
Ser mãe: um quebra-cabeças de amor, dedicação e inseguranças.
Mãe-biológica, mãe-adotiva, mãe-adotada, mãe-postiça, mãe-tia, mãe-avó, mãe-irmã-mais-velha, mãe-pai, mãe-babá, mãe-vizinha e certamente mais algumas tantas mães que não estão aqui listadas mas tiveram – integralmente ou não – seu quinhão de maternidade, de mostrar incondicionalmente seu amor e dedicação.
Mães que ainda o são, mães que sempre o sonharam e nunca puderam ser, mães que trágica e desesperadamente continuam sendo apenas na lembrança e na saudade, pois o tempo não se importou com a ordem cronológica de chegada e de partida.
Mãe que não ganha cartilha quando ganha um bebê, que sofre aprendendo, que aprende sofrendo. Que tem que se virar para ser um pouco de tudo: de enfermeira nas febris noites insones, de professora nas primeiras ou até mesmo segundas letras, de cozinheira para agradar paladares invariavelmente diferentes e exigentes, de companheira na diversão e na brincadeira, de conselheira buscando respostas na sua experiência… se bem que nessas horas queria ter uma bola de cristal.
Mãe que sabe que tem que criar os filhos para a vida e quando eles começam a sair de debaixo das asas e se distanciar do ninho, ou quando eles ganham autonomia e vão para seus próprios ninhos, sente satisfação pelo dever cumprido, mas também sente um buraco das peças que vão se soltando no quebra-cabeças da sua vida.
Mãe que nunca sabe se está certa, mas tem que ter a certeza de estar fazendo o melhor, tem que ter noção, visão, intuição, tem que ser firme, tem que ter opinião e decisão, tem que resolver o que é melhor para seu rebento mesmo que isso arrebente o seu coração.
Mãe que se alegra com carinha feliz de satisfação na vida, que sente a alegria de cada conquista como se fosse dela mesma. Que se contorce por dentro e sofre com cara amarrada, que pegaria agora as dores da vida que viu crescer na infância alegre e distraída. Mas também sabe que é sua função deixar que as tempestades da vida se encarreguem de fazer crescer em seus brotinhos raízes cada vez mais fortes, estáveis e seguras.
Mãe que toda vez que fica nervosa pensa na encrenca que foi arrumar, mas que sente saudade todo o tempo que a encrenca não está por perto. Que entende que foi ela que educou mas também fez o que podia, e cada um tem uma personalidade e uma rebeldia que traz a esta vida para aprimorar.
Certamente muitas outras coisas podem ser ditas: imagens, opiniões e certezas estão passando agora, percorrendo os caminhos da memória e das experiências de cada mãe.
Eu fico por aqui, queridas mães de todos os filhos, queridos filhos de todas as mães, pedindo à nossa querida e Santa Mãezinha Maria que estenda seu doce e amoroso olhar sobre todos nós, seus filhos peregrinos nas estradas da vida, para que a luz de seu amor ilumine e proteja nossos caminhos, não só no dia de hoje, mas em todos os dias do porvir.
Noemi C. Carvalho