
Um olhar para a janela do passado mostra a origem das faculdades extraordinárias.
Uma situação que muito intriga as pessoas é a habilidade inata de algumas crianças em determinadas áreas, como, por exemplo, na música. Mas o Espiritismo traz respostas a esses fatos surpreendentes ao mostrar a janela do passado.
Em “O Livro dos Espíritos”, por Allan Kardec, uma das obras basilares da Doutrina Espírita, encontramos uma série de questões que buscam responder aos grandes enigmas da existência humana.
Dentre essas questões, a número 219 surge como um convite à reflexão sobre a origem das faculdades extraordinárias presentes em algumas pessoas, que parecem possuir conhecimentos intuitivos em áreas como línguas estrangeiras e cálculos complexos. Mas de onde vêm essas habilidades?
As faculdades inatas têm a sua origem nas memórias do Espírito.
A resposta fornecida pelos Espíritos da Codificação é bastante reveladora: essas faculdades extraordinárias têm a sua origem nas memórias do Espírito.
A Doutrina Espírita esclarece que o Espírito, que é a parte imortal e eterna de cada pessoa, passa por múltiplas encarnações, ou seja, por diversas experiências de vida em corpos diferentes.
Embora o corpo mude a cada encarnação, o Espírito mantém a sua essência, traz a bagagem que acumulou como aprendizado ao longo do tempo.
219 – Qual a origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos, o das línguas, do cálculo, etc.?
“Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas de que ela não tem consciência. Donde queres que venham tais conhecimentos? O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora troque de roupagem.”
“O Livro dos Espíritos”, por Allan Kardec
O progresso da alma abre novas perspectivas de aprendizado.
Desse conceito surge a ideia de progresso anterior da alma.
As habilidades e os conhecimentos manifestados de forma intuitiva em certas pessoas são trazidos do passado, de vivências anteriores que, embora não estejam acessíveis à consciência atual, deixam marcas profundas na personalidade e nas capacidades de cada um.
A compreensão da origem dessas faculdades extraordinárias oferece uma nova perspectiva sobre o aprendizado.
Enquanto algumas pessoas podem parecer “naturalmente talentosas” em uma determinada área, outras podem encontrar maiores desafios nesse processo.
No entanto, é importante destacar que todos os Espíritos estão em constante evolução e têm, portanto, a capacidade de desenvolver novas habilidades através do estudo, do esforço e da dedicação.
A janela do passado aberta pelo Espiritismo também reforça a importância do autoconhecimento.
A Questão 219, de “O Livro dos Espíritos”, certamente apresenta uma visão fascinante da natureza humana. Mas também nos convida a uma reflexão mais profunda sobre a importância do autoconhecimento.
Ao abrir a janela do passado, mostrando a memória do Espírito como resultado de um progresso anterior realizado, o Espiritismo ilumina a compreensão sobre as capacidades intuitivas.
Além disso, reconhecer que carregamos conosco conhecimentos e aptidões adquiridos em vidas passadas, é um convite a explorar nossa jornada espiritual, investigando nossas afinidades, gostos e habilidades naturais.
Podemos, assim, valorizar as lições aprendidas em encarnações passadas e a buscar constantemente o autodesenvolvimento, através do estudo e do aprimoramento pessoal.
E essa busca interna pode nos ajudar a compreender melhor a nossa missão nesta existência, para que possamos direcionar o nosso aprendizado e desenvolvimento pessoal de forma mais consciente.
Que essa reflexão nos inspire a abraçar nossa jornada espiritual com gratidão e sabedoria, em busca de um constante crescimento interior.
Noemi C. Carvalho
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