
A consciência espiritual no terceiro milênio antecipa a transição planetária.
Adentramos o terceiro milênio e cada vez mais se fala na transição planetária. E ela é ainda mais lembrada nestes tempos em que o mundo se depara com os sofrimentos e a angústia trazidos pela pandemia do novo coronavírus e os efeitos devastadores da covid-19.
O espiritismo, através dos seus espíritos mais evoluídos, conhecedores da responsabilidade de cada um na vida comum e na sua própria evolução, há séculos vêm nos revelando as nuances da existência. Assim, a vida, transcendendo o plano terreno, ganha uma outra significação.
As elevadas entidades espirituais explicaram que o princípio vital não cessa com a morte do corpo físico. Portanto, carregamos ainda conosco o resultado de todas as nossas ações e as suas consequências, tenham sido para o bem como para o mal, depois que fechamos os olhos às paisagens terrenas.
Além disso, fomos cientificados que a reencarnação, ou seja, um novo período de existência num corpo material, faz parte do programa para a retificação de erros passados e para a consolidação dos valores morais de conduta, aqueles preconizados por Jesus para uma vida bem-aventurada.
Um belo planeta em trajetória de evolução.
A nossa Terra, o nosso planeta azul que nos concede a morada e o sustento, mesmo sendo tão bela quando comparada aos seus irmãos na órbita solar, ainda é um mundo de provas e de expiações.
Isto significa que aqui reencarnam os espíritos que ainda precisam cumprir etapas para corrigir as suas falhas passadas nas relações com os seus semelhantes. Essa é uma forma de consolidar a sua posição numa conduta de paz, altruísmo e fé.
Mas, na maior parte das vezes, só compreendemos e alcançamos essas conquistas espirituais através da dor e do sofrimento. Afinal, quando a vida terrena está transcorrendo com saúde, realizações e fartura, é comum que seja dada maior importância às coisas materiais do que às espirituais.
Entretanto, nos momentos de dor e angústia, o espírito imortal consegue levar à mente e ao coração a lembrança dos compromissos assumidos na sua reforma íntima. Da mesma forma, acende a fagulha da necessidade de se aproximar da partícula divina que descansa no mais profundo do ser.
A grande escola chamada Terra.
Outro esclarecimento trazido à luz pela Doutrina Espírita se refere à individualidade e, consequentemente, aos diferentes graus de evolução de cada ser.
Como falamos, cada um carrega consigo os seus méritos bem como as falhas que ainda precisa depurar, o que depende da vontade e do esforço de cada um.
Quando se diz que a Terra é uma grande escola, onde convivem espíritos de diferentes graus de evolução, essa é, de fato, uma imagem bem apropriada.
Vejamos porque: na escola, existem várias classes de alunos, estratificadas pelo grau de amadurecimento e aprendizado individual. Naturalmente, existem aqueles que, por motivos vários, não conseguiram acompanhar o progresso anual.
Assim, estes precisam repetir a mesma etapa, com os mesmos aprendizados. Mas, mesmo em classes separadas, todos convivem no mesmo edifício escolar, encontrando-se em certas ocasiões.
Da mesma forma é a vida dos espíritos que estão encarnados na Terra. Todos convivemos no mesmo globo terrestre, mas cada um de nós teve uma trajetória distinta que lhe conferiu um grau de aprendizado diferente.
Existem os alunos aplicados, e os mestres que orientam. E, naturalmente, existem os rebeldes, os recalcitrantes, aqueles que teimam em não se importar com o conteúdo e nem praticar os exercícios necessários ao desenvolvimento espiritual.
A felicidade vem como resultado da evolução espiritual.
Vemos, portanto, transitando pela Terra, pessoas bondosas e altruístas, pessoas pacíficas e amorosas, e outras egoístas e arrogantes, maldosas e inescrupulosas, perversas e violentas.
Cabe a cada um, entretanto, cuidar da sua própria vida e da sua evolução pessoal e espiritual. Porque usar a justificativa de que “os outros também fazem isso” não é argumento válido para os acertos futuros com a própria consciência.
Devemos lembrar que, quando, no retorno ao plano espiritual, depois da morte do corpo físico, o autoquestionamento vira as páginas da vida mostrando todas as oportunidades perdidas.
A evolução espiritual é uma trajetória traçada pelo plano divino para a perfeição individual, que transforma o sonho da felicidade numa realidade.
Portanto, é do interesse de todo mundo que almeje ser feliz acompanhar as lições, fazer as provas e avançar nas classes, como resultado do êxito alcançado.
Lembrando que não nos referimos, neste caso, à felicidade transitória e momentânea, mas a um estado de felicidade, isto é, a um sentimento profundo e permanente.
A transição planetária, o terceiro milênio e a evolução espiritual da Terra.
A transição planetária trata dessa evolução individual, mas que precisa de um grande número de pessoas exitosas. Só assim o nosso globo, como um todo, poderá então ser a habitação de uma sociedade composta por pessoas mais conscientes de sua espiritualidade, mais amorosas e pacíficas.
