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Erraticidade: a transição entre duas existências terrenas

A erraticidade é o intervalo entre as reencarnações quando, depois da morte, o Espírito errante se prepara para uma nova existência terrena.

É preciso entender a morte para entender a erraticidade.

O que é a erraticidade? Podemos dizer que erraticidade torna-se a nossa condição depois da morte. Essa resposta pode, de fato, fazer surgir outras questões. Mas o que acontece conosco depois que morremos? Tudo se acaba? Ou existe alguma continuidade no além-túmulo? Ficaremos, então, eternamente nesse lugar desconhecido?

As incertezas sobre qual será o nosso destino quando fecharmos definitivamente os nossos olhos para a vida que conhecemos fazem surgir muitas dúvidas e, consequentemente, muito medo.

E por isso muitas pessoas não gostam de falar sobre a morte, porque ela é fortemente associada à tristeza, à separação, ao apego pelo que possuímos, ao medo do desconhecido. Mas, na verdade, este é um assunto muito importante, que merece ser bem compreendido.

O que são Espíritos encarnados, desencarnados e errantes.

Allan Kardec realizou um extenso trabalho reunindo respostas recebidas mediunicamente em diferentes localidades ao redor do mundo. Essa pesquisa e a compilação de dados, aferindo milhares de respostas similares e coerentes, para assim atestar a idoneidade dos Espíritos comunicantes, culminou nas obras que compõem a Doutrina Espírita.

De acordo com os esclarecimentos fornecidos pelas entidades espirituais, somos constituídos por um corpo material – nosso corpo de carne e ossos – e também por um corpo espiritual, ou ser imaterial. Além disso, também existe a ligação entre a matéria e o Espírito, conhecido como perispírito.

Assim, quando estamos revestidos pelo corpo de carne, dizemos que estamos encarnados. Por outro lado, quando estamos libertos do corpo carnal, vivemos na condição de espíritos desencarnados.

Pois bem, quando estamos em nosso corpo de carne somos espíritos encarnados e vivemos na crosta da Terra. Quando morremos e passamos para a condição de espíritos desencarnados somos espíritos errantes, e vivemos na erraticidade.

Numa das obras basilares do Espiritismo – “O Livro dos Espíritos” – , há várias questões referentes a este assunto no “Capítulo VI – Da Vida Espírita – Espíritos Errantes”. Vamos, a seguir, reproduzir alguns trechos, que podem ser lidos integralmente na obra e capítulo citados, para a melhor compreensão deste tema.

Como a Doutrina Espírita explica a erraticidade e os espíritos errantes.

Questão 223: “A alma reencarna logo depois de se haver separado do corpo?”
Resposta: “Algumas vezes reencarna imediatamente, porém, de ordinário, só o faz depois de intervalos mais ou menos longos.(…)”

Questão “224: Que é a alma no intervalo das encarnações?”
Resposta: “Espírito errante, que aspira a novo destino, que espera.”
– a) Quanto podem durar esses intervalos?
Resposta: “Desde algumas horas até alguns milhares de séculos. Propriamente falando, não há extremo limite estabelecido para o estado de erraticidade, que pode prolongar-se muitíssimo, mas que nunca é perpétuo. Cedo ou tarde, o Espírito terá que volver a uma existência apropriada a purificá-lo das máculas de suas existências precedentes.(…)”

Questão 225: “A erraticidade é, por si só, um sinal de inferioridade dos Espíritos?”
Resposta: “Não, porquanto há Espíritos errantes de todos os graus. A encarnação é um estado transitório, já o dissemos. O Espírito se acha no seu estado normal, quando liberto da matéria.”

Questão 226: “Poder-se-á dizer que são errantes todos os Espíritos que não estão encarnados?”
Resposta: “Sim, com relação aos que tenham de reencarnar. Não são errantes, porém, os Espíritos puros, os que chegaram à perfeição. Esses se encontram no seu estado definitivo.(…)”

“Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita; estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo. É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós.” – “O Livro dos Espíritos” – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita – Item VI, Allan Kardec

A erraticidade é a transição entre a vida terrena e a próxima encarnação.

Compreendemos, de acordo com os esclarecimentos acima, que não ficamos indefinidamente nesse estágio de vida após a morte, mas retornaremos a uma existência num corpo material.

E a erraticidade é esse intervalo que sucede à morte do corpo material, quando o espírito retorna ao plano espiritual, e aguarda a sua próxima reencarnação.

Entre os espíritos desencarnados, existem aqueles ainda ligados às sensações e apegos da vida transcorrida na última reencarnação e aqueles ainda inconscientes da sua situação de desprendimento do corpo material.

Também se encontram aqueles conscientes de sua condição atual mas renitentes na prática do mal, bem como aqueles Espíritos benevolentes, abnegados nas tarefas de auxílio tanto aos encarnados como aos desencarnados.

E todos eles são classificados como Espíritos errantes, porque estão vivendo no estado de erraticidade, isto é, não vinculados a um plano físico, material, como é a nossa vida na crosta da Terra.

Porque é preciso reencarnar.

Um ponto fundamental a ser compreendido é que a personalidade não sofre alterações após a morte. Ou seja, nós continuamos sendo exatamente como éramos antes da desencarnação, com os mesmos pensamentos, os mesmos valores e, naturalmente, as mesmas virtudes e os mesmo vícios.

Entretanto, com o retorno ao plano espiritual, somos levados a rever e considerar todas as nossas ações, tudo aquilo que praticamos durante a nossa estada terrena.

Isto significa avaliar e nos conscientizarmos de todo o bem que fizemos a nossos semelhantes, assim como de todas as escolhas que redundaram em desgosto ou prejuízo àqueles com quem nos relacionamos.

E a reencarnação é a oportunidade de repararmos as escolhas menos felizes que fizemos, no reencontro daqueles a quem prejudicamos ou, também com aqueles que nos prejudicaram.

Durante o período de erraticidade, o Espírito tem oportunidades para estudar e se aprimorar, objetivando um bom aproveitamento da próxima encarnação.

Somente com as experiências e tribulações no novo corpo físico é que poderá demonstrar, de fato, o progresso que alcançou no sentido de seu aprimoramento moral.

A compreensão da vida espiritual traz melhor entendimento da vida terrena.

Portanto, compreender o estado de erraticidade, o estado do Espírito – isto é, o nosso estado – depois da morte, mostra a importância de vivermos a atual existência norteada sempre pelo equilíbrio de nossas emoções e pela retidão moral presente em nossos pensamentos e atitudes.

Porque a vida continua depois da morte, e como espíritos errantes, na erraticidade, continuamos o trabalho de progresso moral e espiritual, que temos a oportunidade de concretizar em cada reencarnação.

Necessário, também, lembrarmos sempre que nós atraímos pensamentos que vibram na mesma faixa daqueles que emitimos. Assim, estamos sempre atraindo Espíritos, encarnados ou desencarnados, que se afinizam com a nossa própria energia.

De acordo com a qualidade de nossos pensamentos, atrairemos companhias de bons amigos terrenos e de prestimosos companheiros espirituais. Ou, então, nos ligaremos com aqueles que podem nos prejudicar e contribuir para aumentar a lista de reparações que teremos a cumprir numa futura reencarnação.

O livre-arbítrio é a nossa liberdade para fazer escolhas. Mas devemos ter em mente que a responsabilidade está sempre atrelada a todas as decisões que tomamos.

Noemi C. Carvalho

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