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Autoconhecimento: definição, importância e benefícios na prática

imagem de uma mulher espelhado sobre marcações milimetradas expressando simbolicamente o autoconhecimento

O caminho que percorre a vida e a história.

O autoconhecimento tem sido tema relevante há algumas décadas, ganhando espaço em prateleiras de livros, em pequenos salões ou amplos auditórios, e em cliques nas páginas digitais. Bem na verdade, ele não é assunto recente, sua história começa há milênios.

Conta o Antigo Testamento que os primeiros seres originais, Adão e Eva, teriam provado da Árvore do Conhecimento. Ainda que vivessem num verdadeiro paraíso, a vontade de descobrir teria sido mais forte do que continuar numa vida paradisíaca. Embora a perda de regalias e o prenúncio de sofrimentos, a curiosidade e o desejo de conhecer falaram mais alto. Foi então que decidiram provar o fruto do Conhecimento – simbolizado na maçã – o que os levou a adentrar um novo mundo: o mundo interior, para ser desbravado e palmilhado passo a passo, enfrentando seus obstáculos, percorrendo planícies de sofrimento, deliciando-se com suas belezas.

Na Grécia Antiga, o Templo de Delfos – o templo de Apolo, o Deus do Sol – para onde se dirigiam os sábios e ilustres para ouvir os conselhos da Pitonisa, tinha na entrada a célebre inscrição “Conhece-te a ti mesmo”. Uma advertência a todos que entrassem em busca de sabedoria e conhecimento que a fonte maior e inesgotável devia ser procurada no íntimo de cada um.

Posteriormente, filósofos gregos, mestres espirituais como Buda e Jesus, todos indicaram a necessidade de buscar a introspecção e o conhecimento profundo de si mesmo para superar as dificuldades cotidianas e alcançar a desejada felicidade.

Em tempos modernos, a busca pelo autoconhecimento se popularizou e se tornou mais fácil.

Na época contemporânea, linguagens adequadas aos novos tempos foram sendo construídas e divulgadas. Comprovações científicas se uniram para dar credibilidade a elementos fundamentais do autoconhecimento, como a permeabilidade da energia, o estudo do cérebro e da mente humanas, a compreensão da psique e do intrincado complexo emocional como agentes fundamentais no direcionamento de atitudes.

A Revolução Industrial trouxe uma das grandes transformações por que passou a humanidade, um salto gigantesco na concepção da sociedade e suas diretrizes de progresso. Meios de produção em escala e a condensação em sociedades urbanas criaram novos paradigmas, popularizando o consumo. Com isso, o consumismo começou a crescer e tomar corpo, a felicidade começou a tomar uma dimensão matemática, expressa em cifras, valores, quantias. Mas os crescentes níveis de insatisfação não fechavam essa conta. Criava-se, então, um conflito pela incoerência vivida entre a prometida felicidade do ter-tudo e o vazio existencial não preenchido pelos bens materiais. Com isso, originaram-se debates sobre a real necessidade de buscar e a melhor forma de encontrar a felicidade.

Veio a percepção de uma necessidade de retroceder no tempo – apesar de todos os avanços – retornando ao cerne da questão do conhecimento interior. A era da tecnologia trouxe a disponibilidade imediata do conhecimento: informações ficam à mão, ao toque dos dedos conseguem-se textos, vídeos, palestras. Tudo tão rápido e fácil, instantâneo e imediato. E nesse imediatismo começaram a surgir as frustrações, frutos das dificuldades em conseguir, com a mesma rapidez, alcançar a ainda desejada felicidade.

A chave que abre as portas da determinação e da persistência.

O autoconhecimento é uma chave mestra, mas não uma chave mágica. O seu resultado não é imediato, nem lento. O seu percurso não é agradável, nem sofrido.

É como uma viagem que cada um percorre a seu tempo, de acordo com suas possibilidades e suas preferências. Alguns vão em largas passadas, outros numa caminhada contemplativa, podendo ter paradas ao longo do trajeto; em companhia de uma pessoa ou de um grupo pequeno ou grande, mas cujo trajeto final normalmente deve ser feito sozinho.

Surgem, muitas vezes, obstáculos que obrigam a dar uma volta mais longa, às vezes até a retroceder no percurso. Mas os avanços percebidos se tornam motivadores e a determinação é uma necessária aliada.

Autoconhecimento é sinônimo de felicidade?

Uma das principais conquistas desejadas pelas pessoas é a felicidade. Hábitos sociais que foram se consolidando ao longo do tempo, entretanto, levaram a conduzir essa busca sempre voltada para o exterior, priorizando a satisfação obtida seja pela posse de bens materiais como pelo sentimento de realização conseguido através de poder, sucesso, status, fama.

Nem sequer nos lembramos de olhar para dentro, para nosso interior, para compreender, refletir e transformar os elementos pessoais, aos quais só nós temos acesso. Aspectos sobre os quais só nós temos responsabilidade e, portanto só nós temos a possibilidade de transformar para conseguir uma vida melhor, mais feliz, mais saudável, mais plena.

