
A ansiedade depende de como nós sentimos o que acontece.
Quando surge uma complicação bem na nossa frente e caímos na trilha da ansiedade podemos procurar uma saída pelo caminho da paz.
A ansiedade toma conta das emoções quando surge a incerteza. É aquela sensação de “e agora?”, quando não temos a mínima ideia de como resolver uma situação difícil.
Ou seja, não é uma circunstância ruim que vai criar automaticamente a ansiedade. Nós começamos a senti-la por causa da maneira como reagimos a um problema ou a uma situação que traz preocupação.
Por isso, a forma como nós escolhemos nos sentir quando enfrentamos algum tipo de dificuldade na vida é que vai determinar se vamos ficar ansiosos ou não. Em outras palavras, é aquilo que escolhemos pensar sobre o assunto que vai direcionar como vamos nos sentir.
Certamente cada um de nós tem um histórico de vida que molda as nossas emoções, os nossos pensamentos e, consequentemente, as nossas reações. Ele foi se ajustando a tudo aquilo que vivemos, vimos e ouvimos e se consolidou, então como o nosso sistema de crenças.
Ninguém pode dizer que é fácil lidar com isso, porque são elementos que já estão fortemente estabelecidos. Mas também é verdade que o controle sobre o que sentimos e o que pensamos só nós mesmos podemos ter.
É isso que nos dá a possibilidade, por mais árdua e trabalhosa que seja, de modificarmos ou, pelo menos, começarmos a exercer algum controle – e assim direcionar – os nossos produtos mentais e emocionais.
Muitos recursos podem nos ajudar a compreender e acalmar os sentidos.
Pode ser útil, ou até mesmo necessário, valer-se de um método terapêutico, buscar ajuda de profissionais que possam auxiliar nesse processo de transição. Os caminhos mentais e emocionais podem se tornar verdadeiros labirintos onde não conseguimos encontrar a saída sozinhos, deflagrando a ansiedade e podendo chegar à depressão.
Mas também, e não menos importante, é procurar fortalecer a fé. E para isso, como tudo o que envolve o nosso desenvolvimento, precisamos nos aprofundar no conhecimento e no entendimento da vida espiritual.
Precisamos de uma base sólida, que não desmorone ao primeiro sinal de tempestade. E essa base é construída pelo conhecimento e pela prática dos ensinamentos que Jesus trouxe ao mundo. (Mateus 7:24-27)
Não é o propósito de Deus que nós fiquemos ansiosos, mas sim que as adversidades nos levem a desenvolver uma fé mais forte, uma confiança mais sólida. E, além disso, é necessário que também compreendamos qual hábito ou atitude negativa estamos sendo chamados a modificar.
As nossas jornadas pelas várias reencarnações têm um propósito, que é nos possibilitar a transformação da mentalidade, visando sempre a maior compreensão da vida espiritual e a prática de atitudes pautadas pela serenidade e pelo bem.
Por isso, quando conseguimos manter uma relação de efetiva confiança com Deus, podemos encontrar a serenidade que nos falta ao nos defrontarmos com as dificuldades que nos fazem sentir fragilizados e inseguros.
E assim, entregamos a Ele o controle da situação que nos aflige, pedindo que o seu amor, a sua sabedoria e o seu poder nos orientem.
Este é o caminho da paz, da paz interior, que vem das amorosas vibrações celestiais e que nos indica o alívio para a preocupação, a saída da ansiedade.
O medo é um grande desafio a enfrentar.
Costumamos pensar que o oposto do medo é a coragem. Mas a verdadeira coragem só é conseguida através da fé. Portanto, podemos dizer que o medo assalta os nossos sentidos quando nos falta a confiança no poder maior de Deus.
E assim a ansiedade invade o nosso íntimo e desestrutura a paz interior. Os pensamentos giram como redemoinhos em nossa mente, não conseguimos manter o foco ou pensar numa solução adequada.
Começamos, então, a pensar em todas as situações ruins que podem acontecer decorrentes da situação que estamos vivendo, e não nas possíveis soluções. Mas o pensamento é poderoso, ele dá início para que as coisas se transformem em realidade. E assim, em vez de encontrarmos respostas, criamos mais complicações.
Sem dúvida esse é um grande desafio: conseguir manter a mente serena, aproximar-se da paz e afastar a ansiedade quando um evento nos desestrutura e faz perder o equilíbrio emocional.
Tudo é possível quando confiamos e acreditamos.
Nesses momentos, uma escolha recai sobre a nossa inteira responsabilidade. Podemos escolher manter a mente absorta no problema, em tudo o que pode dar errado. Podemos ficar remoendo cada pensamento negativo e de preocupação, sem que nada de novo se apresente na espessa e sombria atmosfera mental.
Ou então, manter a mente em sintonia com o amor celestial, pedindo a paz para os sentidos e a orientação segura para a solução. Jesus veio para nos mostrar que Deus não está distante, não está longe de nós.
Ele está presente, sempre, quando temos a consciência da Sua presença e sentimos a Sua paz em nosso coração, em nossa vida. Jesus afirmou que nos deixava a sua paz, (João 14:27), a paz da confiança e que afasta o medo. Mas nós temos que buscá-las, encontrá-la, possuí-la.
Em nosso coração sentimos a esperança, a fé, o amor, a confiança, a sensação de que nunca estamos sós e Jesus caminha conosco. Ele não remove aquilo que precisamos enfrentar, mas nos ajuda a superar.
É preciso sentir a Sua presença, sentir confiança em Seu auxílio e confiança em nós mesmos. Sentir a Sua paz nos envolvendo e trazendo a certeza de que tudo é do jeito que tem que ser, que ao Seu lado não existe o mal, apenas desafios que nos compete vencer. Como disse São Francisco, “Doce é sentir“.
“Se podes? “, disse Jesus.
“Tudo é possível àquele que crê.”
(Marcos 9:23)
Noemi C. Carvalho