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Como manter a boa sensação da felicidade

boa sensação da felicidade

A felicidade traz uma sensação muito boa.

Às vezes tudo está tranquilo já há algum tempo, uma alegria suave se estica ao longo de todo os dias, dormimos bem e acordamos dispostos. Fazemos planos e conseguimos cumpri-los, a mente está clara e atenta. O nosso olhar é mais suave, um sorriso interior percorre cada músculo, liberando todas as tensões. Tudo vai bem e temos aquela boa sensação que a felicidade traz.

Mas a felicidade parece, por vezes, algo muito efêmero, volátil. Apesar do forte desejo de ser feliz – hoje, amanhã e sempre – a vida nem sempre concorda em ceder à nossa vontade.

E aí então… um desentendimento em casa, um aborrecimento no trabalho, um mal-entendido com o vizinho, um problema com um fornecedor de serviços… Coisas pequenas que nós deixamos que nos afetem, e acabamos, assim, deixando aquela boa sensação sumir. É verdade que outras vezes são situações mais complicadas e de fato preocupantes: problemas maiores de saúde, de trabalho, de moradia, de família.

Então, como lemos em ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’¹, nós nos lamentamos: “Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim!”, dizem pessoas de todas as idades e posições sociais.

Riqueza, poder, juventude, são condições para ser feliz?

O cardeal Morlot, Arcebispo de Paris (1795-1862) explica que “nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade.

Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas, porquanto incessantemente se ouvem, no seio das classes mais privilegiadas pessoas de todas as idades se queixam amargamente da situação em que se encontram.”

O cardeal esclarece, ainda, que “a felicidade na Terra é coisa tão efêmera para aquele que não tem a guiá-lo a ponderação, que, por um ano, um mês, uma semana de satisfação completa, todo o resto da existência é uma série de amarguras e decepções. E notai, meus caros filhos, que falo dos venturosos da Terra, dos que são invejados pela multidão.”

Mas é preciso considerar, continua o benfeitor espiritual, que nosso mundo já realizou considerável progresso do qual resultarão ainda mais abrangentes melhoramentos sociais.

“Essa a tarefa imensa cuja execução cabe à nova doutrina que os Espíritos vos revelaram”, tendo como base e rumo os ensinamentos trazidos por Jesus.

A felicidade é o resultado do nosso esforço diário para manter essa boa sensação.

Cada pessoa tem uma tarefa a realizar, impulsos a controlar e tendências a equilibrar. A Terra é um lugar de provas e de expiações e está em processo de evolução, assim como todos os seus habitantes.

“Os que pregam que ela é a única morada do homem e que somente nela e numa só existência é que lhe cumpre alcançar o mais alto grau das felicidades que a sua natureza comporta, iludem-se”, diz a elevada entidade espiritual.

Esse pensamento é corroborado por André Luiz², quando diz que “humanidades numerosas povoam os mundos siderais”, e nós “povoamos a Escola Terrestre”. Em todo o Universo, “Espíritos marcham em gradação infinita, nos campos da evolução”, e nós “apresentamos os resultados de nosso esforço na vida diária.”

O cardeal Morlot exemplifica que, “se à morada terrena são peculiares as provas e a expiação, forçoso é se admita que, algures, moradas há mais favorecidas, onde o Espírito, conquanto aprisionado ainda numa carne material, possui em toda a plenitude os gozos inerentes à vida humana.

Tal a razão por que Deus semeou, no vosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os vossos esforços e as vossas tendências vos farão gravitar um dia, quando vos achardes suficientemente purificados e aperfeiçoados.”

O autoconhecimento prepara um mundo novo e melhor.

Para alcançar mais rapidamente esse estado desejado de felicidade, o benfeitor espiritual aconselha “que cada um de vós se despoje do homem velho”.

Para tal, é preciso se libertar de arraigadas tendências e do apego às conveniências. É necessário ajustar imperfeições, abandonar antigos vícios de pensar e de agir e renovar-se pelo exemplo dado pelo Mestre Jesus.

O amor foi a base da sua doutrina: o amor a Deus, a si mesmo e ao próximo. O amor na sua mais pura acepção, não condicional, não relacional. A prática do bem pelo bem, não pela vantagem, pela troca ou pelo retorno.

O cardeal Morlot encerra sua mensagem observando a importância de todos se dedicarem à própria transformação e evolução pessoal. Ele lembra também que é um dever “fazer que os vossos irmãos participem dos raios da sagrada luz. Mãos, portanto, à obra, meus muito queridos filhos.

Que nesta reunião solene todos os vossos corações aspirem a esse grandioso objetivo de preparar para as gerações porvindouras um mundo no qual já não seja vã a palavra felicidade.”

Para que a felicidade nos envolva como um cálido raio de sol.

Para que se coloquem em prática as recomendações no exercício diário do bem, isento de interesses pessoais e voltado ao bem comum, é sempre interessante lembrar as palavras de Emmanuel². Ele bem diz que “todos somos irmãos, constituindo uma família só, perante o Senhor.

Mas, até alcançarmos a fraternidade suprema, estagiaremos, através de grupos diversos, de aprendizado em aprendizado, de reencarnação a reencarnação.”

Assim, é fato que podemos nos deparar com conflitos nas diversas esferas das relações interpessoais. Mas é preciso lembrar também que é nesse convívio que conseguimos enxergar melhor o nosso eu, espelhado naquilo que criticamos ou nos incomoda nos outros.

Portanto, todo ato de compreensão e perdão com as atitudes alheias que nos ferem ou nos deixam indignados, são atitudes que também nos beneficiam, pelo autoperdão e pela autocompaixão.

E então, ao compreender e aceitar as sombras que carregamos através das existências, podemos transformá-las seguindo as amorosas recomendações de Jesus.

Nesse momento, compreendemos que podemos pensar diferente, agir diferente, nos libertamos dos fardos da culpa, da vergonha e do ressentimento.

A felicidade se torna cada vez mais presente, como um luminoso e cálido raio de sol que nos envolve, revestido com as bênçãos celestiais que nos abrem novos caminhos e nos conduzem a essa boa sensação.

Noemi C. Carvalho

Referências

1 – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec – Capítulo V – Bem-aventurados os aflitos – Instruções dos Espíritos (A felicidade não é deste mundo)
2 – Estude e Viva – Emmanuel e André Luiz – psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira (Na Seara Doméstica)

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