
São Francisco fala sobre a verdadeira felicidade.
São Francisco conversava com os frades menores da comunidade, respondendo às questões que eles lhe faziam, quando perguntaram sobre a felicidade.
“Frei Cândava, dotado de alta inspiração, dignou-se a perguntar, assim falando:
– Pai Francisco!… Desejaria ouvir alguma coisa no que tange à felicidade.
Francisco de Assis, meditativo, respondeu com emoção:
– Felicidade, meu caro companheiro, por enquanto, na Terra, somente temos notícia da sua beleza e do seu estado permanente de bem-estar.
Depende do esforço de cada um, no pleno exercício do aprimoramento. Ela nunca foi doada; é conquistada pela alma que sobe o calvário da vida.
A felicidade não é comprada nem vendida, é acumulada de passo a passo, pelas linhas de oportunidade que a vida nos oferece em todos os momentos.
A felicidade é, pois, o conjunto de virtudes acumuladas no coração.
O bem que nos acompanha pela eternidade.
Todos somos candidatos à tranquilidade imperturbável, mas, para tanto temos de lutar e vencer a mais dura das batalhas, na guerra com nós mesmos, que carece de vigilância permanente para eliminar os inimigos que muito conhecemos: o ódio, a inveja e o ciúme, a discórdia, a maledicência, a vingança, o orgulho, o egoísmo, etc.
São frentes de lutas que devemos travar para vencer a nós mesmos e conhecer o terreno sagrado do nosso coração.
Muitas criaturas há que desanimam na busca da felicidade, por desejarem desfrutá-la de imediato, fato impraticável. Ela começa com a simples mudança de pensamento, descendo para as ideias, dominando as ações, buscando a vivência, demorando, às vezes, tempo prolongado.
A verdadeira felicidade exige, na vida de cada um, a pureza de pensamentos, de ideias e de sentimentos, a pureza de coração, da palavra e da vida.
Entretanto, depois de tudo isso conquistado, o clima de felicidade perfumará o nosso ser, e nunca mais a perderemos e ela nos acompanhará no tempo que se chama eternidade.”
do livro “Francisco de Assis”, do espírito Miramez, psicografado por João Nunes Maia
Referências
Fernando Miramez de Olivídeo nasceu na Espanha, em família nobre. Em 1649 chegou ao Brasil a mando do Rei Filipe IV. Mas ele se ambientou tão bem, logo falando com os nativos indígenas e os escravos africanos em suas línguas, que doou todos os seus bens a entidades assistenciais de seu país natal e aqui ficou.
Sempre pronto a aliviar os sofrimentos físicos e espirituais de seus irmãos mais humildes, quando Miramez estava em seu leito de morte formaram-se filas para beijar-lhe as mãos, num gesto de gratidão e reconhecimento.
João Nunes Maia nasceu em Minas Gerais em 1923 e lá faleceu em 1991. Frequentava as reuniões espíritas em Pedro Leopoldo, e assim conheceu e se tornou amigo de Chico Xavier. Numa reunião mediúnica na União Espírita Mineira (UEM), identifica-se com o Espírito de Fernando Miramez de Olivídeo, seu guia espiritual e autor de vários livros.