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Como é viver depois da morte

homem caminhando rumo a um facho de luz que vem do alto viver depois da morte

A morte é a continuação do viver.

A morte ou desencarne, sempre foi um assunto que a maioria das pessoas evita tratar, apesar de ser um processo natural. O desconhecimento desse fenômeno tornou essa questão um tabu que impede que saibamos como é viver depois da morte.

Livros, filmes, peças de teatro e até mesmo novelas que abordavam temas espiritualistas trouxeram algumas contribuições para o entendimento da vida após a morte. Mas assim mesmo, muitas dúvidas e alguns enganos ajudam a perpetuar as incertezas que envolvem esse mistério.

De fato, existe muita incompreensão sobre a morte – fruto de dogmas religiosos das mais diversas correntes espirituais – misticismo e também fantasias.  

Mas Allan Kardec, através da Codificação Espírita, revelou a um mundo incrédulo e materialista a existência de uma dimensão espiritual de onde viemos para nascer na matéria, e para onde retornaremos depois de nos libertarmos da matéria.

“Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a Lei.”¹

Esse é o constante trânsito que percorremos ao longo da eternidade, ora experimentando as delícias e agruras da vida em um corpo físico, ora vivenciando o mundo espiritual em um corpo fluídico.

O que quer dizer desencarnação?

A desencarnação é quando o Espírito deixa o corpo físico pondo fim a uma etapa na evolução do Espírito. Dessa forma, a matéria que servia de veículo para o Espírito morre e se decompõe.

De acordo com os Espíritos que orientaram Kardec, o perispírito, conhecido também como o corpo fluídico dos Espíritos, é constituído pelo fluido cósmico que se condensa em volta de um centro de inteligência ou alma, a nossa essência.

O perispírito é o envoltório fluídico semimaterial que funciona como uma interface que liga a alma ao corpo físico. Quando o fluido vital se esgota, o corpo começa a se desagregar, e a alma então se liberta do envoltório rudimentar que habitava.

É assim que a morte acontece. Por isso que o termo desencarnar se ajusta melhor ao processo, pois a alma se solta da carne, se liberta da matéria para o mundo verdadeiro, para viver depois da morte.

A vida não termina nunca, ela é eterna, o que morre é o corpo.

O que acontece logo depois da morte.

…uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução.²

Subitamente entramos em um nevoeiro muito espesso, não conseguimos enxergar nada à nossa frente. Continuamos até que, aos poucos, a densa névoa se dissipa e, então, tudo fica mais claro. Começamos a ver com mais nitidez e, à medida que caminhamos, deixamos a bruma para trás e uma nova realidade se revela à nossa frente.

Essa é a imagem que os Espíritos usaram em “O Livro dos Espíritos” para que possamos entender a transição entre o mundo que agora experimentamos com os sentidos físicos para a realidade espiritual.

Deixamos o mundo dos sentidos para trás e continuamos a ser quem somos, pois já existíamos antes do corpo do qual nos libertamos.

A morte do corpo não nos causa danos, nada perdemos, a vida continua e, portanto, nós também continuamos a ser quem em verdade somos.

Como fica a memória na volta ao plano espiritual.

“… a separação do Espírito do corpo que lhe pertencia não é dolorosa, sobretudo quando das mortes naturais, que decorre dos desgastes biológicos dos órgãos…”³

Cada um de nós é um ser único, original, não existe ninguém igual, assim como também é único o estágio evolutivo que vivenciamos. Por isso não existem processos de desencarnação que se igualem, cada um vai experimentar a transição de um modo diferente, conforme sua evolução e merecimento.

Nessa passagem, alguns logo conseguem se conectar tanto às memórias da última encarnação como também às de outras vidas passadas. Essa capacidade de acessar lembranças de outras vidas está diretamente ligada à capacidade do Espírito em lidar com os fatos registrados nessas memórias.

Muitas vezes, nos escuros becos da memória se escondem crimes hediondos, comportamentos abusivos e violentos que levaram medo e sofrimento, todos os erros advindos de escolhas e ações que marcaram as vivências nos diferentes períodos de existência.

Esses fatos têm um grande potencial de deflagrar violenta carga emocional que pode desestabilizar o Espírito. Por isso, em muitos casos, o esquecimento é uma abençoada terapêutica para dar-lhe tempo de se fortalecer.

Cada um morre conforme viveu.

A maioria dos Espíritos, depois do desencarne, pode apresentar certo torpor, uma inconsciência sobre que está ocorrendo. Muitos, inclusive, não percebem que estão em uma nova dimensão.

A duração desse estado de inconsciência varia de Espírito para Espírito. Os mais evoluídos conseguem reestabelecer sua plena consciência mais depressa. Essa é a grande regra: o fator que determina o que acontece na vida espiritual é o grau de evolução de cada um.

Portanto, é muito importante lembrar que estamos tendo uma grande oportunidade aqui na Terra. Precisamos aproveitar todas as condições que nos foram dadas para promover o nosso aprimoramento pessoal, a reforma íntima que visa localizar, compreender e transformar nossos desenganos e vícios, para atingirmos o grau evolutivo que vai nos garantir viver bem depois da morte.

José Batista de Carvalho

Referências

1 – Frase inscrita no dólmen que cobre o túmulo de Allan Kardec no cemitério de  Père-Lachaise em Paris
2 – DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 1ª Parte (O Problema do Ser), cap. X (A morte), p.175.
3 – KARDEC, Allan – O livro dos espíritos – O céu e o inferno. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Questão 154 – comentário, pág. 113.

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