
A vida é a oportunidade de se aprimorar.
Todos chegamos a este planeta com um objetivo maior: trabalhar-nos para vencer as nossas tendências primitivas. Isto é, as causas instigadoras de hábitos e as crenças responsáveis por comportamentos e ações nocivas que causam os conflitos, os confrontos e as inimizades. E, então, conseguir superá-las e buscar sermos perfeitos, como disse Jesus.
A cada retorno à vida na matéria, trazemos uma programação estabelecida para as situações, as experiências e os relacionamentos que vamos vivenciar. As nossas escolhas vão dizer se conseguimos aprender as lições de encarnações pretéritas evoluindo, assim, a nossa consciência. Ou, por outro lado, se persistimos nos mesmos erros evidenciando, a necessidade de mais duras provas para quebrar a resistência em abrir mão dos equívocos que prevalecem por causa da ignorância espiritual.
Quando adentramos no mundo material, chegamos trazendo a bagagem das experiências de todas as outras encarnações. Trazemos conosco o repertório de conhecimentos conquistados nos embates onde conseguimos agir pela lei do amor e também a relação de imperfeições a serem aprimoradas.
O espírito imortal caminha rumo à perfeição.
“Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial”
Mateus, 5:48
O espírito imortal caminha na senda da eternidade passando por dificuldades, erros, acertos, dores e alegrias. E caminha sempre rumo ao estado de perfeição preconizado por Jesus, para a perfeição possível para a nossa condição, aquela que mais nos aproximará da Divindade.
A perfeição à qual podemos chegar, conforme as palavras do Mestre Nazareno, consiste “em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem.” (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap XVII, 2 – Sede Perfeitos.)
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, os Espíritos de luz ditaram a Kardec que “a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção, porque implica a prática de todas as outras virtudes.”
Eles também afirmam que a caridade não pode ser plena quando persistirem os vícios. Até mesmo os pequenos defeitos, pois essas falhas têm a sua raiz no egoísmo e no orgulho, antíteses da caridade.
“…tudo o que sobre-excita o sentimento da personalidade destrói, ou, pelo menos, enfraquece os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento.
Não podendo o amor do próximo, levado até ao amor dos inimigos, aliar-se a nenhum defeito contrário à caridade, aquele amor é sempre, portanto, indício de maior ou menor superioridade moral, donde decorre que o grau da perfeição está na razão direta da sua extensão.
Foi por isso que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos as regras da caridade, no que tem de mais sublime, lhes disse: “Sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai celestial.” (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo XVII, 2 – Sede Perfeitos)
Como levar luz à consciência e vencer as sombras do mundo interior.
Podemos entender esse processo para atingir a perfeição relativa, aquela possível à nossa condição humana, como um profundo trabalho de autoconhecimento. Ele visa a descoberta daquilo descrito no evangelho como os nossos vícios e defeitos e, através de esforços íntimos, superá-los. Assim conseguimos jogar um pouco mais de luz na consciência, antes dominada pelas trevas do egoísmo e da ignorância.
Para ter sucesso nesta jornada, devemos pôr em prática todas as leis de justiça, amor e caridade, de forma plena e consciente. Além disso, é preciso estar vigilante e questionar se essas leis estão sendo cumpridas. Se, conscientemente, não deixou de prestar ajuda, se, de fato, não fez o mal, se conseguiu realizar o bem em todas as suas possibilidades e se está se relacionando bem com todos com quem convive. Ou seja se está fazendo aos outros o que gostaria que fizessem para si.
Além de agir dessa forma, não nos esqueçamos de colocar a nossa fé em Deus, em Seu amor e bondade, em Sua infinita sabedoria e na sua justiça, pois sem o seu consentimento nada ocorre.
Certamente temos ainda muitas qualidades a desenvolver afim de conseguirmos superar o egoísmo prevalente em nós e voltarmos ao nosso ser superior e iluminado concebido no ato da criação.
Para viver o milagre da vida, único e original.
“Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (…) E criou Deus o homem à sua imagem (…)”
Genesis 1:26,27
Deus é perfeito, e nada em sua criação é diferente disso.
Nós seguimos na eternidade, através da bênção da reencarnação, aprendendo com as dificuldades, com os erros, com as derrotas e com os sofrimentos.
Nossas experiências são para nos despirmos de tudo aquilo que não somos, de todos os personagens desenvolvidos devido ao medo e ao egoísmo para, então, vivenciar o nosso self, o eu superior detentor de todas as qualidades e virtudes criadas por Deus.
A vida pede que desenvolvamos e aperfeiçoemos as nossas qualidades, objetivando sermos, cada um de seu modo único e original, o maior milagre da vida.
José Batista de Carvalho
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