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Divaldo Franco fala de mau-olhado e feitiçaria

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As explicações de Divaldo Franco sobre mau-olhado e feitiçaria.

Em entrevista ao “Programa Transição”, Divaldo Franco falou sobre mau-olhado e feitiçaria, respondendo a perguntas dos entrevistadores sobre o tema, tais como:

– Você acredita em mau-olhado e feitiçaria?
– O mau-olhado e a feitiçaria podem atingir as pessoas?
– O que acontece com quem faz feitiçaria?

Pergunta: “A maioria das pessoas acredita em mau-olhado e em feitiçaria. Existem algumas pessoas que afirmam que isso é crendice popular, que é ignorância, mas já outros afirmam que há mais mistérios entre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia. E tem uma terceira corrente que mistura essas duas e diz o seguinte: eu não creio em bruxas, mas que elas existem, existem.

Como é que o espiritismo vê este assunto? Existem pessoas que podem enfeitiçar?”

Divaldo responde: “Naturalmente, o texto de Hamlet é perfeito e se adapta. E há também aquele outro dos espanhóis, ‘Jo non creo en brujas, mas peró que existem, existem.’

Divaldo Franco esclarece o que são o mau-olhado e a feitiçaria.

A doutrina espírita examina a problemática do ponto de vista dos fenômenos anímicos¹. O denominado mau-olhado nada mais é que uma intensa vibração mental de alguém que é dominado por sentimentos inferiores, pela inveja, pela competitividade.

E, ao descarregar esta onda de sentimentos negativos e de vibrações perversas, muitas vezes atinge aquele contra o qual é dirigido esse pensamento perturbador. E atinge-o porque o outro se encontra numa faixa vibratória equivalente. Então, através do fenômeno da sintonia, capta aquela descarga perturbadora.

Quanto à feitiçaria, a questão é mais profunda. Se nós remontarmos às tradições esotéricas e das doutrinas do passado encontraremos, na historiografia dos povos, desde os mais primitivos até os mais modernos, a crença na goécia² e, certamente, outras formas da prática do bem e da prática do mal.

A feitiçaria, conforme nós a vemos no Brasil, nas ilhas do Caribe e, particularmente, em alguns países que se encontram nesta região, nós iremos constatar que é uma herança do africanismo. O animismo africanista. É provável que as pessoas possam querer enfeitiçar as outras por causa dos seus sentimentos negativos. Quanto aos resultados, pessoalmente, eu tenho dúvidas.

Os espíritos zombeteiros e os perturbadores.

Estou perfeitamente de acordo com o egrégio codificador do espiritismo, Allan Kardec, quando ele se refere aos exorcismos em que os espíritos zombeteiros riem. Também nesses atos de feitiçaria, os espíritos, quando são colocados em situações dessa natureza, entregam-se a deboche. Porque trata-se de entidades zombeteiras, brincalhonas.

No entanto, em alguns casos, em face da sintonia e da indução psicológica da sugestão e da autossugestão, o indivíduo pode ser vítima dessas induções perfeitamente espirituais. As entidades perversas, encontrando campo mental e vibratório, passam então a perturbar, dentro da lei de causa e efeito. Porque ninguém resgata o que não deve, ninguém sofre aquilo de que não tem necessidade para evoluir.

Que existem os que se dedicam a essas práticas denominadas mágicas, sem dúvida. Que o seu resultado seja eficiente, temos dúvidas.”

O código divino a respeito da dignidade humana.

Pergunta: “Há pessoas, Divaldo, que são simpatizantes de algumas religiões de origem afro e que consagram a alguns espíritos objetos a título de recompensa por obter algum favor em benefício próprio. E estes objetos podem ser velas, alimentos ou bebidas.

A pergunta seria a seguinte: é possível um espírito, atendendo a essa solicitação, obter esse favor?”

