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Como amar os inimigos de forma sincera para ficar em paz

amar os inimigos

Como amar alguém por quem sentimos raiva.

Jesus disse que devemos amar os nossos inimigos, pois é muito fácil amar aqueles a quem já se quer bem. (Mt 5:43 a 47).

Afinal, mesmo quando Ele nos disse para amarmos ao próximo, não incluiu nenhuma condição ou restrição quanto a quem seria esse próximo, nem estabeleceu um critério para que selecionássemos quem seria digno de nossa consideração.

Mas nós vemos como inimigo aquela pessoa que, de alguma forma, nos fez mal, nos prejudicou, nos traiu, ou seja, nos trouxe infelicidade, raiva e desgosto.

Como, então, podemos devotar um sentimento de afeto se, só de pensar nessa pessoa, voltam todas as emoções de revolta que escurecem a mente?

O sentido da palavra amar.

Essa pergunta é respondida por Allan Kardec¹, que se dedicou ao estudo do Evangelho à luz dos esclarecimentos fornecidos por inúmeros benfeitores espirituais.

De acordo com Kardec, amar ao próximo “representa uma das maiores vitórias alcançadas contra o egoísmo e o orgulho.”

Mas precisamos compreender o sentido da palavra “amar”. Certamente Jesus não pretende de nós que possamos sentir por alguém que se indispôs conosco o mesmo afeto que sentimos por um amigo, por uma pessoa a quem queremos bem verdadeiramente.

“A ternura pressupõe confiança; ora, ninguém pode depositar confiança numa pessoa, sabendo que esta lhe quer mal; ninguém pode ter para com ela expansões de amizade, sabendo-a capaz de abusar dessa atitude. Entre pessoas que desconfiam umas das outras, não pode haver essas manifestações de simpatia que existem entre as que comungam as mesmas ideias. Enfim, ninguém pode sentir, em estar com um inimigo, prazer igual ao que sente na companhia de um amigo”, explica Kardec.

Essa impossibilidade de sentir o mesmo tipo de afeto por um amigo e por um inimigo tem um fundamento que obedece a uma lei física: a da assimilação e da repulsão dos fluidos.

Kardec esclarece que o pensamento inferior e negativo nos envolve com sua energia densa e pesada, que traz mal-estar. Por outro lado, o pensamento bom e amoroso nos envolve com vibrações suaves e benéficas.

E é assim que se explica a diferença de sentimentos que experimentamos quando ficamos próximos de uma pessoa a quem queremos bem ou vemos se aproximar alguém que consideramos inimigo da nossa paz.

Portanto, é natural sentirmos dificuldade em abrigar os mesmos sentimentos por pessoas que marcaram a nossa vida por atitudes que deixaram gravadas sensações opostas.

Amar também é perdoar.

Mas como, então, aplicar os preceitos que Jesus nos indicou para podermos manter a paz em nosso coração e não cairmos no charco dos sentimentos inferiores quando vemos ou pensamos em alguém que nos traz lembranças ruins?

Segundo Kardec, “amar os inimigos não é, portanto, ter-lhes uma afeição que não está na natureza, visto que o contato de um inimigo nos faz bater o coração de modo muito diverso do seu bater, ao contato de um amigo.

Amar os inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança. É perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem. É não opor nenhum obstáculo à reconciliação com eles, e desejar-lhes o bem, e não o mal.”

E ele continua afirmando que também devemos manter bons sentimentos quando sabemos que algo de bom aconteceu na vida de nosso inimigo.

Ainda mais, evitar qualquer palavra ou atitude que possa ser prejudicial e, inclusive, prestar-lhe auxílio se houver necessidade, retribuindo o mal com o bem, mas sem intenção de humilhar.

“Quem assim procede preenche as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos.”, esclarece Kardec.

Perdoar os nossos inimigos é uma forma de amar todos os nossos semelhantes.

Perdoar, como muitos pensam, não é um ato de fraqueza, de submissão. Ao contrário, demonstra que aceitamos as provas que se apresentam, e que as vencemos com paciência, resignação e confiança, sabendo que fazem parte de nossa jornada evolutiva.

E quando superamos dificuldades específicas, elas são como missões cumpridas, pelas quais não temos mais que passar. Outras situações, provavelmente, outros tipos de dificuldades podem surgir, mas cada uma delas representa um degrau que avançamos rumo a uma vida mais plena.

Portanto, perdoar os nossos inimigos é não se deixar dominar pelos sentimentos de raiva e de vingança, que só deixam uma emanação negativa ao nosso redor e atraem mais pessoas e situações dessa mesma faixa vibratória.

O perdão nos permite viver com mais paz e serenidade, fazendo crescer as qualidades nobres da alma, cumprindo mais uma etapa de nossa trajetória espiritual.

Dessa forma, seguimos as orientações do Cristo para o nosso aprimoramento, pois o perdão profundo e verdadeiro é uma forma de amar até mesmo aqueles que se mostraram nossos inimigos.

Noemi C. Carvalho

1 – “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec – Capítulo XII – Amai os vossos inimigos

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