
Se estar em paz é tão bom, porque é tão difícil se sentir assim?
Uma das melhores coisas da vida é estar em paz. Porque assim você se sente leve, a mente está tranquila, pequenas alegrias colorem o dia.
Sua mente está clara, a respiração tranquila, a cabeça não dói, estômago não aperta, dentes não rangem, unhas não são roídas. Você sente que vai deslizando pelo dia, fazendo as suas tarefas, sem trancos, nem solavancos.
“Paz, em hebraico, é Shalom, e, literalmente, Shalom quer dizer: “estar inteiro”, “estar em repouso”. É então conveniente que perguntemos: o que nos impede de estarmos inteiros? O que nos impede de experimentarmos o repouso, isto é, de estarmos em paz?“, pergunta Jean Ives Leloup.
Para responder a essa pergunta, Leloup afirma que aquilo que nos impede de estarmos inteiros, ou seja, de estarmos em paz, é o medo.
O medo é o maior responsável por tirar a paz.
Todo os tipos de medo que existem, seja medo do desconhecido, do sofrimento, do abandono ou da morte, em resumo, podem ser reunidos num só: medo de ser “nada”.
Consequentemente, continua então Leloup, “este medo nos leva a esforços inimagináveis, para provarmos a nós mesmos e aos outros que somos alguma coisa e que “vale a pena” sermos amados, que o merecemos.”
Aquele que perdeu o medo de ser “nada” não tem mais medo de tudo; paradoxalmente, é o medo de ser nada que nos impede de ser tudo.”
O medo impede a livre circulação da energia da vida e, portanto, estanca o fluxo salutar, trazendo problemas e mais problemas tanto na saúde como na realização do ideal de viver.
Por outro lado, o amor…
O amor, por outro lado, é o ingrediente fundamental para poder encontrar e estar em paz. Porque a paz que vem do amor nos dá a possibilidade de estarmos inteiramente presentes na integridade do que somos.
Mas a procura ou até mesmo a exigência por amor não acontece enquanto o procuramos. Isto acontece porque, atendendo à máxima de que “é dando que se recebe”, só quem ama e é amável com os outros pode receber do mesmo em troca.
Desta forma, quem ama recebe amor e, assim, sentindo-se complementado e inteiro, sente-se em paz.
Leloup faz uma observação para quem quer encontrar o amor e a paz: “Amar com todo o seu ser, este é o mandamento, ou, mais exatamente, o “exercício” que nos é proposto: “Amarás com todo o teu coração, com todo o teu espírito, com todas as tuas forças”; isto traz também uma esperança.”
Podemos, certamente, concluir que o exercício do amor é uma prática a ser adotada e treinada, até que se torne um ato tão natural como o ato de respirar.
Noemi C. Carvalho
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