Sob este prisma, em função dessa transformação possibilitada pelo autoconhecimento, ele pode ser considerado como uma forma de alcançar a felicidade, que vem como uma consequência, e não como a finalidade em si.

Quando nos propomos a nos conhecermos mais profundamente, descobrimos ou reforçamos inúmeros conceitos a respeito de nós mesmos, desse complexo microcosmo que é a nossa vida.

Os principais elementos que compõem o autoconhecimento.

O autoconhecimento é um processo de interiorização que procura trazer ao nível consciente aspectos de experiências pessoais do passado que continuam agindo no presente. Quando esses aspectos são reconhecidos e compreendidos é possível transformar os padrões e crenças que deles se originaram e se manifestam hoje como bloqueios em áreas da vida.

Podemos, portanto, dizer que se autoconhecer é conhecer-se profundamente, como um ser integral, tendo a consciência das falhas (ou qualidades menos apreciáveis) a serem transformadas e das qualidades a serem aprimoradas.

1 – O pensamento é a base sobre o qual a vida se alicerça.

O pensamento é a força criativa e impulsionadora da vida. É a partir desse fios de ideias que as ações tomam forma e se concretizam, traçando caminhos, consolidando destinos. Apesar disso, muitas vezes não compreendemos o poder do pensamento como uma força geradora, capaz de construir e edificar, mas que também podem agir no sentido inverso.

Muitos conteúdos mentais estão armazenados no subconsciente e emergem quando despertados por algo que evoque uma lembrança da situação em que se originaram. Eles podem trazer boas lembranças, de fatos agradáveis, assim como podem nos fazer reviver momentos de sofrimento, insegurança, desilusão. A este conjunto damos o nome de sistema de crenças, isto é, aquilo que vivenciamos, se tornou realidade para nós e no qual acreditamos.

O problema reside no segundo grupo, aqueles que chamamos de pensamentos negativos. São aqueles que nos trazem a sensação de dificuldade, de incapacidade, de derrota. É a eles que devemos prestar especial atenção, pois ele se tornam hábitos ao quais não atentamos, mas que conservam o poder de definir os rumos de nossas vida, independentemente da consciência que tenhamos disso. Naturalmente, cada pensamento cria à sua semelhança, de acordo com a vibração que emite e, dessa forma, esse tipo de pensamento vai dar origem a uma realidade também negativa, insatisfatória.

Por analogia, percebemos a importância de exerceremos uma ação consciente para manter a mente ocupada por pensamentos capazes de emitir energias positivas, restauradoras, edificantes. Desta forma, compreendemos que manter os pensamentos positivos, otimistas, voltados para o bem, é muito mais que um modo de ver as coisas: é o modo como vão ser delineados nossos próximos passos, ou seja, como será a nossa realidade.

Mais sobre “pensamento”, leia Como a sua vida é criada pelo poder da mente.

2 – Como as emoções definem o nosso futuro.

As emoções são a tônica que orienta a nossa vida, dão o matiz com que colorimos nossos sonhos e nossas decepções também.

Elas indicam a direção que nossos pensamentos vão tomar na construção da nossa própria realidade. Pois a realidade não é o mundo lá fora, mas o mundo aqui dentro que extravasa e toma forma. Portanto, não existe uma realidade para todo mundo, mas a realidade que cada um vê e sente.

Mas a emoções não são sempre perceptíveis e identificáveis. Existem aquelas que se escondem nos mais recônditos do nosso ser, por serem expressões de acontecimentos que uma proteção natural mantém isolados para nos proteger de mais sofrimento emocional. Contudo, o distanciamento não impede a sua ação. Ela ocorre e se manifesta independente de nossa consciência dessa ação intrusiva e manipuladora, e determina as condições de nossa vida agindo à nossa revelia.

Por outro lado, existem aspectos nossos que não são tão agradáveis de serem considerados: autoestima enfraquecida, medo, vergonha, irritação, arrogância, vaidade, entre outros que compõem o que pode ser chamado de sombras ou aspectos negativos, dos quais temos conhecimento, sentimos sua presença e até sua manifestação em atitudes que tomamos.

Embora não gostemos de admiti-los, reconhecer que eles estão em nós, que são parte integrante e importante de nossa constituição como seres humanos é fundamental. Pois só assim conseguiremos buscar os meios para realizar o que é necessário: transformá-los em forças positivas e impulsionadoras. Não podemos transformar o que não reconhecemos. E ignorar esses aspectos não faz com que desapareçam; na verdade, nos expomos ao risco de que eles surjam repentinamente, criando mais problemas para nós.

Mais sobre “emoções”, leia A importância do papel das emoções em nossa vida.

3 – Porque é importante conhecer o conceito de energia.

Apesar de sua aparência sólida, nosso corpo material é composto por energia, assim como tudo o que existe no Universo. Desta forma, ficamos constantemente promovendo contatos e trocas energéticas com o ambiente, com outras pessoas, com outros seres.

