
A teoria crítica e o esgarçamento dos costumes e tradições.
Lembro de certa noite ter falado, em uma reunião, que os grandes problemas que afetam hoje a humanidade e escondem o verdadeiro sentido da vida nasceram todos eles do consumismo. Apesar de ninguém me contestar, percebi que muitos se calaram pois não queriam “passar recibo” ou, o que é mais comum, não perceber em si os males que analisam nos outros.
Com raízes em escolas filosóficas, a teoria crítica proposta por intelectuais espalhou-se pelo mundo afora, desestabilizando os até então pilares da humanidade, que eram os laços familiares, as tradições culturais e os costumes dos grupos que viviam em comunidade.
O esgarçamento desses vínculos, em conjunto com a pauta progressista, trouxe desamparo e alienamento, tirando o sentido da vida que antes existia. E assim, cada vez mais pessoas tristes e desesperançadas vagueiam pelas nossas cidades.
A quimera coletivista fez surgir pessoas cada vez mais tristes.
Curiosamente, hoje percebemos que os grandes bilionários do planeta, detentores de grandes fortunas e comandantes de gigantescos conglomerados, cada vez mais investem em uma visão de mundo mais progressista, na construção de uma quimera coletivista que força os indivíduos às abstrações sociais, grupos de defesa de temáticos.
Tirando a base que os vínculos de raiz proporcionavam e exacerbando a pressão de temas sociais, as pessoas cada vez ficam mais tristes. E quanto mais as pessoas ficam tristes, mais se sentem perdidas no mundo. Essa sensação cria, então, um vazio interior e elas tentam tapar esses buracos na sua existência consumindo. “Tenta comprar coisas que não precisa, com dinheiro que não tem, para mostrar para pessoas que ela nem conhece uma pessoa que ela não é.”, diz Fernando Conrado.
Nas vitrines das lojas dos shopping centers, das lojas de rua e, hoje em dia, das lojas do comércio virtual podemos observar olhares vazios, perdidos, buscando o sentido de suas vidas.
E dessa forma, quanto mais se consome, mais o capitalismo acaba ganhando dinheiro, ficam cada vez mais ricos. E, por incrível que pareça, o capitalismo acabou devorando a esquerda como um todo, o Marxismo, assim como as outras teorias ditas progressistas.
A verdade é absoluta e não pode ser relativizada.
Dessa raiz bem elaborada com cuidado e esmero, foram construídas diversas narrativas que, através da crítica pela crítica, buscam amoldar a percepção dos grupos para as intenções desejadas.
Uma das técnicas muito utilizadas é a relativização, que busca fazer os pesos se ajustarem às intenções do grupo dominante. Desta prática nasceu, por exemplo, a moral relativa. Ela prega que o que é certo para um pode não ser para outro, dependendo de que lado ele está.
Geralmente, esses relativizam até mesmo o conceito da verdade, o absolutum. A verdade é absoluta, ela independe da matéria que se está discutindo. Aqueles que muito relativizam têm, em geral, a intenção ou necessidade de se proteger, de construir uma narrativa que lhes favoreça, pois o vazio que os habita faz muito barulho, causa muitos medos.
Buscam se adornarem com extravagantes adornos, empanturram suas casas de tecnologia desnecessária, imaginam-se grandes por temer serem pequenos. É assim servir ao consumismo para buscar a felicidade, esquecendo de servir ao grande propósito de encontrar o sentido da vida.
E onde podemos a encontrar a felicidade?
Nós a encontramos no servir, na paz do convívio, na ordem das relações na família, no pertencimento, ao contemplar a nossa finitude frente ao infinito cósmico, na presença de Deus em todos os momentos.
É no sentido da vida que encontramos a felicidade de sentir a vida plena.
José Batista de Carvalho
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