
A casa da nossa mente também precisa ser organizada.
Qual a relação que pode existir entre uma casa e uma mente organizada? Para explicar, vamos começar com o que é mais fácil de visualizar: a casa. E então, a partir das imagens da nossa realidade material, vamos fazer as comparações com a mente, o campo abstrato da nossa vida.
Sabe quando você olha para aquela prateleira ou gaveta, ou às vezes pode ser aquela mesa de canto ou o canto da casa que fica meio escondido, onde você vai colocando coisas, colocando mais, enquanto pensa: “Uma hora preciso arrumar isso.”? Mas enquanto você não arruma, a bagunça vai aumentando.
E você sabe também que às vezes deixamos essa bagunça ficar num lugar que a gente nem vê, e por isso acaba nem percebendo? Esse lugar é a nossa mente.
Para ter uma ideia de como isso é importante, em seus pronunciamentos Dalai Lama sempre diz que precisamos cuidar da higiene física, mas também não podemos deixar de cuidar da higiene mental e emocional.
A mente é a casa do espírito.
Além disso, encontrei um texto de Emmanuel¹ que também fala exatamente sobre esse assunto.
Ele começa falando, justamente, da casa em que moramos, que pode não ser rica do ponto de vista material, mas deve ser cuidada para se manter a ordem, a limpeza e a segurança de seus moradores.
Mas “é imperioso”, diz Emmanuel, “que o senso de higiene e harmonia não se fixe, unicamente, no domicílio externo. Necessário que semelhante preocupação nos alcance o pouso íntimo.”
E arremata: “A mente é a casa do espírito.”
A nossa mente tem muitos cômodos.
O instrutor espiritual explica que a nossa mente tem muitos cômodos, cada um de utilidade para atividades específicas e, às vezes, “sobrecarregamos as dependências de nosso lar interior com ideias positivamente inadequadas às nossas necessidades reais.”
Segundo ele, muitas vezes deixamos que a nossa mente fique abarrotada com antigos preconceitos, usamos nosso tempo divagando e arquitetando teorias inúteis.
Além disso, também no campo emocional ficamos resvalando entre inquietações e tensões, queixas e mágoas, insatisfações e revoltas, e desta forma gastamos um tempo precioso que poderíamos aproveitar de modo muito melhor em nosso aperfeiçoamento.
Quando permitimos que sentimentos negativos e tóxicos se instalem em nosso interior, nas palavras de Emmanuel “dilapidamos os tesouros do tempo e as oportunidades de progresso, de vez que impedimos a passagem da corrente transformadora da vida, através de nossas próprias forças.”
Os requisitos básicos para um ambiente saudável e uma mente organizada.
Surge, então, uma dúvida: o que seria exatamente essa “corrente transformadora da vida” a que se refere Emmanuel? E como assim nós impedimos a sua passagem, se é isso que queremos, que tudo melhore?
Vindo em nosso socorro, Emmanuel começa a explicar, de modo bem corriqueiro e ilustrativo. Uma casa, diz ele, por mais simples que seja, precisa de alguns requisitos básicos para que seja um ambiente saudável.
Assim, é conveniente que ela seja bem arejada e tenha uma boa incidência de sol. As instalações elétricas e o sistema de esgoto devem estar sempre em ordem, e qualquer problema deve ser logo corrigido. Além disso, o lixo sempre tem que ser retirado e evitado também o acúmulo de coisas que não são mais úteis.
Portanto, se a “mente é a casa do espírito”, certamente também devemos tomar atitudes semelhantes com o que diz respeito à manutenção de nossa casa mental.
E o que seriam esses cuidados? Fazendo um paralelo com as orientações do benfeitor espiritual, podemos dizer que devemos manter a mente arejada, iluminada, bem cuidada e organizada. Isto é, sempre aberta a aceitar novas ideias, aprofundar estudos que podem trazer luz às nossas dúvidas e ampliar o nosso conhecimento.
Da mesma forma, devemos nos livrar do ‘lixo mental’, as crenças antigas que não nos servem mais, os pensamentos deteriorados pelo tempo e que se tornam tóxicos ao nosso bem-estar e à nossa saúde mental.
