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As respostas de Jesus para as dificuldades nos relacionamentos

respostas de Jesus
O muro das lamentações – Jerusalém

Como agir nos problemas dos relacionamentos.

As respostas de Jesus a três funcionários do Templo de Jerusalém se estendem pelo tempo, atravessam os milênios e ainda continuam sendo a orientação segura para uma vida onde impere a compreensão, o perdão e a paz, certamente elementos fundamentais para a construção de um mundo renovado.

Os relacionamentos trazem inúmeras dificuldades, mas é através deles que podemos nos espelhar e praticar a máxima de “fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem” (Mt 7:12), bem como “amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. (Mt 22:37-39).

Leia a seguir este belo conto do Irmão X e saiba, então, quais foram as respostas de Jesus para lidar com os desafios nas relações interpessoais.

Noemi C. Carvalho

Três homens procuram Jesus em busca de respostas.

“Jonathan, Jessé e Eliakim, funcionários do Templo de Jerusalém, passando por Cafarnaum, procuraram Jesus no singelo domicílio de Simão Pedro.

Recebidos pelo Senhor, entregaram-se, de imediato, à conversação.

― Mestre, – disse o primeiro – soubemos que a tua palavra traz ao mundo as Boas Novas do Reino de Deus e, entusiasmados com as tuas concepções, hipotecamos ao teu ministério o nosso aplauso irrestrito. Aspiramos, Senhor, à posição de discípulos teus…

Não obstante as obrigações que nos prendem ao sagrado Tabernáculo de Israel, anelamos servir-te, aceitando-te as ideias e lições, com as quais seremos colunas de tua causa na cidade eleita do Povo Escolhido, contudo, antes de solenizar nossos votos, desejamos ouvir-te quanto à conduta que nos compete à frente dos inimigos.

― Messias, somos hostilizados por terríveis desafetos, no Santuário, – exclamou o segundo – e, extasiados com os teus ensinamentos, estimaríamos acolher-te a orientação.

― Filho de Deus, – pediu o terceiro – ensina-nos como agir…

As respostas dadas pelo Mestre Jesus causam surpresa aos questionadores.

Jesus meditou alguns instantes, e respondeu:

― Primeiramente, é justo considerar nossos adversários como instrutores. O inimigo vê junto de nós a sombra que o amigo não deseja ver e pode ajudar-nos a fazer mais luz no caminho que nos é próprio.

Cabe-nos, desse modo, tolerar-lhe as admoestações, com nobreza e serenidade, tal qual o ferro, que após sofrer, paciente, o calor da forja, ainda suporta os golpes do malho com dignidade humilde, a fim de se adaptar à utilidade e à beleza.

Os visitantes entreolharam-se, perplexos, e Jonathan retomou a palavra, perguntando:

― Senhor, e se somos injuriados?

― Adotemos o perdão e o silêncio, disse Jesus. Muita gente que insulta é vítima de perturbação e enfermidade.

― E se formos perseguidos? – indagou Jessé.

Utilizemos a oração em favor daqueles que nos afligem, para que não venhamos a cair no escuro nível da ignorância a que se acolhem.

― Mestre, e se nos baterem, esmurrarem? – interrogou Eliakim. Que fazer se a violência nos avilta e confunde?

― Ainda assim, esclareceu o brando interpelado, a paz íntima deve ser nosso asilo e o amor fraterno a nossa atitude, porquanto, quem procura seviciar o próximo e dilacerá-lo está louco e merece compaixão.

As perguntas continuam, na procura por orientação.

― Senhor, – insistiu Jonathan – que resposta oferecer, então, à maledicência, à calúnia e à perversidade?

O Cristo sorriu e precisou:

― O maledicente guarda consigo o infortúnio de descer à condição do verme que se alimenta com o lixo do mundo, o caluniador traz no coração largas doses de fel e veneno que lhe flagelam a vida, e o perverso tem a infelicidade de cair nas armadilhas que tece para os outros. O perdão é a única resposta que merecem, porque são bastante desditosos por si mesmos.

― E que reação assumir perante os que perseguem? – inquiriu Jessé, preocupado.

― Quem persegue os semelhantes tem o espírito em densas trevas e mais se assemelha ao cego desesperado que investe contra os fantasmas da própria imaginação, arrojando-se ao fosso do sofrimento. Por esse motivo, o socorro espiritual é o melhor remédio para os que nos atormentam.

― E que punição reservar aos que nos ferem o corpo, assaltando-nos o brio? – perguntou Eliakim espantado. Refiro-me àqueles que nos vergastam a face e fazem sangrar o peito…

― Quem golpeia pela espada, pela espada será golpeado também, até que reine o Amor Puro na Terra – explicou o Mestre, sem pestanejar.

Quem se rende às sugestões do crime é um doente perigoso que devemos corrigir com a reclusão e com o tratamento indispensável. O sangue não apaga o sangue e o mal não retifica o mal.

Todos buscam respostas, mas nem todos aceitam seguir o caminho.

E, espraiando o olhar doce e lúcido pelos circunstantes, continuou:

― É imperioso saibamos amar e educar os semelhantes com a força de nossas convicções e conhecimentos, a fim de que o Reino de Deus se estenda no mundo. As Boas Novas de Salvação esperam que o santo ampare o pecador, que o são ajude o enfermo, que a vítima auxilie o verdugo…

Para isso, é imprescindível que o perdão incondicional, com o olvido de todas as ofensas, assegure a paz e a renovação de tudo.

Nesse ínterim, uma criança doente chorou em alta voz num aposento contíguo.

O Mestre pediu alguns instantes de espera e saiu para socorrê-la, mas, ao regressar, debalde buscou a presença dos aprendizes fervorosos e entusiastas.

Na sala modesta de Pedro não havia ninguém.”

Irmão X

Referência

1 – Irmão X – “Aprendizes e Adversários”, em “Contos Desta e Doutra Vida” – psicografado por Chico Xavier

Irmão X é o pseudônimo de Humberto de Campos, que foi jornalista, político e escritor brasileiro. Nasceu no Maranhão em 1886, e morreu no Rio de Janeiro em 1934.
Membro da Academia Brasileira de Letras, além das crônicas, contos e artigos de crítica literária, publicados em jornais e revistas, escreveu dezenas de livros.
Depois do desencarne, começou a escrever através do então jovem médium Chico Xavier, dando início a uma nova fase para o espiritismo no Brasil.
Com a grande quantidade de livros que começaram a ser publicados, a família de Humberto de Campos moveu ação judicial contra a FEB exigindo direitos autorais pelas obras de além-túmulo, o que levou o autor espiritual a adotar o pseudônimo de Irmão X.
Fonte: FEB – Federação Espírita Brasileira

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