
O Papa Francisco fala sobre o verdadeiro Natal.
Revendo algumas mensagens do Papa Francisco de Natais passados, encontrei, numa delas, uma bela reflexão para estes dias que antecedem a época natalina. O Papa diz: “Não tirem Jesus do Natal: Jesus é o centro do Natal, Jesus é o verdadeiro Natal”.
O Papa falou sobre a verdadeira alegria, aquela que não se compra. Segundo ele, a alegria do cristão não deve jamais ser perdida, mesmo quando as coisas não acontecem conforme gostaríamos.
Ele relembra que “São Paulo nos convida a preparar a vinda do Senhor assumindo três atitudes: a alegria constante, a oração perseverante e a contínua ação de graças”.
A primeira atitude é a alegria constante.
“Vivam sempre contentes”, são as palavras do apóstolo Paulo. O Papa diz que sempre ficamos contentes quando as coisas vão bem, mas precisamos também ficar alegres mesmo quando as coisas não acontecem segundo os nossos desejos. Essa é a manifestação da alegria profunda, que é a própria paz. A paz é uma alegria.
“As angústias, as dificuldades e os sofrimentos, – continua o Papa explicando – atravessam a vida de cada um de nós. E em muitas ocasiões a realidade que nos circunda parece ser inóspita e árida, semelhante ao deserto no qual ecoava a voz de João Batista.”
Mas mesmo nesse deserto, temos a certeza de que não estamos sós. Ali mesmo está Jesus, diz o Pontífice, para curar os corações doloridos, mostrar o caminho para a liberdade.
O Papa esclarece que a missão de Jesus no mundo consiste “na libertação do pecado e das escravidões pessoais e sociais que ele produz. Ele veio sobre a terra para restituir aos homens a dignidade e a liberdade de filhos de Deus.”
Uma reflexão sobre a liberdade nos dias de hoje.
É verdade que a liberdade tem sido a bandeira de muitas pessoas, de povos e nações. Mas estará ela consoante com os ensinamentos do Mestre Nazareno?
Observamos que o Papa Francisco faz referência às “escravidões pessoais e sociais”. De fato, na sociedade moderna, a noção de liberdade é comumente distorcida quando o egoísmo, a ganância, o orgulho, a cobiça, fomentados pelo materialismo exacerbado, dominam as escolhas e as atitudes.
Assim, em nome de uma pretensa liberdade, as pessoas se escravizam à ideia de uma falsa necessidade de ter e ser sempre mais, tanto em termos de bens, de posses, de títulos ou de poderio.
Além disso, esquece-se que a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro. Portanto, a atitude pautada na moral e no respeito deveria ser a tônica tanto no campo das ideias e conceitos como no que concerne a não obter vantagens indevida em prejuízo de outrem nas relações profissionais ou comerciais.
Mas infelizmente não é isso que presenciamos em inúmeras ocasiões.
A liberdade que o Mestre Nazareno veio mostrar.
A liberdade que Jesus veio mostrar ao mundo está em contraposição a esse modo de vida. A libertação que ele propôs se refere ao desprendimento, ao desapego da excessiva importância que se dá a tudo que é terreno e material, bem como dos sentimentos inferiores.
Essa é a liberdade que é plena de paz, sustentada em relacionamentos fraternos, permeada pela alegria, caminho seguro pois, como disse Jesus, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” (João 14 1:6)
As atitudes que buscam tirar vantagens, ludibriar, iludir, dão origem a débitos a serem compensados no futuro, pois a lei de causa e efeito vai, inevitavelmente, estabelecer o equilíbrio e a harmonia.
Também há, certamente, aqueles que não prejudicam ninguém. Mas centram a sua vida exclusivamente em tudo que é material, relegando ao descaso o conhecimento e a compreensão da dimensão espiritual da existência. Estes poderão encontrar dificuldades para se desvencilhar dos laços materiais quando findar sua estada terrena.
A segunda atitude é a oração perseverante.
O Papa Francisco explica que encontramos a forma de usufruir dessa alegria profunda por meio da oração, quando “podemos entrar em uma relação estável com Deus, que é a fonte da verdadeira alegria.
A alegria do cristão não se compra, vem da fé e do encontro com Jesus Cristo, razão da nossa felicidade. Quanto mais estivermos arraigados em Cristo, tanto mais encontraremos a serenidade interior, mesmo em meio às contradições cotidianas”.
Além disso, continua o Papa dizendo, “o cristão, tendo encontrado Jesus, não pode ser um profeta da desventura, mas uma testemunha e um arauto da alegria. Uma alegria a ser compartilhada com os outros; uma alegria contagiosa que torna menos cansativo o caminho da vida”.
A oração é uma conversação constante com Deus ou com Jesus. Ela não deve se ater apenas a preces ou a certos horários, pois todo momento é oportuno para expressarmos a nossa gratidão, para pedir orientação ou alívio para o coração angustiado.
Quanto mais ficarmos com o pensamento voltado à bondade celestial, mais serenidade teremos e, por conseguinte, melhor discernimento e clareza em qualquer condição.
A mente fica serena, o coração leve, essa boa energia se difunde e enlaça suavemente aqueles que nem conhecemos. Faz desabrochar sorriso em rostos aflitos, renova a esperança em corações angustiados, nos transforma em profetas da ventura celestial.
A terceira atitude é a contínua ação de graças.
A terceira atitude indicada por Paulo é a contínua ação de graças, ou seja, o amor agradecido a Deus, a gratidão amorosa.
“Ele, de fato, é muito generoso para conosco, – diz o Pontífice – e nós somos convidados a reconhecer sempre seus benefícios, o seu amor misericordioso, a sua paciência e bondade, vivendo assim em um incessante agradecimento.
Em resumo, o Papa deixa a seguinte mensagem:
“Alegria, oração e gratidão são os três comportamentos que nos preparam a viver o Natal de modo autêntico.”
Além disso, ele nos incentiva a confiar a nossa vida à materna intercessão da Virgem Maria. A Mãe Santíssima “é causa da nossa alegria, não somente porque gerou Jesus, mas porque nos envia continuamente a Ele”, diz o Papa Francisco.
Como é o verdadeiro Natal para você?
O Natal é adornado com muita alegria, no colorido das luzes, nas decorações das árvores, na troca de presentes, na ceia farta. Mas o Papa Francisco lembra que a principal mensagem dessa data não deve ser relegada ao esquecimento.
“Quando rezarem em casa, diante do Presépio com os familiares de vocês, deixem-se atrair pela ternura do Menino Jesus, nascido pobre e frágil em meio a nós, para nos dar o seu amor.
Este é o verdadeiro Natal. Se tirarmos Jesus, o que permanece do Natal? Uma festa vazia.
Não tirem Jesus do Natal: Jesus é o centro do Natal, Jesus é o verdadeiro Natal.
Jesus é o verdadeiro Natal, entenderam?”, pergunta o Papa, levando-nos a uma profunda reflexão do significado do Natal.
Fonte: Vatican News
Noemi C. Carvalho
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