
Dalai Lama e Divaldo Franco dão as suas opiniões sobre a violência no mundo.
Um dos maiores desafios da humanidade é, certamente, aprender a viver de forma pacífica. Desde as pequenas discussões por motivo quase nenhum até as guerras devastadoras, nós, seres humanos, nos deixamos levar por ímpetos de irritação, de indignação, de raiva, de ciúme e de medo. Mas dois grandes nomes da espiritualidade atual, Dalai Lama e Divaldo Franco, têm suas opiniões e conselhos para terminar com a violência que predomina no mundo.
Suas palavras plenas de sabedoria soam, sem dúvida, como um apelo à conscientização, à necessidade de praticarmos cada vez mais as virtudes e os valores morais.
Porque só pela prática constante o bem pode se tornar um hábito e, desta forma, afastar cada vez mais a violência, a maldade, os abusos de toda espécie, que pairam como sombras densas encobrindo a face da Terra.
A transição da Terra para se tornar um mundo mais pacífico depende de cada um de nós.
A renovação que já há muito tempo vem sendo preparada para a transição planetária de nossa morada terrena, de modo que a Terra possa evoluir em sua posição espiritual entre outros mundos, parece que está cada vez mais próxima. Mas para que isso se concretize e possamos desfrutar de uma vida melhor, mais saudável, mais feliz, certamente que cada um deve fazer a sua parte.
A Terra tem sua energia determinada pelas vibrações emitidas pelos pensamentos e atitudes de seus habitantes sendo, portanto, um reflexo da coletividade.
Naturalmente, a coletividade, por sua vez, só pode assim ser considerada pela somatória das individualidades. Isto é, é formada por todo pensamento, sentimento, palavra e ação emitidos por cada um de nós.
Fica claro, então, que todo mundo que quer um mundo melhor precisa ser parte ativa na transformação que deseja. Como fazer isso, é algo que tem sido falado e explicado já há milhares de anos, por mestres espirituais, filósofos, pensadores, ativistas.
Vamos, então, recordar algumas de suas palavras, nas explicações e orientações de Dalai Lama e Divaldo Franco, sobre como podemos contribuir para a erradicação da violência no mundo que é nosso lar.
Noemi C. Carvalho
Dalai Lama: a não-violência brota da compaixão.
Em encontros virtuais promovidos na residência de Dalai Lama no mês de Junho, uma das preocupações manifestadas pelos participantes foi sobre a violência no mundo, e sobre como manter a paz diante das forças violentas.
“A não violência brota da compaixão”, respondeu Sua Santidade. “Se você tem compaixão pelos outros, seu desejo não será o de prejudicar, mas o de ajudar, e se você aplicar sua inteligência, também poderá reconhecer que a raiva destrói sua paz de espírito, arruína o sentimento amigável nas famílias e comunidades.
Somos animais sociais, que precisam de amigos íntimos e compaixão atrai amigos, mas raiva e violência, por outro lado, são contrárias à natureza humana. O que precisamos fazer é encontrar maneiras de viver felizes juntos.
No século passado, Mahatma Gandhi ensinou tão claramente o valor essencial da não-violência que influenciou profundamente homens como Nelson Mandela e Martin Luther King. Neste século, precisamos estender a mensagem para incluir compaixão.
O futuro da humanidade depende da sua atitude mental.
Entre outros problemas sérios que enfrentamos, muitos somos nós que criamos a nós mesmos. Atualmente, por exemplo, na América, protestos estão ocorrendo contra a injustiça racial. Muito disso depende da nossa atitude mental, e devemos sempre promover uma sensação de unidade da humanidade, com a qual estou comprometido.
Pois entre os sete bilhões de seres humanos vivos hoje, todos nascemos da mesma maneira e todos morremos da mesma maneira. Entre esses eventos, enquanto estamos vivos, pode haver pequenas diferenças entre nós, mas essencialmente somos todos iguais como seres humanos.
Além disso, o nosso futuro depende da humanidade, e pensar em ‘meu grupo’ e ‘seu grupo’ com base na cor ou na fé é uma maneira antiga de pensar. Hoje, na economia global, não há limites. Enfatizar pequenas diferenças entre ‘nós’ e ‘eles’ gera problemas e provoca conflitos. Temos que pensar, em vez disso, em toda a humanidade.
Fazer distinções com base na cor, fé ou nacionalidade nos distrai do fato de que somos todos iguais como seres humanos, e isso é algo que devemos compartilhar com os outros, porque todos temos que viver juntos neste planeta.
Nós somos mentalmente, fisicamente e emocionalmente os mesmos. E concentrar-se em diferenças superficiais é tolice. Se colocarmos muita ênfase nas diferenças de cores, isso se torna importante. Em vez disso, é melhor enfatizar que somos todos iguais em ser humanos.
