
Se você não está conseguindo ter boas noites de sono, verifique como anda a sua negatividade.
A negatividade e o pessimismo são fatores que podem estar causando noites mal dormidas e dias mal aproveitados. A carga emocional muito densa e pesada pode atrapalhar o sono.
E se isso se prolonga por muito tempo, a qualidade de vida fica prejudicada, tanto na disposição para realizar as tarefas do dia e na concentração, bem como no bem-estar e saúde de modo geral.
É provável que as pessoas que são mais otimistas tenham a tendência a dormir melhor e por mais tempo do que as pessoas pessimistas. Isto é o que sugere um novo estudo conduzido pela professora Rosalba Hernandez, da Universidade de Illinois.
Hernandez e seus coautores descobriram que a pessoas com maiores níveis de otimismo foram, de fato, as que mais relataram que dormiam bem, de seis a nove horas por noite. Elas apresentaram 74% mais probabilidade de não apresentar sintomas de insônia e, além disso, relataram menos sonolência durante o dia.
“Os resultados deste estudo revelaram associações significativas entre o otimismo e várias características do sono auto-relatado, após o ajuste para uma ampla gama de variáveis, incluindo características sócio-demográficas, condições de saúde e sintomas depressivos”, disse Hernandez.
Ela realizou o estudo com mais de 3.500 pessoas, entre 32 e 51 anos. Os pesquisadores mediram nível de otimismo dos participantes como resultado de uma pesquisa composta por dez perguntas.
Pediram aos participantes que classificassem, numa escala de cinco pontos, o quanto concordavam com afirmações positivas como “estou sempre otimista sobre o meu futuro”. E o mesmo para frases negativas como “eu dificilmente espero que as coisas saiam do jeito que eu quero”.
A falta de sono de boa qualidade traz prejuízos para a saúde.
De acordo com um relatório de 2016 dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, cerca de um em cada três adultos americanos não consegue dormir adequadamente. Isto aumenta, assim, os riscos de doenças crônicas.
“A falta de sono saudável é um problema de saúde pública. A má qualidade do sono está associada a vários problemas de saúde. E nisso incluindo riscos mais altos de obesidade, hipertensão e mortalidade por todas as causas”, disse Hernandez.
Ela também afirma que “O otimismo disposicional – isto é, a crença de que coisas positivas ocorrerão no futuro – emergiu como um ativo psicológico de destaque especial para a sobrevivência livre de doenças e com melhor qualidade de saúde”.
Embora tenha sido encontrada uma associação significativa e positiva entre otimismo e sono de melhor qualidade, os cientistas não têm certeza do mecanismo exato pelo qual o otimismo influencia os padrões de sono.
Eles supõem que a positividade pode amortecer os efeitos do estresse, promovendo o enfrentamento adaptativo, permitindo, portanto, que o descanso dos otimistas seja melhor aproveitado.
“Os otimistas são mais propensos a se envolver em enfrentamento ativo focado no problema e interpretar eventos estressantes de forma mais positiva. Assim, reduzem as preocupações e os pensamentos ruminantes quando eles estão adormecendo e durante todo o seu ciclo de sono”, disse Hernandez.
Para a negatividade não atrapalhar o seu sono.
Os resultados desta pesquisa, publicada recentemente na revista Behavioral Medicine, reforçam as de um estudo anterior. Nesse estudo, Hernandez e os seus coautores descobriram que os otimistas com idade entre 45 e 84 anos tinham duas vezes mais chances de ter uma saúde cardíaca ideal.
Portanto, se você anda sempre preocupado com tudo que acontece, fica remoendo demais os acontecimentos, acha que nada vai dar certo, agora sabe que isso de fato pode prejudicar a qualidade do seu sono e da sua vida.
Assim, quando for dormir, procure afastar esses pensamentos. Você pode fazer uma leitura saudável, praticar uma meditação ou fazer uma oração. Praticar uma atividade que ocupe a sua mente de forma suave, de modo a ocupar o espaço dos pensamentos inconvenientes.
Lembre-se: se o problema persistir ou se agravar, procure orientação profissional para ajudá-lo na solução de conflitos internos ou detectar e sanar problemas físicos.
Noemi C. Carvalho
com informações de GGN e Universidade de Illinois
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