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Cairbar Schutel

A vida de Cairbar de Souza Schutel.

Cairbar de Souza Schutel nasceu no Rio de Janeiro, em 22 de setembro de 1868, e foi um dos grandes divulgadores do Espiritismo, tendo atuado como farmacêutico, político e filantropo.

Ele perdeu o pai antes de completar nove anos de idade, em abril de 1878. Em setembro nasceu o irmão, Antero, mas que viveria apenas por quatro anos, e poucos dias depois perdeu também a mãe, em decorrência de febre puerperal.

Com a morte da mãe, foi, juntamente com os outros irmãos, viver com o avô paterno, Dr. Henrique Schutel, no Rio de Janeiro, que era a capital federal na época. Seu avô, nascido em Milão, foi um dos pioneiros da imigração italiana no Brasil. Médico e empreendedor, sua família era de origem suíça, entretanto radicou-se em Milão.

Sob os cuidados do avô, Cairbar começa a frequentar o Colégio Pedro II, mas abandona o curso em 1880, para trabalhar em uma farmácia como aprendiz, onde se especializou como farmacêutico prático, adquirindo conhecimentos na manipulação de xaropes, poções e essências, e na nomenclatura dos medicamentos.

A mudança para São Paulo.

Em seguida, aos 17 anos, mudando para o Estado de São Paulo, passou pelas cidades de Piracicaba e de Araraquara, onde, em 1895, devido a um surto de febre amarela, atuou no combate à moléstia, como prático de farmácia.

Em 1896 chegou à pequena povoação da Vila Senhor Bom Jesus das Palmeiras, atual município de Matão. Ali se estabeleceu com uma farmácia na esquina hoje formada pela Rua Rui Barbosa com a Avenida 28 de Agosto.

A atuação de Cairbar foi decisiva para que Matão subisse de povoado para a categoria de município, sendo o seu primeiro intendente, cargo equivalente ao atual prefeito. Ele era respeitado por todos na cidade, e comprou com os seus próprios recursos o prédio para a instalação da prefeitura.

Como homem público, destacou-se pelo seu interesse e atuação nos problemas das pessoas e nas causas primordiais que servissem de auxílio aos mais necessitados. Foi consagrado com o título de “O Pai dos Pobres” da cidade, pois dava remédio de graça aos carentes e utilizava a sua própria casa para acolher os doentes.

Conhecendo o Espiritismo.

Católico romano por tradição, Cairbar Schutel buscava respostas para o insistentes sonhos que tinha com os seus falecidos pais. Mas ele não encontrava respostas satisfatórias nas explicações do padre local.

Foi assim que, em 1904, passou a frequentar sessões de tiptologia (comunicação obtida por uma sucessão de pancadas ou batidas curtas) com a trípode (pequena mesa com três pés), à feição das sessões que se realizavam na França e em outras partes do mundo, que despertaram o interesse de Allan Kardec, o que deu origem à codificação da doutrina espírita.

As sessões frequentadas por Cairbar foram realizadas na casa de um amigo, Manuel Pereira do Prado – mais conhecido por Manuel Calixto, cujo pai era espírita.

Procurado por Cairbar, o pai de Manuel lhe relatou que havia dois anos que não fazia mais sessões espíritas, pois ali só se comunicavam espíritos atrasados, que pediam missas, e os pedidos eram tantos que ele tinha que arrumar dinheiro para encomendar as missas.

Intrigado com a opinião do velho Calixto, ele pediu para que pudesse assistir a um trabalho mediúnico, no qual Calixto recebeu uma mensagem de elevado cunho espiritual, o que sensibilizou Cairbar.

Tempos depois, ele teve o afloramento de suas faculdades mediúnicas, sobressaindo a da psicografia, por meio da qual o pai se manifestou, provando, assim, a sua sobrevivência.

Constatou, então, nessas sessões espíritas, que a vida continuava além do túmulo. Resolveu, portanto, aprofundar-se no conhecimento doutrinário, estudando as Obras Básicas de Allan Kardec, bem como outras publicações espíritas.

Abraçou o Espiritismo, tornando-se um dos seus expoentes e maiores divulgadores, enfrentando bravamente a ira dos que não queriam que as ideias espíritas proliferassem.

A dedicação de Cairbar Schutel à doutrina espírita.

Devido ao empenho, motivação e luta constante com que se dedicou à divulgação da doutrina espírita ao longo de sua vida, Cairbar Schutel é conhecido ainda hoje, entre os espíritas, como o “Bandeirante do Espiritismo”.

Logo em seguida, em julho de 1905 fundou o “Grupo Espírita Amantes da Pobreza” (atual Centro Espírita O Clarim), o primeiro centro espírita em toda região daquela zona paulista. No mês seguinte, fundou o notório jornal espírita “O Clarim”, ainda em atividade.

