
Mudanças repentinas podem nos fazer sentir que perdemos o rumo da vida.
De repente, tantas mudanças aconteceram na nossa vida e isso pode nos fazer sentir deslocados, perdidos, ansiosos, assustados. A rotina, mesmo que entediante, nos traz uma certa segurança, sentimos que temos algum controle, podemos planejar e pensar no futuro.
Hoje em dia, a pandemia do coronavírus mudou uma boa parte de nossos hábitos, bagunçou toda a rotina e certamente nos obrigou a muitas adaptações. Além disso, os medos e inseguranças é que se tornaram rotineiros: medo de pegar a covid-19, de ficar sem trabalho, das coisas nunca mais voltarem ao normal.
Mas em meio a todo esse caos, como podemos manter a calma, seguir com a nossa vida, encontrar motivação para persistir em nossos projetos? Precisamos de segurança, sentimos a necessidade de nos firmar em algo ou alguém que seja forte, invulnerável às instabilidades, para que possamos sentir novamente confiança e serenidade.
Mas onde? Onde encontrar essa base para firmarmos nossos passos e nossa vida, essa fortaleza onde podemos nos sentir seguros e protegidos e assim enfrentar tranquilamente todas as mudanças?
A bússola eterna nos ajuda a manter o curso seguro.
A resposta vem de Marianne Williamson¹, quando diz que “a coisa mais importante a se lembrar durante as épocas de grande mudança é fixarmos nossos olhos mais uma vez nas coisas que não mudam.
As coisas eternas se tornam nossa bússola durante épocas de rápida transição, nos ligando emocionalmente a um curso firme e estável. Elas nos lembram de que nós, como crianças de Deus, ainda estamos no centro do propósito divino nesse mundo.
Elas nos dão a força para fazermos mudanças positivas, a sabedoria para suportarmos as mudanças negativas, e a capacidade de nos tornarmos pessoas em cuja presença o mundo se move em direção à cura”.
Se o mundo está um caos, precisamos ser fiéis à paz interior.
Manter a mente clara e serena é fundamental em qualquer ocasião, principalmente quando somos chamados a resolver grandes problemas. A raiva, o medo, a insegurança não conseguem mostrar nenhuma solução, e da mesma forma acontece se ficamos centrados no problema.
Por outro lado, quando mantemos o nosso centro, mantemos nosso coração ligado às vibrações das mais altas esferas da espiritualidade. Dessa forma, a serenidade traz clareza, esta nos dá o discernimento, e a solução surge naturalmente.
Como bem explica Marianne Williamson, “quando as coisas no mundo estão problemáticas, nossa necessidade não é nos juntarmos ao caos, mas sermos fiéis à paz interior.
A única maneira de ganhar poder em um mundo que está se movendo rápido demais, é aprender a diminuir o ritmo. E a única maneira de expandirmos nossa influência é aprendermos a ir profundamente.
O mundo que queremos para nós e para nossos filhos não vai emergir com uma velocidade eletrônica, mas, ao invés disso, de uma quietude espiritual que lance raízes em nossas almas. Então, e apenas então, vamos criar um mundo que reflita o coração ao invés de despedaçá-lo.
Mudanças superficiais não surtem efeitos num mundo que precisa de comprometimento com a vida.
O mundo pede por comprometimento. Não quer mais palavras vazias que nada valem porque não se refletem nas atitudes, nem atitudes de fachada só para quando alguém esteja observando.
O mundo melhor depende, acima de tudo, de atitudes renovadas, de compromisso com os valores morais, de pensamentos empenhados no bem comum, de corações sinceros e amorosos.
Entretanto, os antigos hábitos na forma de pensar e os vícios estabelecidos nas atitudes automáticas dificultam essa transição, que requer esforço consciente para que se realize a reforma íntima.
Essa transição não é fácil nem tão simples. Isso assim acontece, segundo Marianne Williamson, porque “a confusão mental criada por nossas formas-pensamento dominantes é tão intensa, e somos tão treinados pelo mundo a convidar o medo, que a libertação vem, em sua maior parte, em flashes.
Felizmente, existem mais flashes do que o usual hoje em dia. Enquanto a escuridão parece estar ao nosso redor, uma compreensão de uma natureza mais profunda está emergindo para iluminar nosso caminho.
As maravilhas do mundo exterior não são nada comparadas ao que acontece dentro de nós. Isso não é o fim dos tempos, mas um novo começo. O que está nascendo é um novo tipo de humano, esgotado dramaticamente em cada uma de nossas vidas.
Livres das limitações do ego, livres para vermos, ouvirmos e tocarmos a magia que estivemos perdendo em nossas vidas, estamos, finalmente, nos tornando quem realmente somos.”
Dessa forma, podemos vencer os sombrios estágios inferiores ligados ao medo, com todas as suas consequências. E, então, alcançar os níveis onde encontramos a amorosa luz divina.
Noemi C. Carvalho
1 – Marianne Williamson é autora e palestrante da área de autoconhecimento, fundamentado no pensamento espiritual, sobretudo a partir de interpretações e explicações de ‘Um Curso em Milagres’.
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