
“Você pode dizer que sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Tenho esperança de que um dia você se unirá a nós
E o mundo será um só.”
John Lennon
Nunca é demais falar que estamos vivendo um momento único na história da humanidade. O mundo inteiro parou para enfrentar um agente patogênico de características desconhecidas, que a cada instante apresenta novas consequências. E chegou o momento de pensar diferente.
Médicos e cientistas procuram tratamentos e formas de minorar o sofrimento naqueles que desenvolvem os sintomas mais fortes, enquanto uma vacina ou algum remédio não se mostre eficaz na resolução definitiva.
Mas a pandemia desenvolveu alguns outros sintomas, que não possuem relação no campo da saúde.
O coronavírus traz outras consequências nefastas, além daquelas à saúde.
Poucos, de fato, têm a coragem de anunciar detalhadamente uma das inevitáveis consequências que o coronavírus trará para o mundo. Estamos muito próximos de uma depressão econômica de contornos catastróficos e, inclusive, alguns acreditam que já estamos mergulhando neste abismo.
Muitas pessoas não possuem os meios nem a estrutura necessária para permanecerem paradas em casa. E por isso elas precisam voltar a trabalhar, para ter uma fonte de renda que possibilite o seu sustento.
Um dilema, então, se estabelece. Se todos ficarem em casa se resguardando do vírus, em breve a economia quebra e a depressão econômica vai então acabar com tudo.
Mas será que devemos condenar um enorme contingente populacional às sérias consequências de uma grave infecção? Não é aceitável, sob qualquer pretexto, precificar a vida das pessoas em troca da economia.
Esforços devem ser envidados para encontrar soluções na área econômica.
Creio que este é o momento crucial, quando todos devem procurar meios e formas para se preservar da doença e também minimizar a questão econômica.
O governo deve fazer um esforço no sentido de criar ocupações e empregos, sobretudo aqueles nos quais as pessoas possam trabalhar em casa. Um plano nos moldes do New Dial¹, que Franklin Roosevelt implantou nos Estados Unidos para enfrentar os efeitos da crise de 29. Mas desta vez com o objetivo de criar trabalho que possa ser efetuado a partir das residências.
Existe uma enorme variedade de trabalhos que podem ser feitos em locais onde o perigo do contágio seja pequeno. Mas para que isso seja viabilizado, são precisas gestões no sentido de desenvolver polos de interesse entre as empresas. E assim promover a capacitação profissional para novas atividades, provendo também a infraestrutura necessária para o estabelecimento das operações.
Os políticos e administradores estão muito acostumados a um sistema que apenas repete as coisas como elas sempre foram. Entretanto, fazer mais do mesmo e continuar a lidar com os negócios dentro da estrutura tradicional, hoje não se enquadra nas exigências que a realidade impõe.
Pensar novo, pensar diferente.
Hoje, como nunca antes foi necessário, é preciso ousar, provocar a imaginação criativa para assim vencer as consequências que o coronavírus trouxe. E que, ao que parece, serão prolongadas, algumas talvez duradouras.
Temos que ser mais versáteis, criativos e determinados que o problema.
O principal problema é o pensamento antigo. Pensar diferente é a resposta.
“Porque aqueles que são loucos o suficiente para pensar que podem mudar o mundo são os que, de fato, o fazem.” – Steve Jobs
José Batista de Carvalho
1 – New Deal