
Publicamos hoje o quarto post da série “Sete passos para você desatar os nós que amarram a sua vida”. Procure fazer esta leitura num momento em que você possa estar sozinho e tranquilo, possibilitando uma melhor concentração e serenidade para a execução das orientações. Leia a seguir.
A diferença entre o que aconteceu e como percebemos isso
Queiramos ou não, o passado está presente em nossa vida. Isto é natural, afinal precisamos dos registros que constituem nossa história pessoal, temos necessidade das memórias que nos trazem alegria e alento. Ele também se mostra útil quando conseguimos recuperar a lembrança de experiências vividas que nos alertam para evitar que incorramos em situações de risco ou de erro.
Entretanto, para grande parte das pessoas o passado também traz a lembrança de situações aflitivas, dolorosas, vexatórias. E, ainda mais importante que o fato em si, que as imagens que possam ter ficado gravadas, é o sentimento com que essas situações ficaram armazenadas.
Às vezes, o que aconteceu nem foi tão ruim – mas foi muito ruim para nós. Ou, dizendo de outra forma: a lembrança que temos disso é pior do que aquilo que realmente ocorreu. E quanto mais se distancia no tempo, mais a realidade do fato vai ficando difusa, e maiores proporções damos ao acontecimento a cada vez que pensamos nele. Como diz o ditado, “quem conta um conto aumenta um ponto”.
É dessa forma que a percepção de momentos em que sentimos medo, insegurança, raiva, vergonha, faz com que esses sentimentos fiquem gravados com uma forte energia emocional pesada e negativa. As situações recorrentes pelas quais passamos posteriormente, vivendo e revivendo episódios desagradáveis e momentos embaraçosos, são a repetição – na maior parte da vezes – não dos fatos em si, mas das emoções que estão atreladas a essas experiências do passado. Isto é, revivemos – repetidamente – as mesmas sensações, como se fosse a regravação de um filme que não gostamos, mas mesmo assim atuamos nele como atores principais.
O passado, entretanto, esse passado de tristes lembranças e amargas memórias, não precisa e não deve fazer parte do presente. Nós o vivemos lá atrás, naquele tempo. Hoje temos outras coisas a viver, outras possibilidades a tornar concretas.
Como a energia emocional influencia nossa vida diária
Ninguém gosta de se confrontar com as emoções ruins ou desagradáveis. Mas não olhar para elas não as faz desaparecer.
Temos um arquivo em nossa mente onde estão armazenadas antigas mágoas, tristes dissabores, dores nascidas da culpa e da vergonha: relacionamentos rompidos, insucessos financeiros, críticas ouvidas constantemente, não importando se aconteceram conosco ou com pessoas próximas a nós, se num passado próximo ou mais distante. Pessoas que nos feriram, expectativas que não se concretizaram, reconhecimentos que não obtivemos, tudo isso também se soma a essa lista mental e sentimental.
Todos esses sentimentos são poderosas fontes de energia. Uma energia que nos mantém retidos na lembrança desses fatos desagradáveis, e na maior parte das vezes nem percebemos isso. Não associamos a eles nossos insucessos atuais, que muitas vezes acontecem em áreas da vida que não têm nada a ver com aquilo que está provocando esse bloqueio. E por isso não conseguimos deslanchar, ir para frente, porque não sabemos o que está nos travando.
Mas, independentemente de termos a ciência disso ou não, nossas emoções se propagam, interagem com outras pessoas, pintam os pensamentos com as suas cores – alegres ou sombrias – e estes direcionam os acontecimentos da nossa vida, criando e recriando situações. Porque – já vimos isso anteriormente – o pensamento é o primeiro passo na manifestação de tudo que nos cerca.
É preciso procurar transformar essa negatividade, substituindo-a com uma energia de compreensão. Compreender que este é um outro momento, que só pode se realizar completamente se nossas emoções estiverem inteiramente serenas e nossa mente integralmente presente.
Como lidar com essa energia emocional que causa os bloqueios em nossa vida
As emoções referentes a fatos do passado podem ter ficado impregnadas negativamente por diversos tipos de situações. O melhor a fazer é descobrir quais são, deixar que elas saiam das sombras em que se esconderam, sentir sem receio essas emoções dolorosas e encará-las com serenidade.