É desse modo que a Terra pode também avançar na sua classe, dentro da grande escola que é o universo. Seria, usando uma comparação prática, como uma universidade – isto é o universo – que é composta por várias faculdades, representadas pelos planetas.
Passando de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração, os espíritos estão mais próximos de um estado de retificação de seus erros e ações indevidas. Assim, as pessoas convivem numa sociedade mais justa, mais pacífica e amorosa, e por isso não existe tanto sofrimento.
A transição requer a mudança dos que não se adaptam aos novos padrões.
Em relação a este assunto, o espírito Miramez¹ traz muitas elucidações para nos ajudar no entendimento desse complexo tema.
Ele faz uma pergunta: dentre os bilhões de espíritos que transitam entre a crosta terrestre e o plano espiritual há milhares de anos, quantos entenderam que o melhor caminho é o Amor?
Miramez cita, por exemplo, os horrores impetrados pelas Cruzadas e pela Inquisição, que levaram torturas, mortes, fome, sofrimentos generalizado a milhares de pessoas, ao longo de vários séculos.
Entretanto, explica o autor espiritual que, para que se concretize a transição do orbe terrestre, “muitos, no entanto, milhares deles, ou talvez a maior parte, terão que desocupar a casa como inquilinos que não pagaram o aluguel. Serão despejados para casas piores.
Mas as experiências valeram; as lições imprimidas em suas mentes pela estratégia da lei de ação e reação, pelo ódio que alimentaram e pela vingança que exercitaram por muitos anos, provaram, pelas experiências, que não compensa o Mal.
E no raiar do terceiro milênio, os arrependidos ficarão para herdar a Terra, onde vai haver paz, tranquilidade e trabalho suavemente feliz. Todavia, a paz íntima conquistada pelos reveses da vida, tributar-lhes-á forças, no afã de resistirem a todos os tipos de problemas, com ânimo e alegria, por estarem conscientizados do dever maior: amar a seus semelhantes em todas as direções da existência.”, elucida o benfeitor espiritual.
As profecias sobre o fim dos tempos.
Quanto às profecias que antecipam o fim do mundo e da humanidade, Miramez diz: “Nada há o que se temer das profecias. Ninguém se perderá, pois nada se acabará.
Jesus Cristo é o nosso Caminho, é a nossa Verdade e a nossa Vida. Haveremos de passar por Ele para alcançar a vida em profusão de felicidade. A hora é de começar, na distribuição do Bem em todos os caminhos.”
Haverá um tempo, é verdade, em que esta Terra deixará de ser como é para se tornar um lugar melhor, mais aprazível para se viver. Com a evolução planetária, conquistada pela evolução individual, terão fim os tempos de sofrimento e de angústias.
O espírito que compartilha conosco o seu conhecimento continua, então, o raciocínio. Ele esclarece que esse é um processo que “faz parte da evolução das criaturas e o mundo não vai acabar, como instigam os falsos profetas.
Nada se acaba, como a própria ciência confirma; porém, se transforma sempre para melhor, alcançando valores mais dignos.”
A confiança é sinal de progresso espiritual.
A fé e a confiança, o pensamento centrado no bem e o sentimento pautado no amor, são os sinais do progresso espiritual. Como diz Miramez, que nos reforça esses esclarecimentos, “o temor é próprio da inferioridade.
E é por essas e outras falhas humanas que o Cristo nos ensina a exercitar a fé, a confiança em Deus e a nos apoderarmos de toda a certeza de que Ele é todo Amor e Sabedoria. A Sua onisciência nos garante a eterna confiança nos Seus desígnios e a Sua Justiça nos sustenta na maior alegria de viver.
Guerras, pestes, fomes e calamidades de toda ordem são meios usados por Deus para a educação dos Espíritos. Essa é a marcha do progresso desde o vírus até as constelações.
O homem da Terra está próximo de se libertar dos meios grosseiros que a evolução tem usado para disciplinar os ignorantes.
Eis que os fins destes correspondem ao último vestibular para os seres de boa vontade, para as almas amadurecidas nas hostes do bem. E depois, o terceiro milênio abrirá outras portas para os que ficarem na Terra.”, diz Miramez.
A palavra final no plano de evolução dos mundos.
Estamos, é verdade, apenas no começo do terceiro milênio, mas a transição planetária se faz cada vez mais próxima.
A pandemia do coronavírus, em pouco mais de um ano, já retirou da Terra mais de dois milhões de pessoas. Acredito que nem todos são os espíritos reprovados e que não poderão mais voltar a este planeta.
Afinal, é preciso, também, preparar as novas gerações que virão povoar a Terra regenerada. São aqueles que continuam o seu aprendizado evolutivo nas escolas espirituais preparando-se para o próximo retorno.
Enfim, o livre-arbítrio é soberano no plano da evolução individual, e cada um pode seguir o caminho que quiser, no tempo que achar conveniente.
Mas, certamente, Deus tem a palavra final no plano de evolução dos mundos.
Noemi C. Carvalho
1 – Miramez, no livro “Francisco de Assis”, psicografado por João Nunes Maia
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