
A mente é trabalhadora infatigável.
É recomendável não deixar uma hora vazia, sem direção nem supervisão. Pois a mente é uma incansável oficina, sempre aberta a receber todos os tipos de pensamentos, tanto os que se originam internamente como as influenciações externas.
E seja o que for que lhe chegue, tanto pensamentos bons e nobres como outros duvidosos e insensatos, servem para entretê-la em suas maquinações.
Assim a mente trabalha cuidadosamente cada pensamento que está ali ao seu dispor, tecendo-lhe uma trama mais resistente, aumentando-lhe as proporções, estendendo-lhe o alcance.
Quando isso acontece com os pensamentos de boa índole, o bem reveste todo o organismo, a energia amorosa se estende tocando suavemente outros corações.
Forma-se um ambiente de paz e de felicidade, de serenidade e de entusiasmo. E ele se estende, se espalha e se transforma em palavras encorajadoras, em sorrisos reconfortantes, em atitudes solidárias.
Por outro lado, se são os pensamentos sombrios, maldosos e negativos que ocupam as horas de trabalho na oficina da mente, eles também vão se fortalecer e estender.
Entretanto, a sua ação vai espalhar a revolta, o medo, a inveja, o ciúme, o egoísmo. Vai recobrindo o seu emissor e tudo à sua volta com uma energia densa, pesada e sombria.
Os dois textos que você pode ler em seguida dão a exata dimensão da necessidade que existe em não deixar a hora vazia. É preciso, sem dúvida, cuidar e manter sempre a oficina da mente atarefada com pensamentos elevados, dignos, produtivos e alegres.
Noemi C. Carvalho
Mente ocupada no serviço é proteção contra o mal.
“Conta, Terezinha Pousa Paiva, que certa vez, quando estava no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, chegou uma mulher bem-vestida e elegante, demonstrando tratar-se de pessoa bem situada socialmente.
Contudo, seu olhar vagava, às vezes, perdido, demonstrando uma certa alienação mental. Essa mulher, aproximando-se do Chico, pediu-lhe uma orientação.
E, ele, atendendo-a, relatou a seguinte história:
“Havia uma mulher, que tinha vários perseguidores, que a molestavam constantemente, nunca a deixando em paz. Aconteceu que essa mulher, por orientação de alguém, passou ao trabalho, de manhã à tarde, durante todos os dias da semana, inclusive nos feriados, fins de semana e dias santos, confeccionando roupas para os desvalidos.
De vez em quando, seus perseguidores compareciam ao local de seu trabalho, a fim de verificarem se ela ainda continuava trabalhando, ou se já o havia abandonado, na intenção de retomar a possessão. Mas encontravam-na sempre nas tarefas, com a mente toda ocupada no serviço.
E o tempo corria.
De quando em quando, um dos perseguidores convidava os outros:
– Como é, pessoal, vamos ver como está a fulana?
E quando lá chegavam, encontravam-na sempre no trabalho.
E assim fizeram por várias vezes.
Escoaram-se dez anos. Seus obsessores, ao se aproximarem, mais uma vez, constataram que ela permanecia fiel ao trabalho e ao compromisso assumido, com a mente absorvida no capricho da agulha e das ideias renovadas.
Um deles, adiantando-se, falou:
– Essa não tem jeito, não! Desistamos! Deixemo-la, rapazes! Vamos embora!
E lá se foram e nunca mais voltaram…
Esta história, é um alerta para o cuidado que temos que ter com a hora vazia.”
Weimar Muniz de Oliveira – no livro “Chico Xavier – Casos Inéditos”
Hora vazia, perigo à vista.
“Cuidado com a hora vazia, sem objetivo, sem atividade.
Nesse espaço, a mente engendra mecanismos de evasão e delira.
Cabeça ociosa é perigo à vista.
Mãos desocupadas facultam o desequilíbrio que se instala.
Grandes males são maquinados quando se dispõe de espaço mental em aberto.
Se, por alguma circunstância, surge-te uma hora vazia, preenche-a com uma leitura salutar, ou uma conversação positiva, ou um trabalho que aguarda oportunidade para execução, ou uma ação que te proporcione prazer.
O homem, quanto mais preenche os espaços mentais com as ideias do bem, mediante o estudo, a ação ou a reflexão, mais aumenta a sua capacidade e conquista mais amplos recursos para o progresso.
Estabelece um programa de realizações e visitas para os teus intervalos mentais, as tuas horas vazias, e te enriquecerás de desconhecidos tesouros de alegria e paz.
Hora vazia, nunca!”
Joanna de Ângelis, no livro “Episódios Diários”, psicografado por Divaldo P. Franco
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