
Uma palavra amorosa para todas as dúvidas.
A trajetória da vida de São Francisco foi traçada pelo amor ao Criador e a toda a Sua criação. Foi uma vida de devoção aos ensinamentos e aos caminhos indicados por Jesus, com quem já havia convivido em outros tempos.
Seu coração amoroso e gentil congregava todos aqueles que queriam partilhar de sua visão caridosa e pacífica da vida. Os frades que a ele se uniram recorriam sempre ao irmão Francisco para que as suas dúvidas e os questionamentos encontrassem respostas serenas e seguras.
Foi assim que, certa vez, Frei Sabatino, perguntou a Frei Francisco, como conta Miramez¹:
“- Pai Francisco o que é o Amor?
Francisco de Assis redarguiu com alegria, sob o beneplácito da virtude que ele tanto amou, desfrutando deste ambiente divino da sua própria conquista:
– Meus amados filhos!… Esta pergunta do nosso irmão Sabatino nos lembra sobremaneira do nosso Divino Mestre, em todas as Suas diretrizes quando estagiou na Terra, porque Ele foi a personificação do Amor. Ele é o Amor!
Devemos deixar bem entendido que o Amor tem ramificações variadas nas suas sequências de luz, mas a sua missão é libertar o homem e conduzi-lo para Deus, despertar todos sentidos das criaturas, de maneira que todos os seres humanos possam compreenda melhor a vida, conhecendo a si mesmos.
O Cristo, em três anos, descortinou o Amor, mas a distância evolutiva entre Ele e nós é tão grande, que precisaremos de vários séculos para compreendê-lo e começar a vivê-lo.
Se tudo se fizer sem Amor.
Se esta comunidade se desprender de todos os bens terrenos e não tiver Amor nada terá feito perante os nossos compromissos com os Anjos que nos cercam.
Se somente pensar nas coisas boas, sem fazer o mal a alguém, se não tiver Amor, nada terá realizado, no percurso das nossas exigências.
Se trabalhar dia e noite, e o que ganhar, doar aos que sofrem, se não tiver Amor, nada terá feito na conquista da verdadeira paz.
Se fizer jejum, quase todos os dias, em favor do bem-estar da coletividade, se não tiver Amor, na verdade vos dizemos, que nada terá feito para o bem das criaturas.
Se andarmos com uma só túnica, com somente um par de sandálias, desprezarmos os bordões, e não tivermos onde reclinar as cabeças, se não tivermos Amor, ficaremos todos como éramos antes, quando nada fazíamos.
Se orarmos dia e noite em favor de todas as criaturas de Deus, com toda a piedade que o sentimento possa expressar, se não tivermos Amor, nada teremos feito para aliviar e confortar os nossos irmãos.
Se desenvolvermos o dom de curar todos os enfermos e curá-los sem a presença do Amor, essa cura tornar-se-á mera vaidade, será uma cura morta, porque somente o Amor é vivo e dá vida, por ser proveniente da Vida Universal.
São Francisco pede auxílio para guiá-lo no caminho do amor.
Peço a todos que aqui me ouvem que me ajudem a compreender o Amor e a consertar as minhas faltas no exercício do Amor, colocando esse meu Amor equivocado nas bênçãos da disciplina, para que o Cristo me visite e me ajude a amar.
Peço a todos vós, companheiros que sabeis amar, que me façais essa caridade. Prendei-me, e mesmo me amarrai quando necessário, para que eu compreenda o valor do Amor para com Deus e o próximo.
O Amor é paz, o Amor é entendimento, é Caridade em todos os seu aspectos de educação e de sabedoria.”
Miramez
Referências
1 – Miramez, no livro “Francisco de Assis”, psicografado por João Nunes Maia
Fernando Miramez de Olivídeo nasceu na Espanha. Em 1649 chegou ao Brasil e se dedicou a aliviar os sofrimentos físicos e espirituais dos indígenas e dos escravos com quem convivia.
Tornou-se guia espiritual de João Nunes Maia (1923 – 1991), com o qual se identificou numa reunião na União Espírita Mineira (UEM).
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