Tomando esses cuidados, mantemos livre o caminho para a circulação das energias transformadoras a que se refere Emmanuel, e fortalecemos as nossas ligações com as correntes positivas tanto de outras pessoas como das entidades espirituais elevadas.
Você pode ler mais sobre este assunto em Arrumando os armários da sua mente, com orientações de Louise Hay.
Como afastar as sombras que escurecem nossa vida.
Emmanuel continua com as orientações que nos ajudarão a transformar a nossa vida tornando-a melhor, mais produtiva e mais proveitosa, principalmente quando temos em vista que ela se estende para muito além desta nossa existência atual.
O benfeitor espiritual traça novamente, para nossa melhor compreensão, um paralelo entre a vida material e a espiritual. Conta ele que “desde épocas remotas, combatemos a escuridão. Da tocha à candeia, da candeia à lâmpada moderna, esmera-se o homem na criação de recursos com que se defender contra o predomínio das trevas.
Pondera quanto a isso e não guardes, ressentimentos e nem cultives discórdias no campo da própria alma. Trabalha, estuda, faze o bem e esquece o mal, a fim de que te arregimentes contra o nevoeiro da ignorância.”
Ou seja, no que se refere à vida material e ao seu progresso e desenvolvimento, o homem sempre procurou novos meios para trazer a luz que iluminaria seus caminhos e lhe daria melhores condições de vida, ampliando suas possibilidades, trazendo novas oportunidades e conquistas.
Então, é natural que as trevas e as sombras da vida espiritual também passem pelo mesmo processo de desenvolvimento e evolução. Para isso, devemos manter o equilíbrio de nossas emoções, evitando as reações instintivas, procurando manter as nossas atitudes condizentes com os valores morais mais elevados.
Você pode complementar com a leitura de Liberte-se de toda a energia de medo que bloqueia sua vida
É na sua mente que nascem os seus sonhos e aspirações.
Emannuel encerra a valiosa lição com a seguinte observação: “Tua mente é tua casa intransferível. Nela te nascem os sonhos e aspirações, emoções e ideias, planos e realizações.
Dela partem as tuas manifestações nos caminhos da vida, e de nossas manifestações nos caminhos da vida depende o nosso cativeiro à sombra ou a nossa libertação para a luz.”
Nestas poucas palavras, existem muitos ensinamentos. Nós podemos mudar de casa várias vezes durante a vida, mas a casa do espírito, a nossa mente, somente a nós pertence e nos acompanha por toda a eternidade, pois dela não podemos nos desfazer.
É por isso que se diz que desta vida não levamos nada, a não ser o resultado das nossas atitudes, do bem ou do mal que pensamos e praticamos.
Você vai gostar de ler, com o Professor Hermógenes, Quem mora na casa dos seus pensamentos?
A persistência e o empenho constroem uma estrada firme e segura.
Além disso, tudo o que imaginamos para a nossa vida, tudo aquilo que queremos e idealizamos nasce na mente. É ali o ponto de partida, é ali que começa o planejamento para a manifestação e a concretização dos sonhos e dos ideais de vida. Por isso a mente deve estar limpa, organizada, harmoniosa, equilibrada, iluminada.
Uma última coisa: guarde em sua mente e em seu coração todas as lições para a vida que chegam até você. Sempre que surgir a oportunidade, pegue-as e coloque-as em prática.
Mas não se cobre se você não conseguir fazer tudo o que é orientado e explicado. Nós estamos vivendo esta vida para corrigir algumas coisas, melhorar outras tantas e aprender com nossas falhas.
Portanto, o que importa não é conseguirmos ser perfeitos. Mas termos a consciência que com empenho, persistência e com tantas encarnações quantas forem precisas, estamos fazendo a nossa parte, colocando, uma a uma, as pedras que calçam o nosso caminho e constroem uma estrada firme e segura.
Noemi C. Carvalho
1 – Emmanuel, em “Alma e Coração”, psicografado por Chico Xavier
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