Vamos fazer com que esta seja a era do diálogo e da paz.
O mundo está sempre mudando, a ciência avança. O mundo de hoje é tão diferente do que era 100 anos atrás! O século XX foi, de fato, um período de grande violência e as pessoas prontamente recorreram ao uso da força para resolver conflitos. Mas quando ocorrem desacordos, é melhor conversar entre si. Vamos fazer desta uma era de diálogo, pois isto é muito mais construtivo.
Meu principal objetivo é promover, acima de tudo, um espírito de diálogo por meio da educação, com base na unidade da humanidade. A guerra e o uso de armas são inúteis. Devemos focar em um mundo desmilitarizado, porque a fabricação de armas é um desperdício de dinheiro e recursos.
Em um mundo desmilitarizado, resolveríamos os problemas por meio do diálogo, para o que precisamos de autoconfiança, verdade e honestidade. Precisamos adotar uma perspectiva mais ampla, não apenas preocupada com o nosso lado. Pensar apenas em ‘minha nação’, ‘meu povo’ é muito limitado quando você reflete que todos temos que viver juntos.
Ainda assim, quanto tempo nos resta no contexto do aquecimento global, não sei. Mas gastar o tempo que nos resta matando um ao outro não faz sentido. Seria como duas pessoas idosas à beira da morte brigando sem sentido. Quão melhor é viver feliz, em paz, em uma sociedade compassiva!”
Dalai Lama
Divaldo Franco traz a mensagem do amor.
Divaldo Franco, em artigo publicado no jornal A Tarde, em 28 de maio de 2020, traz a mensagem do amor que edifica a paz e acaba com a violência que predomina no mundo.
“Quando fazemos uma comparação entre os inúmeros filósofos que auxiliaram a humanidade e contribuíram de alguma forma para a promoção do progresso e o desenvolvimento do intelecto e dos sentimentos do ser humano, a mensagem do amor sempre se repetiu de formas diferenciadas.
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Em todos os povos sempre houve aqueles que se destacaram, mesmo entre os mais primitivos, para nortearem os rumos dos grupos e defendê-los nos momentos de perigo.
As civilizações do passado repousaram as suas aspirações e conquistas no estímulo desses vanguardeiros do progresso, mas todos passaram e o tempo venceu as edificações colossais, reduzindo-as a pó e destroços em pedras silenciosas, nas quais o vento desde há muito sussurra as suas canções…
Jesus estabeleceu a mais segura diretriz para manter a paz.
Veio Jesus e estabeleceu o amor como a diretriz mais segura para a vitória do ser humano contra as suas paixões asselvajadas, os seus triunfos sobre as misérias que produziam, ensinou o método para alcançar-se a plenitude, mas foi plantado numa cruz como sendo inimigo de César, no julgamento-farsa mediante o qual os Seus inimigos conseguiram matá-Lo.
Os tempos sucederam-se e Ele foi trazido de volta, embora embriagado nas misérias dos poderosos que se Lhe utilizaram para esmagar outros povos e nações, tomar propriedades e vidas, exaurindo-as e assassinando-as, e envenenaram o amor com a sua presunção e degradação moral.
No passado, relativamente próximo, idealistas e sábios trouxeram filosofias arrebatadoras, com ética enobrecida, mas não encontraram vidas dispostas a segui-las.
Os Espíritos imortais proclamam o amor como solução para acabar com a violência no mundo.
Por fim, o materialismo disfarçou os seus prejuízos e criou diretrizes de consumpção dos valores que enobrecem, como a família, a dignidade, o bem comum, o progresso de todos e a superação dos instintos belicosos e escravagistas, sendo apoiado por multidões que sofriam aberrações de sistemas cruéis, injustos e destrutivos, gerando uma mentalidade anárquica, que transformou o amor em impulso sexual e fraqueza moral.
Estabeleceu-se o caos na sociedade moderna! Todas as conquistas exteriores estão em xeque ante a pandemia que dizima multidões e ameaça prolongar-se por tempo indeterminado, embora o otimismo de alguns cientistas.
Os conflitos humanos sempre presentes em todos momentos dominam governos desprevenidos e prepotentes que impõem os seus interesses em detrimento das vidas, e cada dia mais grave torna-se a situação. Os ódios que se derivam do egoísmo e do cinismo semeiam guerras contínuas, aturdindo as massas que se dividem e ficam sem destino.
Vêm, agora, porém, os Espíritos imortais e proclamam o amor como solução para todos problemas, e a esperança paira nas mentes e consciências, construindo o Mundo Novo da plenitude para todas vidas.
Divaldo Franco
fontes:
– Dalai Lama
– Federação Espírita Brasileira