
Nada do que Deus criou desaparece.
Em épocas de muita confusão e problemas, como são os dias que agora vivemos, ouvimos vez por outra algumas pessoas “profetizarem” o fim do mundo e dos tempos, quando comentam algum fato que desperta comoção e acaba com a tranquilidade.
Mas podemos ficar tranquilos, pois nada do que Deus criou desaparece. Somos eternos, e é justamente em tempos difíceis que a lembrança da imortalidade de nossa alma nos conforta e nos fortalece, para assim enfrentarmos essas horas conturbadas.
Antes de mais nada, esta época que se abre aos nossos olhos manifesta tempos de transformação. Momentos em que devemos nos concentrar em nós mesmos e descobrir o que de fato podemos fazer para sermos agentes de renovação, auxiliando assim a girar a grande roda renovadora que está se movimentando.
Quantas vezes parece que o nosso mundo acaba…
Enquanto muitos lamentam e tecem com críticas o puído tecido da desordem, tenhamos a humildade de nos questionar se os nossos caminhos estão sendo trilhados conforme o mapa inscrito em nossa alma.
Nessa jornada eterna, afinal, onde desfilamos nossa existência, quantos mundos já não acabaram dentro de nós? E ainda quanto devem perecer para que algo de novo possa renascer em nosso coração ?
Nos arroubos de nossas ilusões, quantas vezes o mundo se acabou no fim de um relacionamento quando um amor se desfez , ou na confiança que se partiu em insanas atitudes? Talvez tenhamos achado que tudo se consumiria devido a um acidente ou uma doença, quem sabe?
E na angústia do surdo desespero que grita em nossa alma, muitas vezes achamos conforto na ideia de que o mundo acabará para todos. E que assim, no nada que imaginamos, todas as dores e sofrimentos silenciarão.
Bem viver é viver no bem.
Mas, mesmo quando tudo parece ser o fim, quando achamos que a vida se acaba, eis que descobrimos a eternidade ao abrir os olhos para a vida que surge fora da matéria, no brilho da luz espiritual que revela quem em verdade somos.
E nesse momento, percebemos a existência toda se abrir em nossa consciência. “Revivenciamos” existências inteiras que se autoexplicam ao olharmos nossas ações e as reações que nos ensinam que o bem viver é viver no bem.
É preciso acreditar, portanto, que podemos transformar o mundo com a nossa transformação, ou de outro modo nada estaremos fazendo. E em seguida, no tribunal de nossa consciência, nós nos penalizaremos por aquilo que não fizemos, seja por falta de coragem ou por não nos acharmos capazes.
Os campos espirituais de nossa real morada.
As ações transformadoras só podem ter início nas nossas almas, mesmo que a sociedade duvide e queira permanecer no desvario dos perdidos valores do consumismo.
Ao imaginarmos a vida renovada em nosso mundo, temos que redobrar a atenção nos esforços para a nossa própria regeneração e para a melhoria do ser. Portanto, não podemos deixar que o egoísmo e o orgulho que campeiam livremente capturem nossas atenções e nossos corações.
A verdadeira vida, o nosso reino, não é deste mundo. Aqui estamos estagiando para nos melhorarmos.
Precisamos resolver o que temos que resolver para nos libertarmos de vícios e enganos e assim, um pouco diferentes, podermos nos apresentar melhores na vida em verdade, nos campos espirituais de nossa real morada.
José Batista de Carvalho