
Escrever é a coisa mais difícil, pelo menos para mim, esse eu que aperta as teclas.
Em dias de sol parece-me quem nem todas as letras são suficientes.
Nas nubladas noites das contrariedades não sei o que fazer com os pingos, imagina os is…
As tardes outonais ao invés de trazerem a calma da média, revelam a indecisão das leves folhas que vagueiam sem saber
onde
cair.
Fracionando as linhas,
revelo-me confuso
ante o desejo de uma elegante coerência que case surpreendentes ideias
a um ritmo fluido e inspirador,
para que, a quem estas linhas chegarem,
ao ler sinta-se levado a idas
e vindas
e no meio da bela estrada, entre árvores majestosas,
surpreenda-se com um fio de dourada luz solar que entre as folhas encontra o seu caminho e, num ato de revelação, extasie a pobre mente que não sabia que ali chegaria, sem nem ao menos supor que na caminhada encontraria
sua própria consciência.
Por isso tento,
leio releio,
procuro pesquiso,
anoto esboço,
para na maioria das vezes tudo terminar nas cinzas do delete.
José Batista de Carvalho