A resposta de Divaldo: “Não necessariamente obter os resultados favoráveis. Mas depende esse espírito, muitas vezes, daqueles presentes materiais. Porque o perispírito está tão impregnado da matéria, conforme ensina a doutrina espírita, que eles ainda acreditam que podem nutrir-se do alimento convencional. E que aquelas velas acesas irão beneficiá-los com a luz, olvidando-se que a luz é interior.

Naturalmente, quando se promete a esses espíritos que se dedicam à prática do mal determinadas compensações eles vão perturbar aqueles contra quem se realiza o ato mágico.

No entanto, não têm permissão da Divindade para perturbar o indivíduo se este está resguardado pela oração, pelos atos nobres, se ele tem uma vida saudável. Nenhuma força do mal consegue atingi-lo, porque seria uma violação do código divino a respeito da dignidade humana.

Mas eles beneficiam-se de tudo aquilo que lhes é permitido, sem dúvida, pelo estado de atraso em que se encontram. Mas, mesmo quando mimados com essas dádivas, nem sempre eles logram os resultados almejados por aqueles que com eles mantêm a convivência e resgatam a dívida através desses presentes.”

Temos o dever de respeitar todas as crenças e não crenças.

Pergunta: “Existem pessoas que mexem nesses objetos e algumas afirmam assim: ‘Nossa, ela ficou mal depois que ela mexeu naquele trabalho, ah, ela que ficou com o encosto.’ O que você poderia nos falar a esse respeito?”

Divaldo explica: “Eu acredito, sim. Primeiro, porque nós temos o dever de respeitar todas as crenças e não crenças. Temos a obrigação de respeitar o direito de outro pensar de maneira diferente da nossa.

Se, por acaso, encontramos um feitiço, uma bruxaria, principalmente nas encruzilhadas ou nos lugares em que são deixados, não temos porque nos envolvermos chutando, zombando, porque espíritos atrasados vinculados àquela oferenda ali se encontram.

E se nós, em nosso estado de desequilíbrio emocional, vamos investir contra o que ignoramos, esses espíritos passam a perseguir-nos, é natural. Para eles, aquilo é uma realidade. Para nós é uma ilusão.

Desta forma, eles passam a transmitir-nos ideias perturbadoras, ficam encolerizados. E, a longo prazo, podem prejudicar-nos por causa do nosso livre arbítrio de zombar e de menoscabar aquelas manifestações que dizem respeito a uma realidade noutro plano da vida física.”

O que vale é a intenção.

Pergunta: “Divaldo, retomando a pergunta que eu fiz anteriormente, gostaria de uma explicação adicional. A pessoa que encomendou o trabalho, que levou as oferendas, como fica a situação dela mais tarde?”

Divaldo esclarece: “Considerando-se o grau de responsabilidade, em que a pessoa faz um trabalho para prejudicar, adquire um débito perante a própria consciência cósmica. Allan Kardec, com muita justeza, assevera que o que vale é a intenção.

Se eu tenho a intenção de prejudicar alguém, mentalmente eu já estou realizando este ato. O efeito será a consequência da assimilação pelo outro.

Não esqueçamos do texto de Jesus sobre o escândalo: se a vossa mão, braço, perna, olho, língua, são motivos de escândalo, melhor eliminá-los, cortá-los, do que entrar na vida com eles. É naturalmente uma simbologia, uma forma parabólica de expressar uma realidade.

Se nós estamos com determinados sentimentos negativos, já estamos emitindo a onda. Então nós somos pessoas passíveis de uma reestruturação, porque contraímos um débito perante a consciência divina em querer prejudicar os outros, utilizando-se de espíritos insensatos das faixas inferiores da evolução.”

A lei de mérito, de causa e efeito.

Pergunta: “Quando nós dizemos a alguém ‘que Deus o abençoe’ ou quando falamos assim, ‘que o Diabo o carregue’, atinge de alguma forma essa pessoa?”

Divaldo responde: “Se, por exemplo dizemos, ‘que Deus te abençoe’, essa onda vibratória envolve o outro num halo de ternura e de paz porque o sentimento é edificante.