Esses sentimentos são incapacitantes. Essas emoções têm uma poderosa energia negativa associada aos fatos vividos no passado. Que, por isso mesmo, pertencem e devem permanecer no passado. Hoje é outro dia.
Ao se libertar dessas situações antigas com amor e perdão, você se liberta para a vida. Com suas emoções serenadas, você sente seus dias com paz e gratidão. Como fazer para conseguir se livrar desse fardo?
A Bênção Celta para proteger seus caminhos é um belíssimo texto no qual podemos extrair um simples – mas não por isso menos importante – ensinamento para superar este tipo de situação:
“Lembra sempre de esquecer as coisas que te entristeceram,
porém nunca esqueças de lembrar aquelas que te alegraram.
Lembra sempre de esquecer os amigos que se revelaram falsos,
porém nunca esqueças de lembrar aqueles que permaneceram fiéis.
Lembra sempre de esquecer os problemas que já passaram,
porém nunca esqueças de lembrar as bênçãos de cada dia.”
Ou seja, em primeiro lugar, não ficar remoendo os dissabores que tivemos na vida, seja de qualquer ordem ou grandeza, evitando assim fixá-los cada vez mais fortemente pela repetição. Eles nunca serão apagados. O importante é que eles – e principalmente as emoções que eles suscitam – não tenham força ou ascendência sobre os pensamentos cotidianos.
Em segundo lugar, substituir todo e qualquer pensamento negativo – e o sentimento a ele atrelado – pelas lembranças dos fatos agradáveis, aqueles que nos fazem rememorar sentimentos de alegria, gratidão, paz. Lembrar, valorizar e agradecer pelas boas coisas já vividas, pelas boas emoções sentidas, dando maior espaço ao bem que já nos ocorreu, para que em nossa mente e em nossos pensamentos ele apareça sempre antes.
Além disso, outra importante atitude é adotar a prática do perdão. Perdoar, neste caso, não tem nada de magnânimo. Não significa desculpar o outro pelo seu comportamento, mas não permitir que isso estrague a nossa vida. Significa perdoar o outro por não atender nossas expectativas, por não ter agido como gostaríamos. Significa se desprender do ressentimento, libertar-se do sentimento de vitimização.
E o perdão vale não só para os outros, mas para nós mesmos. Por ações pela quais nos arrependemos, por atitudes que deixamos de tomar, por nos deixarmos invalidar pelos outros, por não nos darmos o valor que temos, por nos deixarmos ficar presos a esses sentimentos por tanto tempo.
Com a paulatina liberação de todas essas energias emocionais represadas, em seu devido tempo os sentimentos começam a ser suavizados, a mente vai serenando, as lembranças amargas da vida ficam silenciosas, param de gritar por atenção.
Quando nos libertamos desses pedaços de sofrimento da vida, ficamos livres do passado e das histórias que ele traz sobre nós.
A vida é agora, as histórias são escritas a cada novo dia. E não precisamos de nenhuma história triste para servir de alicerce na construção de nosso agora e de nosso futuro.
Para que você possa dar continuidade a este trabalho, selecionamos sete publicações. Se for de seu interesse, leia uma a cada dia, se possível mantendo o mesmo horário e as mesmas condições de privacidade para um melhor aproveitamento.
- Por que sentimentos antigos amarram a nossa vida
- Liberte-se de antigas crenças e crie uma nova realidade
- Porque entender suas emoções é importante para resolver os problemas da sua vida
- Querer é poder: não é bem assim. Conheça a Lei da Atração
- Na relação ganha-perde, saia ganhando
- Desgrude-se da negatividade
- Dissolva suas mágoas com a energia das esmeraldas
Acompanhe na próxima quinta-feira, 18/07/2019, o quinto post da série Sete passos para você desatar os nós que amarram a sua vida.
Veja um resumo em Uma caminhada se faz passo a passo.
Lembre-se: sempre que você sentir que é necessário, procure orientação profissional para ajudá-lo na solução de conflitos internos.
Noemi C. Carvalho
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