A energia pode transmitir e receber vibrações de ordem positiva ou negativa, e nosso bem-estar depende da influência à qual estamos expostos. Embora não tenhamos controle absoluto sobre essa exposição, podemos exercer o controle de sua influência sobre nós.

Portanto, é importante conhecer os mecanismos de ação e interação da energia, para não sofrer consequências indesejáveis. E, sobretudo, podermos direcioná-la de modo a ser benéfica para nós mesmos e para os outros.

4 – As definições de nosso ser interior.

Compreendemos que temos uma essência divina, também chamada de ser superior, ou self, ou alma, ou outros nomes originados de diferentes correntes de estudos da complexidade do ser humano. Vamos convencionar chamar de essência esse nosso ser interior, a nossa ligação com a espiritualidade superior.

Com a compreensão advinda do autoconhecimento conseguimos obter a chamada “expansão da consciência”. Isto é, expandimos nosso campo vibracional que se liga ao centro de nosso ser, de nossas virtudes, de nossa centelha divina.

Essa ligação nos possibilita ter maior clareza mental, mais serenidade e confiança, um modo de viver centrado e que traz a sensação de felicidade e paz de espírito.

5 – A importância da espiritualidade para o desenvolvimento pessoal.

A espiritualidade não deve ser entendida num contexto religioso, no sentido de conceitos e práticas adotados pelas diversas vertentes, sendo essa uma escolha pessoal.

Na concepção do autoconhecimento, podemos defini-la como uma profunda conexão com uma energia que transcende a vida física, detentora de grande poder criador, do qual nos originamos e ao qual nos integramos como extensões dessa mesma energia. Naturalmente, isto implica na aceitação dessa energia extrafísica, indefinível e até incompreensível dentro de nossos padrões de conhecimento racional, por não ser visível, material, palpável, e que foi designada por várias nomenclaturas.

Os fatores, entretanto, relevantes para os objetivos do autoconhecimento, situam-se em dois pontos principais. Um deles, a prática e aprimoramento de valores como compaixão, humildade, honestidade, compreensão, gratidão e outros que permitem a convivência respeitosa entre os seres. E o segundo, o reconhecimento da energia criadora pessoal, que nos confere o sentido de confiança, de capacidade realizadora, de superação.

Mais sobre “espiritualidade”, leia Os caminhos da espiritualidade rumo ao Eu Sou.

O autoconhecimento não é uma escolha, é só uma questão de tempo.

Em sua grande maioria, o interesse pelo autoconhecimento começa após acontecimentos traumáticos ou recorrentes, quando se é invadido pela sensação de frustração e desamparo. Surge, então, a necessidade de buscar auxílio para se libertar do sofrimento, das dúvidas, das crises, algo que possa solucionar nossos problemas.

Começa, então, a despontar a compreensão da responsabilidade pessoal para se alcançar as melhorias desejadas, as mudanças pretendidas, através do reconhecimento da existência de padrões e conceitos fixados que conduzem a vida.

Quando a carga emocional é aliviada, abrimos espaço para a expansão da consciência. Conseguimos nos libertar, ou ao menos aliviar, a carga de pensamentos e sentimentos negativos.

Abre-se espaço e oportunidade para a compreensão da vida em outro nível, o nível da espiritualidade. Surge a compreensão da ligação interior que mantemos com o poder Criador do Universo, por sermos parte desse Todo. Entendemos que possuímos um potencial poderoso e ilimitado, e cabe a nós descobrir os meios de acessar esse vasto manancial.

Ainda que as experiências da vida tenham nos levado a uma situação de perda, a um sentimento de vazio, onde não há nada, tudo é possível.

Afinal, onde se dissiparam as sombras, sobrevém a luz.

Rompendo barreiras e limites com o autoconhecimento. 

Transformar o conhecimento advindo das experiências em sabedoria é a transposição dos limites da personalidade para a integração com o Eu Divino. É a diferença que existe entre livrar-se de memórias e recobrar a memória de sua essência. Mergulhar no mais profundo de seu ser, encontrar-se com a resposta há tanto tempo procurada. Em seguida subir e conseguir caminhar serenamente sobre as águas profundas das emoções serenadas.

Não precisamos mais procurar respostas, e permitimos que a paz e a luz nos alcancem e envolvam em sua Essência Amorosa. Passamos, então, pelos problemas e dificuldades desta vida como se tudo estivesse em paz, pois a paz está em nosso coração.

Deixamos, assim, de ser frutos de nossas lembranças, de nossas crenças, condicionamentos e sofrimentos, e podemos ser o que sempre fomos e para sempre seremos.

Agora não somos alguém que passa pela vida, mas a própria Vida, abraçados, envoltos e integrados ao Amor primordial. E então, temos paz para difundir ao mundo. Somos a luz que ilumina o mundo.

Noemi C. Carvalho

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