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Eu queria… não deixe que isso se torne um arrependimento.

Mão segurando um antigo album de fotografias representando arrependimento

Entre obrigações e responsabilidades, onde ficam os sonhos?

Quantas vezes você já disse “Eu queria…”, e a frase fica suspensa no ar, assim como os seus sonhos, esperando a oportunidade para um dia se realizar. Quantas vezes nos deixamos de lado, sempre adiando nossos desejos, achando que eles podem esperar e não são importantes. Mas existe um tempo na vida em que o “eu queria” vira arrependimento.

Bronnie Ware, uma enfermeira australiana, constatou isso pela interação com os pacientes que atendia, o que a levou a fazer uma análise mais profunda sobre o assunto, identificando os cinco principais arrependimentos que as pessoas sentiam com relação a suas vidas.

Muitas pessoas vivem a maior parte do tempo correndo para fazer. Fazer o quê? Fazer isso, aquilo, tudo e mais um pouco e ainda ficar frustradas pelo que ficou sem fazer. Essa é uma rotina do dia a dia para muitos que estudam e trabalham, para os que têm dois ou até mais empregos para manter uma boa renda, para quem tem filhos pequenos, quem cuida de pessoas adoentadas ou para aqueles que simplesmente querem uma vida melhor, mais riqueza, poder ou prestígio.

Enfim, reflete o modo de vida contemporâneo de uma boa parcela da população, especialmente aqueles que vivem em grandes centros urbanos.

Mas de repente, sem aviso e sem pedir licença, um simples organismo – que de tão simples não é sequer considerado um ser vivo – chega e diz : “Para tudo!” E o mundo parou – não totalmente, porque muitos precisam continuar trabalhando para que a vida de todos continue, se não com normalidade, mas com o que é mais necessário.

E foi assim que, em questão de dois ou três meses, um vírus conhecido chegou num modelo até então desconhecido: o novo coronavírus, batizado de SARS-COV-2, que exigiu medidas drásticas em quase todo o planeta para evitar sua propagação.

O período da quarentena traz dificuldades, mas também mostra oportunidades.

Os países mais duramente castigados tiveram que impor os períodos de quarentena, ou seja, o isolamento social da população em geral, de estudantes e trabalhadores de serviços considerados como não essenciais e daqueles que podem trabalhar remotamente.

Essa medida, naturalmente, diminuindo o tempo gasto com atividades externas, fez surgir a possibilidade de dedicar mais tempo a si mesmo, a atividades de reflexão que levem a um melhor entendimento de “como funcionamos”: porque sentimos o que sentimos, porque fazemos o que fazemos. O autoconhecimento ganha, assim, um convite para fazer parte da relação de atividades.

Mas podem surgir dúvidas, como, por exemplo: “Como se autoconhecer?” – Fazendo uma análise interior, é a resposta. “Muito bem, mas analisar o que?” – Analisar o seu relacionamento com sua própria vida: as emoções que o levam a tomar as atitudes, os pensamentos que povoam sua mente, o grau de satisfação com suas realizações, para ter algo com que começar.

A sinceridade e a empatia mostrou a Bronnie Ware o arrependimento que as pessoas carregavam da vida.

E para que essa tarefa seja mais objetiva, você pode se valer de uma lista feita por Bronnie Ware, uma enfermeira australiana especialista em cuidados paliativos e doentes terminais.

Os pacientes de Ware, geralmente, eram pessoas que já não tinham chances de recuperação, o que permitiu que eles compartilhassem com ela seus sentimentos mais profundos, com confissões honestas e francas que mudaram a sua vida, segundo ela contou à BBC News.

Depois de muitos anos trabalhando no cuidado de pacientes, Ware conta que percebeu uma clareza de pensamento incrível que surgia, estando eles ficavam privados de suas atividades normais pelas questões de saúde. Acamados, sem muito o que fazer e estimulados pelo relacionamento estabelecido com a enfermeira, os pacientes conseguiam fazer uma sincera e profunda reflexão sobre suas vidas.

