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O amor pode se tornar um vício?

casal beijando-se ardentemente sob um cachoeira com uma luz dourada os iluminando

As diversas faces do amor.

Existem questões complexas e profundas sobre a natureza do amor, mas será que esse sentimento pode se tornar um vício?

Existe uma dualidade que oscila entre o amor e a dependência.

O amor, certamente, traz momentos de profunda alegria, nos torna mais sensíveis e isso nos leva a ser pessoas melhores. Quem ama, cuida e coloca o bem-estar do ser amado acima de tudo.

E, além disso, o amor nos leva a ter gestos fraternos também para com aqueles que não conhecemos, oferecendo apoio e solidariedade, em ações de caridade para com os nossos irmãos de jornada.

Mas pode o amor se tornar uma dependência, se transformar em necessidade, deixando uma sensação de vazio e insatisfação quando não o sentimos presente?

O que fazer para o amor não se tornar um vício?

Com relação a este assunto, Hammed*, assim começa o texto da oração intitulada “Ante o vício da paixão”:

“Jesus, ensina-nos a entender a diferença entre dependência e amor.

Sei, Mestre Querido, que o amor não termina, nós é que nos transformamos; e, por consequência, mudamos nossa visão sobre o mundo e as pessoas.

Senhor Jesus, como pode o amor — o mais nobre dos sentimentos — nos fazer mal?

Como alguém pode agir sobre nós tal qual uma droga, um alucinógeno que nos exalta e, ao mesmo tempo, nos arrasa?

Como dosar ou utilizar na proporção certa a inclinação amorosa?

São essas dúvidas cruéis que nos rodeiam a mente e nos fazem às vezes sentir vontade de desistir da busca: tudo nos parece sem importância, não conseguimos avançar, não vemos com otimismo o futuro.

Precisamos fazer a distinção entre amor e paixão.

Hammed traz um esclarecimento muito importante. É preciso fazer uma distinção entre o amor e a paixão.

A paixão, sem dúvida, traz uma repentina sensação inebriante, mas também se esvai com a mesma rapidez, deixando um ansioso sentimento de insatisfação, a necessidade urgente de preencher de novo aquele vazio que se fez na nossa existência, para que ela volte a ter sentido.

Na verdade, alimentamos uma dependência emocional, ficamos como que viciados por aquela sensação de apaixonar-se.

E, além disso, esperamos que outro seja a fonte eterna de nossa alegria, ou então, saímos em busca de novas paixões.

O mentor espiritual prossegue nos auxiliando nesse entendimento:

“Hoje sabemos, Mestre, que nosso amor não é maduro, e sim uma dependência psíquica. Somos viciados na “emoção do enamoramento” e na sensação de felicidade que ela nos proporciona; consequentemente, sempre esperamos do “bem-amado” a fonte da alegria de viver, o que nos torna seduzidos e cativos.

Parece, Divino Amigo, que sem “um amor” nos assemelhamos a criaturas que não sabem nadar, buscando freneticamente um tronco flutuante para não se afogarem.

A paixão é um prazer que nos causa agonia, mas essa mesma agonia nos dá prazer. Isso é o paradoxo da paixão — é a etiologia dos diversos tipos de dependência.”

Quando buscamos o amor como substituto da autoestima.

Entretanto, não é somente a sensação prazerosa da paixão que nos leva a uma busca insensata por um sentimento efêmero e inconsistente.

Mais uma vez, Hammed nos alerta sobre outra faceta que não é saudável nos relacionamentos. Trata-se da baixa autoestima, quando procuramos alguém que nos complete por não nos acharmos suficientes.

O autor espiritual fala, então, sobre esse viés que pode ocorrer numa relação, e que não reflete a verdadeira essência do amor:

“Jesus, socorre nosso amor!

Na Terra somos muitos os viciados em relacionamentos. Essa condição, que supostamente alivia a dor de uma realidade intolerável — a de não se amar e não sentir capaz de cuidar de si mesmo – perpetua a compulsão afetiva de “ter sempre alguém por perto” e nos desvia da motivação para recuperar e valorizar a própria vida.

O sentimento afetivo pode nos fazer muito mal quando o objeto de nosso amor tem efeito alucinatório sobre nós, anestesiando-nos e, ao mesmo tempo, causando-nos deslumbramento!”

O pedido de socorro para o amor não se tornar um vício.

Portanto, vemos que este embate entre dependência e amor pode, muitas vezes, nos colocar diante de escolhas difíceis.

Entretanto, é preciso encontrar um equilíbrio saudável em nossos relacionamentos, onde o amor não se vincule ao apego e a cobranças, nem seja um substituto ao nosso autovalor.

A verdadeira felicidade, resultante de um sentimento de amor puro e verdadeiro, se manifesta nos relacionamentos onde prevalecem a harmonia, a gratidão, a confiança, a amizade.

O amor nos completa e permite que os corações envolvidos cresçam juntos criando um laço que nutre e edifica ambos os seres envolvidos.

“Por essas razões, Mestre e Senhor, estamos pedindo-te que nos ajudes a sair deste círculo vicioso, para que, tomando posse de nosso valor pessoal, voltemos a acreditar em nós mesmos, e assim, em breve, possamos amar sem medo de ser rejeitados e abandonados.”

Jesus, socorre nosso amor!”

Vamos refletir e aplicar os ensinamentos trazidos por Hammed para que o amor seja, de fato, a manifestação sublime do sentimento que nunca vai se tornar um vício, mas o caminho do crescimento conjunto rumo à verdadeira felicidade.

Noemi C. Carvalho

Referência

*Hammed, em “Lucidez – A luz que acende na alma”, psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto

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