rancor ou desejo de vingança. Devemos perdoá-los pelo mal que nos causam, não opor obstáculos à reconciliação e ajudá-los quando necessário.
E é importante, também, abster-se de palavras e atos que possam prejudicá-los, assim como retribuir sempre o mal com o bem, mas sem a intenção de humilhá-los.
E além disso…
Além disso, precisamos levar em consideração que os inimigos de hoje podem ter sido nossos amigos ou familiares em vidas passadas.
Isso nos ajuda a compreender a importância de superar a vaidade, o orgulho e o egoísmo. Afinal, estamos juntos nesta vida para corrigir erros do passado que, no balanço das nossas ações, configuram dívidas que temos com os nossos semelhantes.
Devemos, portanto, agradecer a Deus pelas oportunidades de reajuste com as pessoas cujas vidas estão entrelaçadas às nossas desde outros tempos.
E desta forma, ao colocarmos em prática o ensinamento do Cristo quanto a amar os inimigos e pagar o mal com o bem, estamos cumprindo o seu mandamento e nos aproximando, cada vez mais, da evolução espiritual.
José Batista de Carvalho
Referências para leitura
1 – “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec – Capítulo XII – Amai os vossos inimigos – Item 3 – Retribuir o mal com o bem
2 – Idem – Item 8 – Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra