
As duas vidas vividas na Terra, dedicadas a Jesus.
O Santo de Assis, um dos mais amorosos divulgadores da palavra de Jesus, teve uma existência anterior também dedicada a transmitir os ensinamentos do Evangelho. Podemos, então, dizer que as duas vidas de São Francisco foram missões apostolares, num abnegado serviço prestado não só ao Cristo, mas a toda a humanidade.
Francisco nasceu no ano de 1182, na cidade de Assis, na Itália. Sua vida foi breve, e aos 44 anos voltou ao plano espiritual. Mas deixou sua luz brilhando sobre o mundo para iluminar os caminhos para uma vida de alegria, de simplicidade e de amor ao Criador e a todas as suas criaturas.
Muito tempo antes, ao tempo de Jesus, São Francisco de Assis havia sido discípulo do Mestre: o apóstolo João Evangelista.
João nasceu no ano 9, e foi o último sobrevivente dos 12 apóstolos de Jesus, morrendo aos 94 anos de idade, no ano 103. Ele foi um dos maiores divulgadores do Evangelho, amado por todos que o conheciam por sua bondade, por sua humildade, por suas palavras sempre plenas de amor e de esperança.
O amor à natureza e aos animais, um traço em comum aos dois santos missionários.
Uma das características em comum na vida dos dois santos, João Evangelista e Francisco de Assis, foi o amor e a dedicação à natureza e a todos os animais.
Durante o exílio na ilha de Patmos, o apóstolo João se dedicou ao conhecimento e à integração com a natureza. Ele dormia a céu aberto, pedia ao vento que levasse as suas palavras aonde ele não podia ir, sentia a vida que existia nas árvores e até mesmo nas pedras.
Além disso, conversava com os peixes e com as aves sobre a vida de Cristo. E os animais ficavam ao seu redor como que ouvindo os seus ensinamentos, certamente recebendo as vibrações amorosas do bondoso amigo.
São Francisco, por causa de seu amor a todas as criaturas, era também amado por todos os animais que se acercavam dele com confiança. Ele agradecia ao sol, à lua, ao vento, à água e ao fogo, por todos os seus benefícios.
Assim, por sua atitude humilde e amorosa com toda a natureza, ele é conhecido no mundo todo como o protetor dos animais.
João, depois do exílio, já foi Francisco.
Quando chegou a ordem do Império para libertar o apóstolo João e colocar fim ao seu exílio, os soldados romanos que eram responsáveis pela sua guarda já haviam se afeiçoado a ele, porque sempre tinha uma palavra de bondade, um ensinamento de amor, uma visão de esperança.
Assim, para proteger o abnegado amigo contra qualquer armadilha contra a sua vida, os soldados lhe deram uma velha farda. Além disso, sugeriram que, chegando à cidade de Éfeso, se apresentasse com o nome de Francisco, o que o apóstolo aceitou serenamente.
E foi assim que João Evangelista, em sua nova morada, pela sua idade já avançada, ficou conhecido na cidade como Pai Francisco.
O amor e a fé presentes nas duas vidas de São Francisco.
Depois de mais de mil anos da vinda do Cristo, que veio à Terra para que a humanidade aprendesse um novo modo de vida baseado no amor, no respeito, na humildade e na compaixão, o homem vivia em meio a guerras sanguinárias. As Cruzadas, ditas guerras santas, eram, de fato, fomentadas pela ambição, pelo ódio e pela vingança.
Entretanto, narra Miramez¹ “o mundo espiritual, sob a regência do Cristo, se movimentou em grande preparo, para que a Terra recebesse um dos Seus discípulos, aquele que na Ilha de Patmos selara o Evangelho, escriturando o último capítulo da Boa Nova – o Apocalipse.
João Evangelista renasceria na cidade de Assis, com uma corte de companheiros sobremodo grandiosa, para que se desse cumprimento à vontade do Senhor, pelo seu amor à humanidade.
E se chamaria Francisco, estrela de primeira grandeza, a deslocar-se dos céus do Cristo para o mundo terreno. Era o amor mais vivo de Jesus a beijar novamente o solo da Terra.”
Assim, João Evangelista, o apóstolo de Jesus, retornaria para novamente se consagrar à pacificação da Terra, à divulgação dos ensinamentos amorosos do Mestre, mostrando o Caminho, a Verdade e a Vida, exemplificado nas duas vidas de São Francisco.
Noemi C. Carvalho
1 – Miramez, no livro “Francisco de Assis”, psicografado por João Nunes Maia
Fernando Miramez de Olivídeo nasceu na Espanha. Em 1649 chegou ao Brasil e se dedicou a aliviar os sofrimentos físicos e espirituais dos indígenas e dos escravos com quem convivia.
Tornou-se guia espiritual de João Nunes Maia (1923 – 1991), com o qual se identificou numa reunião na União Espírita Mineira (UEM).