
Um grupo reunido para prestar o socorro espiritual.
A importância do pensamento é sempre lembrada, porque ele tem um papel fundamental em tudo o que diz respeito à nossa vida. E as entidades espirituais dedicadas a nos auxiliar em nosso caminho evolutivo reforçam sempre as orientações sobre esse assunto.
Como, por exemplo, na noite de 31 de julho de 1952, quinta-feira, em Pedro Leopoldo. Nessa noite, na antiga casa que abrigou o Centro Espírita Luiz Gonzaga, vinte pessoas se reúnem para iniciar as atividades do Grupo Meimei.
Os instrutores espirituais orientaram a formação desse grupo para atender aos inúmeros espíritos presos a graves processos de obsessão.
Além disso, fixaram o programa para as reuniões realizadas nas noites de quinta-feira, começando precisamente às oito horas da noite, sem a presença de público. O grupo dedicava os quinze minutos iniciais à leitura de textos doutrinários, à prece de abertura e às orientações da entidade espiritual que esclareceria sobre o andamento do trabalho.
Em seguida à abertura, começavam os serviços de socorro aos desencarnados. Este compreendia as ações de consolo, de esclarecimento, de edificação evangélica e de enfermagem moral às entidades perturbadas e sofredoras. A duração era de uma hora e quinze minutos.
O último quarto de hora era reservado às atividades finais. Eram então feitas as preces em favor de enfermos distantes. E, em seguida, eram recebidas as mensagens através da psicofonia sonambúlica de Chico Xavier, trazendo a palavra direta dos instrutores e dos benfeitores desencarnados.
As lições para a vida.
Os orientadores espirituais ministravam primorosas lições, edificantes palestras. Havia também relatos comoventes de irmãos recuperados e explanações de caráter científico, filosófico e religioso, proferidas por devotados e cultos mentores.
Mas existia uma dificuldade em colher o registro desse precioso conteúdo. Por isso, no início de 1954, depois que ouviu os relatos dos companheiros, o Professor Carlos Torres Pastorino ofereceu o seu gravador. E assim, começaram a ser registradas as iluminadas palavras das noites de Pedro Leopoldo.
A partir dessas gravações organizou-se o material para editar o livro “Instruções Psicofônicas”, que traz 65 mensagens ditadas por diversos espíritos. Leia a seguir uma dessas mensagens.
José Batista de Carvalho
A palestra de Lourenço Prado sobre a importância do pensamento.
Lourenço Prado foi um importante e renomado escritor espiritualista brasileiro, autor de inúmeros livros de sucesso. Escolhemos a palestra proferida por ele na noite de 25 de novembro de 1954. O tema era sobre o pensamento, a sintonia e o equilíbrio da vida mental do ser humano.
“Depois da morte física, empolgante é o quadro de surpresas que se nos descortina à visão. Contudo, para nós, cultores do Espiritualismo, uma das maiores dentre todas é a confirmação do poder mental como força criadora e renovadora, em todas as linhas do Universo.
O Céu, como domicílio espacial da beleza, existe realmente, porque não podemos imaginar o Paraíso erguido sobre um pântano. Todavia, acima de tudo, o Céu é a faixa de pensamentos glorificados a que nos ajustamos, com todas as criaturas de nosso degrau evolutivo.
O Inferno, como sítio de sofrimento expiatório, igualmente não pode ser contestado, porque não será justo idear a existência do charco num templo vivo. Mas, acima de qualquer noção de lugar, o Inferno é a rede de pensamentos torturados, em que nos deixamos prender, com todos aqueles que nos comungam os problemas ou as aflições de baixo nível.
É preciso acordar para as realidades do mentalismo, afim de nos desembaraçarmos dos grilhões do pretérito, criando um amanhã que não seja reflexo condicionado de ontem.
A Lei concede-nos, em nome de Deus, na atualidade, o patrimônio de revelações do moderno Espiritualismo para aprendermos a pensar, ajudando a mente do mundo nesse mesmo sentido.
A vida acontece como manifestação do nosso pensamento.
O pensamento reside na base de todas as nossas manifestações.
Evoluímos no curso das correntes mentais, assim como os peixes se desenvolvem nas correntes marinhas. Refletimos, por isso, todas as inteligências que se afinam conosco no mesmo tom.
Na alegria ou na dor, no equilíbrio ou no desequilíbrio, agimos com todos os espíritos, encarnados ou desencarnados que, em nossa vizinhança, se nos agregam ao modo de sentir e de ser.
Saúde é o pensamento em harmonia com a lei de Deus. Doença é o processo de retificá-lo, corrigindo erros e abusos perpetrados por nós mesmos, ontem ou hoje, diante dela.
Obsessão é a ideia fixa em situações deprimentes, provocando, em nosso desfavor, os eflúvios enfermiços das almas que se fixaram nas mesmas situações.
Tentação é a força viciada que exteriorizamos, atraindo a escura influência que nos inclina aos desfiladeiros do mal. Porque toda sintonia com a ignorância, ou com a perversidade, começa invariavelmente da perversidade ou da ignorância que acalentamos conosco.
Um prato de brilhantes não estimulará a fome natural de um cavalo, mas excitará a cobiça do homem, cujos pensamentos estejam desvairados até o crime.
A maior conquista que podemos alcançar vem pelo reconhecimento da importância do pensamento.
Lembremo-nos, assim, da necessidade de pensar irrepreensivelmente, educando-nos, de maneira a avançarmos para diante, errando menos.
A matéria, que nos obedece ao impulso mental, é o conjunto das vidas inferiores que vibram e sentem, a serviço das vidas superiores que vibram, sentem e pensam.
O pensamento raciocinado é a maior conquista que já alcançamos na Terra. Procuremos, desse modo, aperfeiçoar nossa mente e sublimá-la, através do estudo e do trabalho que nos enobreçam a vida.
Felicidade, pois, é o pensamento correto. Infortúnio é o pensamento deformado.
Um santuário terrestre é o fruto mental do arquiteto que o idealizou, com a cooperação dos servidores que lhe assimilaram as ideias.
O mundo novo que estamos aguardando é construção divina, mentalizada por Cristo, na exaltação da Humanidade. Trabalhadores que somos, contratados por nosso Divino Mestre, saibamos pensar com Ele para com Ele vencermos.”
Lourenço Prado, do livro “Instruções Psicofônicas”, psicografado por Francisco Cândido Xavier
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