
Os santos falam sobre o encanto e a doçura dos anjos.
O venerável e amoroso trabalho que os anjos da guarda têm na missão de nos acompanhar e orientar é descrito pelas iluminadas e sábias palavras de dois santos: Santo Agostinho e São Luís.
Essa descrição consta de uma das obras basilares da Doutrina Espírita, “O Livro dos Espíritos”, cujas páginas instrutivas e orientadoras resultaram do incansável trabalho de Allan Kardec.
Ela começa assim:
“É uma doutrina, esta, dos anjos guardiães, que, pelo seu encanto e doçura, devera converter os mais incrédulos.
Não vos parece grandemente consoladora a ideia de terdes sempre junto de vós seres que vos são superiores, prontos sempre a vos aconselhar e amparar, a vos ajudar na ascensão da abrupta montanha do bem; mais sinceros e dedicados amigos do que todos os que mais intimamente se vos liguem na Terra?
Eles se acham ao vosso lado por ordem de Deus. Foi Deus quem aí os colocou e, aí permanecendo por amor de Deus, desempenham bela, porém penosa missão.
Sim, onde quer que estejais, estarão convosco. Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estais separados desses amigos a quem não podeis ver, mas cujo brando influxo vossa alma sente, ao mesmo tempo que lhes ouve os ponderados conselhos.”
Os anjos têm uma missão sublime, mas que pode ser penosa.
Em seguida, os dois santos abençoados falam da penosa missão, embora sublime, dos anjos da guarda. Penosa, porque muitas vezes não conseguimos captar as orientações que eles nos transmitem pela intuição.
Muitas vezes nós nos distanciamos do seu contato benevolente ou porque nos enredamos nas malhas do materialismo e dos vícios morais, ou porque a fé enfraquecida faz germinar as sementes da dúvida.
“Ah! se conhecêsseis bem esta verdade! Quanto vos ajudaria nos momentos de crise! Quanto vos livraria dos maus Espíritos!”, dizem os elevados benfeitores.
Eles continuam, então, explicando que nada podemos ocultar dos nossos anjos protetores. E manter com eles uma comunicação sincera e amorosa, como fazemos com os melhores amigos, é fonte de inspiração, adiantamento para a vida.
Quando nos valemos de sua sabedoria, sem dúvida contamos com proteção e boas realizações para esta existência. E é também uma forma de pensar no futuro, encurtando as nossas provas ao fazer melhor escolhas, seguindo pelos caminhos iluminados pelos nossos anjos de luz.
“Tendes guias, segui-os”, exortam-nos os santos. Pois ninguém deve considerar impossível que Espíritos tão elevados se consagrem de forma integral a uma tarefa tão árdua.
Eles assim o fazem porque representam o amor puro, o amor de Deus que lhes atribuiu a missão de nos orientar e de nos conduzir para a purificação e a elevação de nossas almas.
Não existe distância que nos separe de nosso anjo guardião.
Quanto à distância que nos separa das moradas celestiais dos anjos de Deus, esclarecem os iluminados santos que o espaço, para os Espíritos elevados, não é obstáculo, pois as ligações se mantêm através dos espíritos.
“Gozamos de qualidades que não podeis compreender, mas ficai certos de que Deus não nos impôs tarefa superior às nossas forças e de que não vos deixou sós na Terra, sem amigos e sem amparo.
Cada anjo de guarda tem o seu protegido, pelo qual vela, como o pai pelo filho. Alegra-se, quando o vê no bom caminho; sofre, quando ele lhe despreza os conselhos.
Não receeis fatigar-nos com as vossas perguntas. Ao contrário, procurai estar sempre em relação conosco. Sereis assim mais fortes e mais felizes.”, aconselham os benfeitores espirituais.
Eles também explicam que esse tipo de comunicação, de cada pessoa com o seu Espírito protetor, faz que todos sejam médiuns. Todos devem se empenhar em enobrecer essa dádiva, bem como repartir e transmitir o conhecimento.
Senão, perguntam São Luís e Santo Agostinho, “para que vos outorgou Deus a inteligência e o saber, senão para os repartirdes com os vossos irmãos, senão para fazerdes que se adiantem pela senda que conduz à bem-aventurança, à felicidade eterna?”, e encerram, assim, a sua mensagem.
Noemi C. Carvalho
Você pode ler a mensagem de São Luís e Santo Agostinho na íntegra em:
– “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec – Parte 2ª, Capítulo IX, Anjos da guarda. Espíritos protetores, familiares ou simpáticos
– ou na nossa publicação “Anjo da guarda, um amigo dedicado“