Mas quando alguém pragueja e deseja, naturalmente, a infelicidade de outrem, não é idêntica a consequência. Porque a inferioridade é deste que emite a onda, mas se o outro estiver numa faixa vibratória diferente, ela não tem ressonância.

Quando você pretende fazer o mal, principalmente nessa área, tem um choque de retorno. É como se a nossa defesa fosse uma parede; atirando-se-lhe uma bola de borracha ela se choca com o obstáculo e volta para quem a direcionou.

No entanto, existem paredes feitas de cobogós, perfuradas. São as nossas brechas morais. E qualquer coisa que se atire contra, muitas vezes pode passar por esses interstícios, por esses buracos e atingir o objetivo.

Tudo está dentro da lei de mérito, de causa e efeito, da conduta da pseudovítima que pode se tornar uma pessoa perfeitamente serena. Embora, por enquanto, ainda mergulha nas águas perturbadoras da maldade.”

Fausto e Mefistófeles, de Goethe.

Pergunta: “Divaldo, ficou imortalizado na cultura popular o livro de Goethe chamado ‘Fausto’, onde o protagonista vende sua alma ao Diabo para obter esses favores. É possível realmente uma pessoa vender sua alma ao Diabo, e como esta possibilidade é interpretada pelo espiritismo? Iria um pouco mais além: existe o Diabo, Divaldo?

Divaldo responde: “Naturalmente, Goethe, quando apresentou Mefistófeles, teve uma concepção que era muito comum desde a Idade Média. Esse intercâmbio entre as criaturas e os desencarnados sempre esteve presente.

Está na tradição cristã, principalmente através de Santo Agostinho, os intercursos sexuais dos incubus e dos succubus³. Na Idade Média se acreditava nisso com muito mais vigor, e que o Diabo seria uma personalidade satânica que podia interferir em nosso destino. O adversário de Deus também era poderoso e, negociando-se com ele, se podia conseguir aquilo que Deus negava.

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Então Goethe aproveita-se da velha tradição, mais tarde transformada em uma bela peça de teatro e um musical fantástico, para poder nos dar a ideia da luta entre o bem e o mal. Mesmo porque Mefistófeles, o Diabo, termina sendo diluído pela própria realidade. Esse pacto muitas vezes feito com sangue nada mais era do que um intercâmbio com espíritos muito primitivos.

O Diabo existe?

Allan Kardec, analisando os gênios do mal do passado que exigiam sacrifícios humanos, elucida-nos que se tratava de espíritos muito primitivos, ainda nas fases primárias da evolução.

O Diabo é, portanto, uma figura mitológica de que temos necessidade em face da nossa própria pequenez cultural. Mas ele não tem uma realidade nem histórica, nem antropológica, nem espiritual.

Nós, os espíritas, de maneira nenhuma acreditamos no Diabo. Deus não poderia ter praticado o mal, ter criado o mal.

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O conceito do mal é uma possibilidade de natureza filosófica, é uma proposta psicológica semelhante àquela da fissão da nossa psique, quando nós nos apresentamos com dois eus: o anjo e o demônio que existe em todos nós e que, invariavelmente, através de uma ponte entre o ego e o self, conseguimos fazer a perfeita identificação. Não, o Diabo não existe.”

Estas foram as explicações de Divaldo Franco a respeito das superstições e verdades que cercam o mau-olhado e a feitiçaria.

Referências do texto

1 – Os fenômenos anímicos (“animismo”) são assim considerados pelo espiritismo quando produzidos pelo encarnado, com suas próprias faculdades espirituais, sem que este seja um instrumento mediúnico da ação espiritual e sim o artífice dos fenômenos em questão.

2 – Goécia é uma prática que inclui a conjuração de Dæmons (do grego, ‘divindade’, ‘espírito’), que poderiam ser ‘bons’ ou ‘maus’, de acordo com o temperamento natural ou vontade divina que os origina.

3 – Incubus e succubus são demônios, o primeiro na forma masculina e o segundo na forma feminina, que invadem o sonho de pessoas a fim de ter uma relação sexual com elas, drenando a energia da vítima para se alimentar.

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