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A resposta de Dalai Lama para o mundo conturbado de hoje

Dalai Lama agradecendo os participantes de sua conferencia virtual com as mãos postas Dalai Lama mundo conturbado

A conversa virtual de Dalai Lama com estudantes universitários.

Dalai Lama conversou com estudantes de várias Universidades e instituições educacionais indianos, num encontro virtual realizado em 29 de julho, onde o tema foi como agir neste momento em que o mundo está tão conturbado por causa da pandemia do novo coronavírus.

Na abertura do evento, o professor Raman Mittal, da Faculdade de Direito da Universidade de Delhi, ressaltou que o mundo está passando por momentos muito difíceis, o que faz com que nos lembremos da fragilidade da vida. Forçados a se voltar para dentro, buscam a orientação de Sua Santidade em relação à compaixão e esperança.

Iniciando sua palestra, Dalai Lama disse que “se tivermos apenas uma visão estreita e míope, nossos problemas podem parecer enormes, mas se olharmos para eles de uma perspectiva mais ampla, eles não parecem tão assustadores.”

Para explicar melhor este argumento, ele se refere então à vastidão do universo e relembra que grandes mestres indianos da antiguidade sugeriam que as galáxias tinham um começo e um fim. Nosso sol também teve um começo e também chegará ao fim, portanto, sob esse contexto, nossos problemas imediatos se tornam relativamente pequenos.

“Também há menção em textos antigos que o universo pode ser consumido pelo fogo, pela água ou pelo vento”, continua Dalai Lama, “e as indicações atuais de aquecimento global sugerem que em nossa época o fim será pelo fogo.

Os cientistas dizem que, a menos que sejam feitas mudanças, o aquecimento global chegará a um ponto em que lagos e rios secarão e o que agora é terra verde se tornará deserto. Em um contexto tão amplo, as divergências entre os seres humanos diminuem de importância.”, enfatiza Dalai Lama.

As orientações para enfrentar a pandemia.

Referindo-se diretamente à pandemia do coronavírus que está deixando o mundo cada vez mais conturbado, inclusive com as chamadas segundas ondas se propagando onde havia um aparente controle, Dalai Lama diz que “as consequências dessa pandemia têm sido muito tristes, mas devemos enfrentá-lo da melhor maneira possível.”

Em qualquer situação que se nos apresente no decorrer da vida, sua orientação é de manter sempre a compaixão, a não violência e a honestidade para que se tenha uma sociedade mais compassiva, “pois cultivar a compaixão contribui para a paz de espírito”, afirma.

Para manter a saúde, precisamos observar todos os procedimentos que envolvem a higiene física, mas, além disso, precisamos cultivar a higiene emocional também, enfatiza Dalai Lama, esclarecendo que devemos reconhecer e compreender todo o nosso sistema de emoções, juntamente com o funcionamento da mente.

Respondendo às perguntas dos participantes.

Em resposta a uma pergunta que lhe foi endereçada sobre espiritualidade, Dalai Lama disse que, apesar de suas diferenças filosóficas, as principais tradições religiosas do mundo transmitem uma mensagem comum sobre a importância de bondade, tolerância e perdão.

Ele explicou que é por causa das diferenças entre os seres humanos que precisamos de abordagens diferentes para o desenvolvimento da bondade amorosa.

Quando questionado sobre como desenvolver a paz de espírito, Sua Santidade explicou: “O verdadeiro destruidor de nossa paz de espírito não é uma arma ou inimigo externo, mas são as nossas próprias emoções destrutivas. E Shantideva ressalta que um inimigo pode ser nosso melhor professor espiritual.

Afinal, nem nossos amigos nem o Buda oferecem uma oportunidade de praticar a paciência da maneira que uma pessoa hostil faz, e, ao fazer isso, um inimigo pode se tornar um grande professor.”

Dalai Lama explica como transformar um mundo conturbado em um mundo pacífico.

A transformação da humanidade, segundo Dalai Lama, depende em grande parte da transformação do sistema educacional. A educação moderna “tem objetivos materiais e pouco se fala sobre o nosso mundo interior, no entanto, se a educação moderna fosse combinada com uma compreensão do funcionamento da mente e das emoções, de como alcançar a paz de espírito, seria mais completa.

Os alunos devem aprender não apenas sobre o mundo físico, mas também sobre sua experiência emocional, e do jardim de infância à universidade, o currículo também deve incluir aulas que ensinem sobre mente e emoções de maneira objetiva e secular.

As crianças pequenas criam poucos problemas. Eles são naturalmente honestos, abertos e apreciam o carinho. Alguns cientistas dizem que os seres humanos são animais sociais com uma preocupação natural por sua própria comunidade. Vemos isso entre as crianças. Quando são jovens, são naturalmente gentis.

Mas uma vez que eles vão para a escola, isso muda. Eles desenvolvem objetivos materialistas e então começam a ver os outros em termos de ‘nós’ e ‘eles’. Sua natureza humana básica de ser compassivo é, assim, negligenciada.

Se o sistema educacional fomentasse a paz interior, a compaixão e a não-violência, então os alunos aprenderiam como alcançar a paz de espírito. É isso que é necessário para alcançarmos a meta de um mundo genuinamente pacífico e desmilitarizado.”, conclui Dalai Lama.

Dalai Lama

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