
Quem já sentiu a depressão por perto sabe como é sentir-se distante de si mesmo.
Na onda do Setembro Amarelo li em algum lugar que os padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo passaram por períodos críticos em suas vidas devido à depressão. Puxa vida, mas nem mesmos os emissários de Deus escapam desta doença que parece que irá assolar o mundo como uma nova peste?
Como percebemos, a depressão não se importa se você é rico ou não, se você é famoso ou um fã, não, ela não está nem aí. Em vários momentos somos pegos de surpresa pela notícia de que algum grande ídolo resolveu dizer que sofre de depressão, e assim o fazem como uma forma de poder estender a compreensão sobre o que é a doença e da importância de se tratar.
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Na maioria das vezes não percebemos que alguém possa ter depressão. Insidiosa, ela passa despercebida, invisível sob sorrisos, piadas e brincadeiras, nos engana escondendo dores e tormentos interiores que parecem fazer a alma sangrar em aflições, pensamentos autodestrutivos e sentimento de impotência.
A sensação de que o mundo está contra você é avassaladora, parece que os amigos se afastam e não te acolhem, você se sente perseguido, em cada olhar à sua volta parece existir um universo de condenações. Como se o chão se abrisse em um terrível e sombrio buraco, onde até a família parece reprovar tudo que você faz ou deixa de fazer.
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Impressionante como esse desequilíbrio químico que afeta o cérebro é capaz de produzir tantas e fortes emoções e sentimentos horrorosos de forma tão alucinante que, em muitos momentos, você até deseja que o mundo todo pare para que você possa tentar saber o que fazer para arrancar de dentro de você tanta angústia, dor, medo e sofrimento.
Ela tem altos e baixos, fases difíceis e outras mais amenas, “Há picos e vales, mas eles são sempre cavados e suavizados para que você sinta um permanente desespero e fique sem respostas, mesmo que viva bem”, conforme descreve Jim Carrey, um dos ícones do cinema que também disse que “Você consegue sorrir quando está no trabalho, mas continua em um baixo nível de aflição. Às vezes sinto-me doente de mim mesmo.”
Ao contrário do que pensamos sofrer depressão não nos faz sentir sem esperança e desanimado por todo o tempo, pois os sintomas variam muito em intensidade e presença, e é muito importante que percebamos que o que diferencia a depressão da tristeza é a permanência dos sintomas por um longo tempo.
“O problema começa quando o sentimento debilita a qualidade de vida do doente, se manifestando durante a maior parte do dia, quase diariamente, por um período de duas semanas, no mínimo”, explica o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, superintendente técnico da Associação Brasileira de Psiquiatria.
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Na gangorra da depressão, mesmo nos períodos em que os sintomas estão um pouco serenos, permanece uma sensação de que há algo errado causando sensações de angústia, aflição e agonia.
Mesmo existindo pessoas que param totalmente suas tarefas e ficam quietas em isolamento, a grande maioria leva sua vida na medida do possível continuando nas suas tarefas no trabalho, nos estudos e nas demais atividades, podendo inclusive aparentar na frente das pessoas bom humor e alegria.
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Tem uma história em que uma pessoa vai ao médico e diz que anda muito triste, sente-se sozinha, tem vontade de chorar a toda hora, enfim desconfia que está deprimida.
O médico lhe fala que a melhor coisa que ela poderia fazer é ir ao circo que está na cidade e ver o famoso palhaço que faz todo mundo rir sem parar, que isso lhe faria muito bem.
Mas para surpresa do médico ela responde: “Mas doutor, eu sou o palhaço.”
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Como sabemos, a depressão será em breve a maior causa incapacitante do ser humano, por isso é muito importante ter informações corretas sobre essa doença para poder perceber os mais sutis sinais e buscar auxilio para si ou outras pessoas.
A depressão é uma doença controlável, através de tratamento adequado é possível recuperar a qualidade de vida e com a informação correta sobre os sintomas, evitar as recaídas.
Não deixe o seus pensamentos ficarem habitando os becos escuros de sua mente, a primeira coisa a se fazer ao perceber algum sinal da depressão é procurar ajuda médica. Ao ser constatada a doença, o tratamento pode ser feito através de medicamentos e também de terapia com psicólogos, além de atividades físicas.
José Batista de Carvalho
com informações de Cine Pop e CBS News
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Muito obrigado pelo seu texto, caro José Batista de Oliveira! Ainda que a depressão seja uma velha conhecida minha, é sempre bom saber que há pessoas como você que, de algum modo, se importam e elucidam o tema para ajudar a combater este mal que assola tanta gente.