
Nas obras e na vida de Chico, sempre temos oportunidades para a reflexão.
Divaldo Franco, em uma de suas palestras, contou um belo caso de Chico Xavier envolvendo pessoas que moravam debaixo de uma ponte.
Chico Xavier psicografou inúmeras obras compartilhando, assim, os ensinamentos de elevadas entidades espirituais com esclarecimentos e orientações para a nossa vida. Além disso, a sua própria vida é um manancial de fatos que mostram a importância da fé, da esperança, da prática do amor.
Divaldo contou assim:
“Chico Xavier tinha o hábito de visitar famílias que moravam sob uma velha ponte. Um dia esta ponte ruiu deixando, assim, aquelas famílias ainda em piores condições.
Chico Xavier, sua irmã Luísa e alguns amigos da cidade de Pedro Leopoldo se reuniram, então, a fim de conseguir víveres para serem doados àquelas famílias.
Os colaboradores, todos muito pobres, com salários deficientes mas com muita boa vontade, coletavam os excedentes de legumes e verduras das feiras para distribuírem, anonimamente, no sábado, à noite, aos necessitados da ponte.
Houve um dia, porém, em que ele, Luísa e seus auxiliares não tinham absolutamente nada. Ficaram preocupados, porque aquela gente estava faminta.
As pessoas da ponte não entenderam e isso entristeceu Chico.
Foi então que apareceu Dr. Bezerra de Menezes e disse a Chico:
– Coloque algumas bilhas d’água, pois vamos magnetizá-las e você distribuirá essa água às famílias da ponte. Ao menos você levará alguma coisa. E usando o seu ectoplasma, o de Chico Xavier e das pessoas, a água adquiriu suave odor.
Em seguida, depois da reunião convencional do sábado, eles se dirigiram para a ponte. Quando lá chegaram haviam umas duzentas pessoas entre carentes e doentes.
Eles não tinham como expressar a sua angústia, o seu constrangimento por não terem nada para lhes oferecer, a não ser a água magnetizada que levavam.
O povo não entendeu o que era água magnetizada e não sabia da sua importância.
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Chico Xavier subiu numa parte da ponte e, com muito carinho, assim falou àquelas pessoas:
– Meus irmãos, hoje não tenho nada para lhes oferecer.
As pessoas ficaram de mau humor, porque acostumaram-se que sempre lhes eram oferecidos donativos e alimentos. Não aceitaram o fato de Chico Xavier estar de mãos vazias, não tendo nada para lhes oferecer.
Eles foram desrespeitosos e então Chico Xavier começou a chorar.
A energia do ambiente mudou e a ajuda chegou.
Mas de repente uma mulher se levantou e falou:
– Alto lá, esse homem e essas mulheres vêm sempre aqui nos ajudar. Hoje eles não têm nada para nos oferecer e cabe-nos dar a eles a nossa alegria. Vamos cantar!
Enquanto ela estava falando, chegou um caminhão e o motorista gritou do outro lado da estrada:
-Quem é Chico Xavier?
O nosso Chico foi até lá e o motorista o interrogou:
– Chico, você se lembra do Dr. …
E declinou-lhe o nome. Era um casal que havia perdido o filho e Chico compadeceu-se muito da sua dor. Numa das suas reuniões o filho desencarnado veio acompanhado por Dr. Bezerra e deu-lhes uma bonita mensagem.
– Um dia Chico, eu hei de retribuir-lhe de alguma forma, disse-lhe, na época, o pai comovido.
E o homem ficou muito grato, também, a Dr. Bezerra de Menezes.
– Eu estou trazendo esse caminhão de alimentos – continuou o motorista – mandado pelo Dr. … que me deu o endereço lá do Centro Espírita. Tive um problema na estrada e me atrasei.
Quando passei na porta do Centro estava tudo fechado e apareceu-me, então, um senhor de idade, de barba branca e me perguntou: “O que você deseja meu filho?”
Eu respondi que estava procurando pelo senhor Chico Xavier. Ele então orientou-me, dizendo:
– Siga em frente, ande por essa estrada até uma ponte caída, chegando lá, chame por Chico Xavier e diga-lhe que fui eu quem lhe mandou.
Então eu perguntei:
– Quem é o senhor?, e ele respondeu:
– Sou Bezerra de Menezes.
Chico, muito contente, exclamou, olhando para o povo:
– Gente, chegou!”
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fonte: Histórias de Chico Xavier, Grupo de Estudos Allan Kardec