
Brasil, escolhido por Jesus para difundir o Evangelho.
O livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” traz uma análise do papel e da importância do desenvolvimento do espiritismo e da mediunidade no Brasil. Ele destaca a capacidade vocacional de nossa pátria no entendimento e aceitação da doutrina codificada por Kardec.
Humberto de Campos, pela abençoada mão de Chico Xavier, revela a planificação concebida pelas elevadas entidades do plano espiritual para a formação do Brasil como expoente no desenvolvimento do espiritismo, uma vez que as perspectivas de reabilitação dos povos europeus mostravam-se improváveis.
Ficamos assim sabendo que Jesus nomeia seu auxiliar, Ismael, para liderar a missão de trazer para o país do Cruzeiro a árvore do Evangelho, que frutificará na formação da “Pátria do Evangelho”.
O transcorrer da formação do Brasil entrelaça-se com os propósitos do grupo liderado por Ismael para a implantação e desenvolvimento do Espiritismo em nossa terra.
Vemos que todos os esforços, ordenados pelo próprio Cristo e executados por Ismael ao longo de nossa história, trouxeram muitos frutos. Esse feito foi conseguido através de grandes médiuns, com diversos tipos de mediunidade. Eles conseguiram vencer as resistências e fazer do Brasil o centro irradiador do Evangelho.
Todo esse trabalho passou pela mediunidade de grandes missionários que aceitaram voltar à matéria. Aqui formaram as luminosas sementes para o dom mediúnico florescer e, assim, abrir caminho para a ação do plano espiritual na terra.
O que é qual a função da mediunidade.
A mediunidade é uma faculdade natural do ser humano para a comunicação com os espíritos. E esse dom é o grande canal de transmissão de todo o conhecimento e de instruções dos espíritos elevados, que possibilitam o contínuo aprimoramento e evolução do ser humano.
Em função do elevado grau de importância que a mediunidade representa, encontramos no Item 12, do Capítulo XXIV de ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’ uma importante advertência dos espíritos sobre a sua prática:
“A mediunidade é inerente a uma condição orgânica, de que todos podem ser dotados, como a de ver, ouvir e falar. Não há nenhuma de que o homem, em consequência do seu livre-arbítrio, não possa abusar. Deus outorgou as faculdades ao homem, dando-lhes a liberdade de usá-las como quiser, mas pune sempre aqueles que delas abusam.”
Allan Kardec nos chama a atenção sobre esta faculdade. Assim como todas as outras, necessita de estudo e da devida orientação educativa para que seja utilizada como instrumento de difusão das Divinas Leis que regem todo o Universo.
“O bom médium não é, portanto, aquele que tem facilidade de comunicação. Mas o que é simpático aos Bons Espíritos e só por eles é assistido. É neste sentido, unicamente, que a excelência das qualidades morais é de importância absoluta para a mediunidade”, lemos na mesma obra cima citada.
A faculdade mediúnica deve ser educada e aprimorada.
Um dos grandes seres que aqui reencarnaram com o objetivo de ser um fiel instrumento para nos trazer o conhecimento e orientação dos espíritos de Luz é, sem dúvida, o médium, escritor e conferencista espírita Raul Teixeira.
Raul Teixeira nos ensina que, segundo Allan Kardec, frequentemente os chamados médiuns são os indivíduos em quem a faculdade mediúnica tem intensidade e se manifesta de forma regular. Ela pode ocorrer na psicografia, na psicofonia, na incorporação, na visão e nas outras variações mediúnicas.
E sendo uma faculdade de importante natureza, não se pode deixar o seu desenvolvimento por conta do acaso, sendo preciso educá-la, como orientou Kardec.
Neste período do desenvolvimento da mediunidade é preciso entender que o ensino aprimora as capacidades de forma geral. E esse aperfeiçoamento pode ser feito na direção da faculdade para o serviço aos espíritos de luz, aos benfeitores, a Jesus. Ou, ao contrário, pode levar o médium para as não recomendadas práticas no sentido do mal.
O desenvolvimento da mediunidade é uma tarefa complexa.
Educar, como dizia Kardec, é formar bons caracteres. Por isso é que se torna importante ter o conhecimento de como fazer a educação mediúnica. de forma adequada.
Conforme disse Raul Teixeira em uma palestra, “há dirigentes, muitos, muitos, que são completamente fora de si, eles ouviram o espiritismo cantar e não sabem onde. Mas a vaidade de estar à frente de um grupo não lhes permite abrir mão do posto, costumam dizer “meus médiuns, os meus médiuns”. Ora, já não são médiuns do espiritismo, são “meus médiuns”, e os médiuns que estudam menos ainda que o dirigente adoram ser ovelhas, gado do seu fulano, da dona fulana.”
O desenvolvimento da mediunidade é uma tarefa muito complexa, pois mexer na mediunidade é mexer no psiquismo, na cabeça do médium. E isso pode levar a transtornos psicoemocionais, se a faculdade mediúnica não for trabalhada corretamente.
Quanto a isso, Raul Teixeira faz importante alerta: “Há muito centros espíritas que dão uma importância enorme à sessão mediúnica, mas nunca à evangelização, nunca na formação dos espíritas do futuro, do homem e da mulher de bem do futuro. Eles gostam de receber quem já morreu errado, mas acertar os que estão vivos não. Aí deixa morrer, quando morrer a gente doutrina.”
O estudo para a mediunidade é um estudo de autoconhecimento.
A mediunidade precisa ter muita atenção no seu desenvolvimento. Aqueles que possuem a faculdade precisam receber orientação e passarem por estudos sistematizados e sob orientação capacitada.
A importância do estudo para os médiuns é essencial, segundo Kardec, pois o conhecimento da doutrina leva cada um ao conhecimento de si mesmo.
Ao estudar os princípios doutrinários, realiza-se a avaliação e análise interior. Assim lançamos luz sobre nossas tendências, preferências e temos a ciência sobre o que nos faz bem e o que nos afasta do bem.
E nessa formação é importante também incutir nos médiuns a necessidade de que esse empenho não termine ao findar os estudos, pois esse é um trabalho para a vida toda.
Para maiores informações sobre a mediunidade leia também:
>> O Médium e a Mediunidade
>> Os sinais e os sintomas da mediunidade
Conforme escreveu o Dr. Bezerra de Menezes, pela psicografia de Chico Xavier, “o Centro Espírita é o educandário básico da mente popular.”
Os centros espíritas têm importante papel na formação de almas. O ensino e o estudo doutrinário são grande agentes para, nos dias presentes, continuar o trabalho iniciado por Jesus Cristo: o de levar a boa nova ao conhecimento de todos.
José Batista de Carvalho
Palestra realizada por Raul Teixeira no 2º Congresso Espírita do Maranhão – Mediunidade e Espiritismo – 2011