A enfermeira conversava com eles sobre seus desejos e sobre seus arrependimentos, na vida. O que eles fizeram ou deixaram de fazer e, sobretudo, o que queriam ter feito. Segundo ela, alguns temas eram mais frequentes e apareceram repetidamente, e podemos aprender muito refletindo sobre estes pontos em comum na vida de tantas pessoas.

Ela publicou um livro, intitulado “The Top Five Regrets of the Dying – A Life Transformed by the Dearly Departing (“Os Cinco Maiores Arrependimentos à Beira da Morte”, em tradução livre), onde ela listou os cinco arrependimentos mais comuns que as pessoas sentiam ao olhar para sua vida.

Veja quais são esses arrependimentos e, se algum lhe parecer familiar, você pode desde já começar a encontrar os meios para poder realizar suas aspirações e desejos mais sinceros.

Eu queria…

1. “Queria ter tido a coragem de fazer o que realmente queria, e não o que esperavam que eu fizesse.”

Segundo a enfermeira, esse foi o arrependimento mais comum. Olhando para trás, vê-se quantos sonhos não foram realizados e que só com saúde é possível fazê-los acontecer. Ela cita que as pessoas se arrependiam do que não fizeram, e dificilmente de algo que tinham feito.

2. “Queria não ter trabalhado tanto.”

Ware disse ter ouvido isso de todos os homens com quem trabalhou, que gostariam de ter passado mais tempo com a família, ter acompanhado o crescimento dos filhos. As mulheres, sendo de uma geração mais antiga geralmente não exerciam um trabalho profissional, mas muitas também citaram esse fato.

3. “Queria ter tido coragem de falar o que realmente sentia.”

Segundo a enfermeira, um dos pontos mais comentados foi a atitude de suprimir os seus sentimentos para ficar em paz com os outros. A falta de coragem para expressar seus sentimentos, fossem positivos ou negativos, fez as pessoas se acomodarem. E, assim, deixaram de se tornar quem eles realmente eram capazes de ser. Muitos, inclusive, desenvolveram doenças relacionadas a sentimentos de amargura e mágoa que eles ainda carregavam.

4. “Queria ter retomado o contato com os amigos.

Outro arrependimento que ela notou entre seus pacientes foi ter perdido o contato com os amigos. Eles se afastaram das amizades que tinham, por terem ficado envolvidos tão somente em suas próprias vidas. E, muitas vezes, o distanciamento por um período prolongado dificulta um reencontro.

5. “Queria ter sido mais feliz.”

De acordo com as observações de Ware, esse é um arrependimento surpreendentemente comum. Muitos só percebem tarde demais que a felicidade é uma escolha. As pessoas se prendem a antigos hábitos e padrões, a sensação de segurança com o que já é conhecido. O medo de mudar, de se arriscar, ou simplesmente assumir que queriam uma vida mais simples e tranquila, levou as pessoas a fingirem que eram felizes, não só para os outros mas também para si mesmas. “Elas ansiavam por rir de verdade e aproveitar as coisas bobas em suas vidas de novo.

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A vida pode ser mudada por nossas escolhas e decisões para que o arrependimento não faça parte de nossa história.

Com base nesses relatos, Ware espera que seu livro “ajude as pessoas a agir hoje e a não deixar as coisas para amanhã e se arrepender depois“. Aproveite, então, para começar a fazer uma reflexão sobre sua vida a partir desses cinco pontos.

Não creio que se possa afirmar que o autoconhecimento seja uma tarefa fácil. Mas é uma forma de ter uma base para traçar seu rumo, analisando o que é importante para você, suas prioridades na vida.

Lembre-se de buscar essas respostas bem lá no fundo, naquilo que é verdadeiro e essencial, e não na superficialidade das suas relações com mundo exterior.

Noemi C. Carvalho

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