Em 1925 fundou a RIE – Revista Internacional de Espiritismo, publicação mensal dedicada aos estudos dos fenômenos anímicos e espíritas, que contava com a colaboração de eminentes mentalidades mundiais. Entre 1936 e 1937 profere, aos domingos, as conhecidas “Conferências Radiofônicas”, através da Rádio PRD-4, de Araraquara, publicadas em livro no mês de setembro de 1937, além de mais de uma dezena de obras publicadas.

A dedicação ao próximo.

Além de seu extenso trabalho para a divulgação e esclarecimento do Espiritismo, Cairbar socorria os pobres e os enfermos com grande dedicação. Ficou conhecido como “O Pai dos Pobres de Matão” e “O Apóstolo de Matão” por seu grande trabalho de caridade.

Cairbar fornecia medicação gratuitamente aos carentes e utilizava a sua própria casa para acolher os doentes. Sua residência tornou-se numa espécie de “Casa dos Pobres”, até que, em 1912, fundou um pequeno hospital de caridade, para atender aos necessitados.

Dois anos mais tarde, em 1914, começou a visitar os presos na Cadeia Pública de Matão, onde era chamado sempre que algum detento era acometido de surto psicótico. Em 1917 estendeu as visitas aos detidos na Cadeia de Araraquara, onde também proferia palestras.

De acordo com Zêus Wantuil no livro Grandes Espíritas do Brasil, a personalidade de Schutel era de um:

“Polemista emérito, jamais se curvou as injunções e às perseguições que naqueles tempos se moviam ao Espiritismo. Os próprios adversários do Espiritismo não tinham coragem de atacá-lo, tão grande era a sua projeção moral. E a grandeza da sua dedicação fazia que o estimassem, cheios de respeito.”

O respeito e o amor de Cairbar Schutel por todas as criatura de Deus.

Cairbar Schutel era também um grande defensor dos animais, reconhecendo neles nossos companheiros de vivência terrestre. Segundo ele, os animais são seres em evolução neste planeta, assim como nós, e por isso merecem todo o nosso amor e dedicação.

Antes de ele próprio se alimentar, garantia que seus irmãos menores estivessem alimentados. Segundo a Revista Internacional de Espiritismo, um exemplo de sua compaixão pelos animais foi quando “aposentou” seu cavalo Cabrito por conta do seu empenho e idade avançada.

Ainda de acordo com a revista, outro animal de estimação que Schutel tinha era o gato Nhonhô, que foi homenageado pela Revista Internacional de Espiritismo, em 1932.

Schutel explicava em seus periódicos como devemos agir com nossos companheiros de jornada. Ele recomendava que devemos ter um comportamento salutar em favor desses espíritos, afirmando que devemos prestar atenção às emoções que os animais sentem.

Vós que vedes luzes nestas letras, que traçam a estrada da Evolução Espiritual, tende compaixão dos pobres animais. Sede bons para com eles como desejais que o Pai Celestial vos cerque de carinho e de amor.

Não encerreis os pássaros em gaiolas, renunciai às caçadas, acariciai os vossos animais, dai-lhes remédios na enfermidade e repouso na velhice. Lembrai-vos que os animais são seres vivos que sentem, que pensam, que se cansam e que têm força limitada, que adoecem e que envelhecem.

Tratai bem os vossos animais, limpai-os, curai-os, alimentai-os. Acariciai os vossos animais dai-lhes remédio na enfermidade, tratamento, liberdade e repouso na velhice!

Os animais são vossos companheiros de existência terrestre. Como vós, eles vieram progredir, estudar e aprender. Sede seus anjos tutelares.

Sede benevolentes, porque também em comparação aos Espíritos Divinos, de quem implorais luz e benevolência, sois asnos sujeitos à ação reflexão do bem e do mal!

Sede benevolentes para com os seres inferiores, como é benevolente, para com todos, o nosso Pai que está nos Céus!”

Cairbar Schutel, no livro “Gênese da Alma”.

O retorno à pátria espiritual.

Após curta enfermidade, Cairbar Schutel retornou à Pátria Espiritual na tarde de 30 de Janeiro de 1938, aos 69 anos de idade, vítima de um aneurisma cerebral.

Na mesma noite, deixando o testemunho da sobrevivência do Espírito para os companheiros de lutas, Cairbar se manifestou através do médium Urbano de Assis Xavier, para que os companheiros de Redação d’O Clarim, mantivessem o ânimo e a certeza de que ele estaria sempre presente e trabalhando em prol de um nobre ideal.

Cairbar Schutel expressou essa certeza numa frase que está gravada na lápide de seu túmulo: “Vivi, vivo e viverei porque sou imortal”.

Equipe de Redação LêAqui

Fontes:
Casa Editora O Clarim
União Espírita Mineira (UEM)
Wikipedia
Animais e o Espiritismo
TV Mundo Maior

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