
A agitação que revolve os tempos de transição.
Vivemos em uma época de inegável agitação e mudança. Os sinais estão por toda parte, manifestando-se através de conflitos sociais, violência, intolerância e desamor, denotando os tempos de transição que vivenciamos.
Nossos dias são tingidos por angústias e incertezas, e muitos se perguntam se estamos, de fato, experienciando os “finais dos tempos” mencionados no Novo Testamento.
O sermão profético de Jesus já nos advertia sobre essas tribulações, e o Apocalipse trouxe mensagens similares.
Estávamos cientes de que o futuro reservaria desafios, mas a magnitude e a natureza desses desafios nos pegaram de surpresa.
Hoje, vemos conflitos de toda ordem, principalmente os conflitos sociais e humanos.
As transformações sociais e as convulsões geológicas.
A obra de Allan Kardec, fundador do Espiritismo, já apontava que, nos tempos de transição, as transformações do final dos tempos seriam grandes, com mudanças geológicas, culturais, sociais e morais.
Entretanto, não são as entranhas do planeta que vão se transformar, mas sim, as estruturas sociais. Estamos vivenciando fenômenos que transcendem os limites físicos e atingem o cerne do comportamento humano.
A fome, por exemplo, não é resultado da escassez de alimentos – produzimos mais do que suficiente para todos. O real problema reside na distribuição injusta e no egoísmo humano.
A transformação necessária é, portanto, de natureza social e moral, e não física.
Surge uma nova ordem de conflitos.
Atualmente, testemunhamos conflitos geopolíticos e religiosos que pareciam relegados ao passado.
O cenário internacional está marcado por tensões entre Oriente e Ocidente, guerras entre nações, algo que muitos pensavam estar superado.
A obra “Mega Trends”, publicada na década de 80, previa que não haveria mais guerras entre nações no novo milênio, mas a realidade tem se mostrado diferente.
A intolerância religiosa, que parecia pertencer à época da Inquisição, ressurge com força no século XXI. Vemos expressões de violência e radicalismo que nos fazem questionar se a humanidade realmente evoluiu.
Paralelamente, a desestruturação familiar contribui para a degeneração social. Vínculos afetivos estão se afrouxando, e novas configurações familiares emergem. Kardec já alertava que famílias adoecidas produziriam uma sociedade doente.
Em tempos de transição, resta a esperança na transformação espiritual.
Apesar dos tempos turbulentos, o Espiritismo nos oferece uma perspectiva de esperança e de transformação.
Allan Kardec nos lembra que as mudanças sociais e os conflitos humanos são oportunidades para o desenvolvimento moral e espiritual da humanidade.
A vivência desses dias angustiosos não deve nos levar ao desespero, mas inspirar a busca por uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna.
O caminho para a regeneração social e a superação dos conflitos passa pela reforma íntima e pelo fortalecimento dos laços de amor e de solidariedade.
Vamos, então, refletir sobre as nossas atitudes e escolhas, reconhecendo a responsabilidade que temos na construção de um mundo melhor.
O futuro pode ser incerto, mas está em nossas mãos moldá-lo segundo os princípios do amor e da fraternidade ensinados por Jesus.
José Batista de Carvalho
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