
É preciso viver na prática a teoria que abraçamos.
Existem vários estágios de graduação na escala da evolução espiritual, e nem todos vivem na prática a teoria à qual se dedica. Temos, por exemplo, aqueles que não têm o vínculo afetivo com a espiritualidade maior, não costumam rezar, nem as orações dirigidas ou mesmo uma conversa de coração a coração. E, muito menos, têm como hábito um estudo sistemático para a compreensão das leis da espiritualidade.
Por outro lado, no outro extremo, encontram-se os espíritos mais evoluídos, que conhecem, praticam e difundem o entendimento adquirido. Muitos deles, missionários das esferas mais elevadas, vieram para cumprir uma tarefa de auxílio aos irmãos ainda inexperientes, resgatando e divulgando as diretrizes trazidas por Jesus Cristo.
Certamente que existem muitos níveis intermediários entre esses dois extremos, como os que oram fervorosamente, ou os que estudam com afinco.
Emmanuel¹ traz à nossa lembrança que “todos nós, que ensinamos para aprender e aprendemos para ensinar lições de conduta evangélica, nos grupos de oração, impõe-se um problema que precisamos facear corajosamente: o problema de viver na prática as teorias salvacionistas ou regeneradoras que abraçamos.”
As palavras de orientação devem ser traduzidas nas ações do cotidiano.
Esclarece o benfeitor espiritual que tudo o que recebemos como orientação nos estudos pede que seja traduzido em ações no cotidiano. Assim, cada pensamento elevado precisa de atitudes que lhe correspondam, e às boas palavras devem se seguir as boas obras.
Portanto, precisamos “permanecer em casa nas mesmas diretrizes com que nos conduzimos no Templo da Fé. Muitas vezes supomos seja isso muito difícil e acreditamos poder assumir duas atitudes distintas.
Aquela com que comparecemos corretamente perante Deus, através da oração, e aquela outra em que quase sempre pautamos os próprios atos pela invigilância, no trato com os irmãos da Humanidade.
Urge, porém, reconhecer que Deus está em toda parte, e, em toda parte, é forçoso comportar-nos como quem se sabe na presença Divina.
Tanto se encontra o Criador com a criatura na oração quanto na ação”, diz Emmanuel.
Para que a teoria seja como sementes na prática diária do viver.
A prece traz conforto ao coração aflito, traz serenidade ao pensamento amargurado, pois é o momento em que nos entregamos à proteção celestial, pedindo solução para as nossas angústias.
Na oração, esperamos receber “tolerância e amor para as nossas necessidades, mas é imprescindível lembrar que a Misericórdia dos Céus nos ouve e socorre com Bondade Infinita para que venhamos a usar esses mesmos processos de apoio e bênção, ante as necessidades dos outros”, afirma Emmanuel.
Ele ainda diz que devemos nos empenhar para manter o mesmo ambiente elevado dos momentos de estudos e orações nos ambientes familiar, social e profissional.
Porque de que nos vale “apresentar uma fisionomia doce a Deus e um coração amargo aos companheiros do cotidiano, se todos eles são também filhos de Deus quanto nós?”, pergunta o mentor espiritual.
Dessa forma, “aprendemos a viver diante de Deus atendendo aos nossos deveres para com o próximo, e a viver diante do próximo recordando as nossas obrigações perante Deus”, conclui Emmanuel.
O conhecimento, certamente, amplia os horizontes da mente. O entendimento da vida espiritual traz, de fato, maior significado à existência terrestre. A oração nos mantém em permanente contato com as esferas celestes.
E a prática do que foi aprendido é o resultado da somatória dessas atitudes, é o que dá substância, força e vigor às palavras, para que elas não sejam levadas ao vento, mas se tornem sementes produtivas no campo de nossa evolução.
Noemi C. Carvalho
Referência
1 – Emmanuel, em “Alma e Coração”, psicografado por Chico Xavier
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