
A mediunidade e o espiritismo são duas forças inseparáveis.
Quando alguém fala em mediunidade, logo se faz uma associação com o espiritismo. De fato, ambos estão ligados, pois a mediunidade é o instrumento que permite as manifestações do espíritos. E o conhecimento da Doutrina Espírita é fundamental para o correto desenvolvimento e o bom desempenho da faculdade mediúnica.
Na verdade, explica Miramez¹, “são duas forças inseparáveis. A doutrina dos Espíritos surgiu pelos fenômenos dos dons espirituais, analisados e testados, e colocados à luz pelos mais cultos Espíritos da época, fazendo com que se cumprisse a profecia de Jesus, citada em João:
‘E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.’ (João 14:16-18)
De fato”, continua Miramez, “enviou o Consolador, sob a forma de uma doutrina, por um dos seus discípulos mais lúcidos no entendimento das leis espirituais.
E esse Consolador não veio somente na forma de consolar, mas trouxe a misericórdia de instruir também, mostrando à humanidade o mesmo cristianismo primitivo, com o mesmo perfume espiritual do Cristo de Deus.”
Também nas palavras do Apóstolo João encontramos o cumprimento das promessas de Jesus: ‘Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. (’João 14:26)
As revelações e a compreensão do mundo invisível que nos cerca.
A ciência espírita, como explica Allan Kardec², “reúne em corpo de doutrina o que estava esparso; explica, com os termos próprios, o que só era dito em linguagem alegórica.”
Ele também elucida que as ideias espíritas “se erguem contra os abusos que nascem do orgulho e do egoísmo”. Porque, “se é certo que desses abusos há quem aproveite, à coletividade humana eles prejudicam.”
Portanto, pelas orientações e pelo entendimento mais amplo da vida, o espiritismo procura fazer com que “os homens se tornem melhores uns para com os outros, menos ávidos das coisas materiais e mais resignados aos decretos da Providência.”
Kardec também diz que “Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Por que, tendo-o enviado para fazer lembrada sua lei que estava esquecida, não havia Deus de enviar hoje os Espíritos, a fim de a lembrarem novamente aos homens, e com maior precisão, quando eles a olvidam, para tudo sacrificar ao orgulho e à cobiça?
Não é um único homem, um profeta quem nos vem advertir. A luz surge por toda parte. É todo um mundo novo que se desdobra às nossas vistas.
Assim como a invenção do microscópio nos revelou o mundo dos infinitamente pequenos, de que não suspeitávamos; assim como o telescópio nos revelou milhões de mundos de cuja existência também não suspeitávamos, as comunicações espíritas nos revelam o mundo invisível que nos cerca, nos acotovela constantemente e que, à nossa revelia, toma parte em tudo o que fazemos”, bem faz entender Allan Kardec.
O espiritismo precisa da mediunidade para trabalhar pelo progresso da humanidade.
A mediunidade, portanto, desempenha importante papel para o progresso da humanidade. Pois “as lições da doutrina são contínuas; não pode haver interrupção nelas, por serem de caráter evolutivo, trazendo luz para os homens, de acordo com o progresso dos mesmos”, explica Miramez.
Entretanto, é fundamental que o médium estabeleça as bases de sua formação pelos preceitos da Doutrina Espírita. Esta é uma forma segura de evitar a influenciação sutil das forças negativas, também atuantes no plano espiritual.
Os Espíritos encarregados de difundir as palavras do Cristo “cumprem a vontade do Senhor, mandando lições imortais por intermédio dos dons mediúnicos, para consolação e instrução da humanidade”, reforça o mentor espiritual.
E ele continua dizendo que “Cristo nos pede que nos demos as mãos, fracos e fortes, doentes e sadios, pobres e ricos, intelectuais e ignorantes, santos e párias, na manifestação do amor, para que a fraternidade se estenda por toda a parte, provando, assim, que aprendemos o que Ele nos ensinou.”
A prática mediúnica se reflete em todas as atividades a serviço do bem.
Mas não menos importante, ressalta o benfeitor espiritual, é compreender que a mediunidade pode ser praticada não somente pela interação direta com os espíritos, como também pelas atitudes que espelham a moral amorosa do Mestre Jesus.
Assim, exemplifica Miramez, quem tem o dom da palavra, ajude aos que sofrem, “falando com eles da bondade de Deus e da misericórdia de Jesus, da intervenção dos Espíritos e da manifestação dos mesmos em todas as atividades humanas.”
Aqueles que trazem no coração o dom da alegria pura, façam com que ela “seja uma fonte onde todos os desesperados bebam, sem que a exigência atrapalhe suas faculdades.”
Para quem se compadece com os que sofrem a fome e a nudez, que trabalhe por eles, “com o dom da caridade, porque ela sempre se manifesta através do amor.”
Ou quem tem na escrita a sua mediunidade, “escreva em nome de Deus, consolando e instruindo as criaturas.”
E, assim prosseguindo, que cada um coloque as suas habilidades, as suas aptidões e a sua boa vontade em favor do próximo e a serviço de Jesus.
“Avança com todas as faculdades que possuíres para a paz e a saúde de todos os seres, que é assim que podemos registrar a volta do Senhor nas nuvens dos corações, a nos dizer: ‘Estou feliz por amares a eles todos como eu vos amei’”, conclui Miramez.
Noemi C. Carvalho
Referências
1 – Miramez, em “Segurança Mediúnica”, psicografado por João Nunes Maia
2 – Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos” (Conclusão)
Você precisa fazer login para comentar.