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A importância do papel das emoções em nossa vida

O entrelaçamento entre o racional e o emocional.

Em nossa cultura, sobretudo na sociedade moderna, existe a predominância em se considerar mais importante o aspecto racional em detrimento do emocional, como se o primeiro fosse a característica de maior importância do ser humano. Mas as emoções em nossa vida têm papel fundamental.

Entretanto, a emoção desempenha um papel fundamental na formação da criança, tanto no aspecto dos relacionamentos interpessoais como nos relacionamentos consigo própria (autoestima).

Naturalmente, esta formação prevalecerá na vida adulta, embora modificada por demais experiências vivenciadas e influências sócio-culturais do ambiente em que a pessoa vive, dando a tônica a muitos dos comportamentos e atitudes que serão tomados no cotidiano.

Essas atitudes –  escolhas realizadas a partir dos sentimento evocados frente a cada possibilidade – vão definir a vida dessa pessoa, a realização ou não da felicidade e do bem-estar.

É preciso primeiramente reconhecer as emoções para então poder educá-las, num processo de aprendizado onde é possível direcionar as emoções como força motriz para a expressão de nossas qualidades.

No artigo “Emoção e ação pedagógica na infância: contribuições da psicologia humanista”, a educadora Abigail Alvarenga Mahoney, discorre sobre esse tema mostrando a dimensão da importância que as emoções exercem no desenvolvimento, sobretudo nos primeiro anos de vida, gerando reflexos importantes na vida adulta. Leia a seguir uma síntese do artigo.

Noemi C. Carvalho


O ser emocional.

“O ser emocional fica relegado ao segundo plano, visto como algo primitivo que nega ou perturba a existência do racional. Ao nos identificarmos como seres racionais, criamos uma cultura que nos impede de perceber o entrelaçamento vital e indissolúvel entre essas duas dimensões: racional e emocional.

Ao nos identificarmos como seres racionais, criamos uma cultura que nos impede de perceber o entrelaçamento vital e indissolúvel entre essas duas dimensões: racional e emocional.

Entretanto, uma observação atenta do nosso dia-a-dia, nos mostra que o nosso campo de ação é definido justamente por esse entrelaçamento, com predominâncias alternadas de uma ou outra dimensão, dependendo das situações em que nos encontramos.

Daí a importância de atravessarmos a estrutura racional, quando posta à nossa frente, para chegarmos ao emocional, se quisermos nos entender de forma mais ampla, compreender nossas ações e avançar no conhecimento do homem.

Ao trazer à tona o seu ser emocional, através do seu reconhecimento e aceitação, a criança consegue um desenvolvimento harmonioso na direção de suas potencialidades.

O sentimento vai ocupar sempre uma posição central em todos os momentos do desenvolvimento, independentemente de faixa etária. A criança, ao se desenvolver psicologicamente, vai se nutrir principalmente das emoções e dos sentimentos disponíveis nos relacionamentos que vivencia.

São esses relacionamentos que vão definir as possibilidades de a criança buscar no seu ambiente e nas alternativas que a cultura lhe oferece, a concretização de suas potencialidades, isto é, a possibilidade de estar sempre se projetando na busca daquilo que ela pode vir-a-ser.

Carl R. Rogers reconhece alguns sentimentos como fundamentais nesses relacionamentos:

– aqueles ligados à necessidade de consideração positiva (acolhimento, calor, simpatia, respeito, apreciação);

– aqueles ligados ao desejo de compreensão do outro (aceitação do outro e, portanto, aceitação de quem é diferente);

– aqueles ligados à valorização da própria pessoa (auto-estima).

Rogers assume que a descoberta de potencialidades é alcançada pela criança, que o fará se tiver acesso aos seus próprios sentimentos, o que implica um constante diálogo consigo mesma.

Abrir o caminho para esse acesso e para esse diálogo, que por suposto está bloqueado pelo tipo de relacionamento interpessoal predominante na nossa sociedade, é da responsabilidade do adulto, que levará desta maneira a criança a confiar em si mesma, isto é, a ouvir cada vez mais sua própria experiência como a guia mais confiável para suas decisões.”

Verificamos, portanto, que o bom direcionamento no âmbito emocional é uma prática valiosa para a formação de um ser humano seguro, confiante, equilibrado.

Ao mesmo tempo, o desenvolvimento do racional permite ao adulto compreender a ação dos estados emocionais, bem como a possibilidade de transformá-los, pelo reconhecimento e educação dos mesmos.”

Abigail Alvarenga Mahoney

O artigo na íntegra pode ser lido em “Emoção e ação pedagógica na infância: contribuições da psicologia humanista”


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