
A caridade, como a entendia Jesus, é explicada pelo Espiritismo.
Questão 886 – Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? – (“O Livro dos Espíritos” – por Allan Kardec – Parte Terceira – Capítulo XI – Da lei de justiça, de amor e de caridade – Caridade e amor do próximo – Questão 886)
“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”
O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.
A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores.
Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer.
Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.
A verdadeira essência da benevolência.
O sopro da bondade flui em todas as direções, tocando os corações e iluminando os caminhos por onde passa. Esta é a verdadeira essência da benevolência, que se manifesta através do olhar afetuoso para com todos, da paciência com as imperfeições alheias e do perdão das ofensas que nos atingem. Estes são os pilares que sustentam o edifício do amor e da caridade.
O amor e a caridade não são meras palavras, são ações. São a expressão tangível da lei de justiça, pois quando amamos o próximo, buscamos proporcionar-lhe todo o bem possível, o mesmo bem que desejamos para nós mesmos. Nas palavras sábias de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como irmãos”.
Mas a caridade, como entendia Jesus, vai além de dar esmolas. Ela permeia todas as nossas relações com nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores. Assim, ela nos convoca à indulgência, pois todos nós, em algum momento, precisaremos dela. E nos alerta para o erro de humilhar os desafortunados, prática infelizmente comum em nossa sociedade.
Quantas vezes vemos uma pessoa rica ser cercada de atenções e deferências, enquanto a pessoa pobre é ignorada? Contudo, quanto mais adversa for a situação de alguém, mais atenção e cuidado deveríamos lhe dedicar, para não aumentar o seu sofrimento com a humilhação.
Somos todos irmãos na grande família universal.
O homem verdadeiramente bom, aquele que vive o espírito do evangelho, procura diminuir as distâncias sociais. Ele busca elevar aqueles que a sociedade considera inferiores, valorizando-os aos seus próprios olhos.
Afinal, somos todos irmãos na grande família universal, filhos do mesmo Pai, viajando juntos na jornada evolutiva. E somente através do amor, da caridade e da justiça, poderemos fazer essa jornada de maneira harmoniosa e fraterna.
Espero que essas reflexões possam inspirar a todos a viverem de acordo com esses princípios universais de amor, caridade e justiça.
E lembrem-se sempre: “Amai-vos uns aos outros como irmãos”.
José Batista de Carvalho
Você precisa fazer login para comentar.