
A casa mental fica tumultuada como os dias que vivemos.
Frente aos acontecimentos que se desenrolam na atualidade, precisamos fazer uma autoanálise e verificar como está a nossa casa mental nestes dias turbulentos. Devemos verificar o que é que estamos permitindo que se infiltre em nossa mente e lá permaneça, fazendo morada.
Vivemos atualmente dias difíceis, com inúmeros acontecimentos que nos trazem preocupações e lançam temores quanto ao futuro que nos aguarda.
Por nossos olhos e por nossos sentidos cada vez mais desfilam ocorrências e fatalidades que semeiam receios e que provocam desequilíbrios. Elas desestabilizam a nossa mente e interferem em nossas ações.
Durante a nossa existência adquirimos valiosos ensinamentos e passamos por inúmeras experiências. E, mesmo assim, apesar de todo o conhecimento alcançado, vivemos momentos de muito sofrimento, de angústia, de ansiedade e de inquietude. E isto nos leva a um grande medo e à depressão.
Em muitos momentos pensamos que, mesmo sabendo de todos os benefícios e das graças que Deus nos proporciona sempre, ainda nos encontramos presos às dificuldades que já deveríamos ter superado.
Porém, ao nos dedicarmos com cuidado a uma autoanálise, verificaremos que estamos fazendo muito mau uso do principal recurso que temos para criar os nossos caminhos: o pensamento.
Você é o que você pensa.
O pensamento é a força vital de nossas almas. Emmanuel fala que “a mente é o espelho da Vida em toda parte” e ainda completa dizendo que “o pensamento é força eletromagnética.” (“Pensamento e Vida”, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier)
Nós acreditamos cada vez mais, inclusive com a validação da ciência, que o pensamento é força viva que exerce efeitos vivos e diretos em nossas vidas.
O pensamento é um dínamo, um dínamo que emite constantemente esta força e nós é que escolhemos a natureza desta energia.
Esta força, o pensamento, age sempre em três instâncias.
O primeiro nível de ação da energia gerada pelo pensamento somos nós próprios, ou seja, ela atua diretamente em nossas emoções e em nosso corpo.
Em segundo lugar, a energia do pensamento interage e modifica o espaço onde nos encontramos, influenciando diretamente aqueles com quem convivemos.
O terceiro nível de ação do pensamento está ligado à sua natureza vibratória. A energia proveniente do pensamento é uma força física. E assim, pela lei das afinidades, sintoniza-se com todas as ondas mentais similares que se propagam pelo universo. E então é potencializada ou desvitalizada, conforme os fatores favoráveis ou adversos às frequências a que se associa.
Mas será que nós estamos cuidando da nossa casa mental?
Precisamos aplicar aquilo que já sabemos de maneira definitiva. Jesus alertou que devemos estar sempre vigilantes e orando: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação…” (Mateus 26:41)
Nossa vigilância deve estar sempre atenta. Precisamos verificar se, por ventura, não estamos ainda carregando mágoas que intoxicam os nossos sentidos e embotam a nossa mente, fornecendo os motivos para mantermos a nossa guarda baixa. Dessa forma estaremos permitindo que influências externas nos arrastem às emoções da agressividade, da raiva e aos desejos de vingança.
Além da atenção plena em vigiar a nossa mente, é preciso nos dedicarmos à prática da oração e da contemplação.
Assim estaremos nos fortalecendo e permitindo estarmos sempre permeáveis às orientações e aos ensinamentos dos bons espíritos que nos auxiliam.
O nosso mais terrível inimigo.
De todos os adversários que nos assediam, aquele que podemos considerar como um dos piores que pode se infiltrar e perturbar nossas mentes é, sem dúvida, o medo.
O medo é uma emoção que gera uma energia muito destrutiva. Dessa forma, ele consegue desestruturar toda a possibilidade que nós temos de atrair tudo o que é bom. Ao contrário, atraímos, assim, aquilo que mais tememos.
Como já dissemos, Deus nunca nos deixa abandonados e à mercê dos problemas, das dificuldades e dos sofrimentos. É exatamente essa energia mental que não permite que nós os escutemos, para que assim possamos aproveitar as presenças luminosas dos nossos elevados guias espirituais. Portanto, nós é que impedimos e não deixamos a nossa mente permeável para que eles possam atuar.
Jesus disse que o amor cobre a multidão de pecados (Pedro 4:8).
Com essa breve e singela orientação, o Mestre Nazareno nos indica que, quando tivermos o amor como a base fundamental de nossas vidas, criaremos o ambiente ideal para neutralizar toda e qualquer influência negativa.
E assim teremos a condição de vivermos uma vida livre destas influências perniciosas que nós mesmos, muitas vezes, permitimos que adentrem em nossas mentes e que nos paralisam, por causa da grande dificuldade que temos em confiar.
Não se preocupe, pois existe a providência divina.
Apesar de toda e qualquer preocupação, de todo o temor que inevitavelmente possa chegar em nossas vidas, exercitemos a convicção de que a providência divina, se não obstruirmos a sua ação, vai trazer o caminho e a solução para a nossa vida.
Emanuel também diz, no livro “Pensamento e Vida”:
“Já se disse que duas asas conduzirão o Espírito humano à presença de Deus. Uma chama-se Amor, a outra, Sabedoria.
Pelo amor, que, acima de tudo, é serviço aos semelhantes, a criatura se ilumina e aformoseia por dentro, emitindo, em favor dos outros, o reflexo de suas próprias virtudes.
E, pela sabedoria, que começa na aquisição do conhecimento, recolhe a influência dos vanguardeiros do progresso, que lhe comunicam os reflexos da própria grandeza, impelindo-a para o Alto.
Através do amor valorizamo-nos para a vida. Através da sabedoria somos pela vida valorizados. Daí o imperativo de marcharem juntas a inteligência e a bondade.”
Alçamos voo seguro nas asas da sabedoria e do amor.
Com as asas da sabedoria e do amor, podemos então alçar os degraus que nos aproximarão da perfeição da sabedoria e do amor que é nosso Pai.
Deus é nosso Pai, e todos nós, apesar dos problemas que parecem imensos, estamos destinados à plenitude de alcançarmos a felicidade plena.
Que nós possamos, portanto, confiar e nos entregar ao amor desse Pai que providenciará tudo o que é necessário para cada um de nós.
Sejamos como os lírios do campo que não se preocupam, mas se vestem em glória.
“Olhem os lírios do campo, que não trabalham nem tecem! E contudo nem Salomão em toda a sua glória se vestiu tão bem como eles. E se Deus veste a erva do campo, que hoje é viçosa e amanhã é lançada no fogo, não acham que vos dará também o necessário, almas com tão pouca fé? (Lucas 12:27)
Que todos possamos ser amplamente abençoados por esse Pai que é puro amor.
José Batista de Carvalho
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