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O objetivo da reencarnação e o porquê dos sofrimentos

objetivo da reencarnação

Porque precisamos reencarnar.

A Doutrina Espírita esclarece que “a reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea. Mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo”. E sempre tem um objetivo definido, seja como missão ou como prova para a existência atual.

Ou seja, não é o mesmo corpo que volta a viver. O que seria impossível, uma vez que ele se decompõe, atendendo ao princípio da mortalidade. Mas é o espírito, que é eterno, que volta a ocupar um novo corpo material.

Mas por que essa necessidade de reencarnar, porque não viver apenas a vida como espírito?

Quem responde a essa pergunta é São Luís, em mensagem recebida em Paris, em 1859, que explica o objetivo da reencarnação:

“A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência.

Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos. Assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, e toda preferência, uma injustiça. Mas a encarnação, para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório.

É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores.

Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo.”

As causas para os sofrimentos desta vida.

Para melhor entender a necessidade da reencarnação, conforme explicada por São Luís, e assim compreender o que significa o bom uso do livre-arbítrio e as consequências do mau uso dessa liberdade, Emmanuel nos traz vários exemplos no texto a seguir.

“Fora melhor que não existissem na Terra pedintes e mendigos, na expectativa do agasalho e do pão.
Se é justo deplorar o atraso moral do Planeta que ainda acalenta privação e necessidade, examinemos a nós mesmos, quando nos inclinamos para a ambição desvairada, e verificamos que a penúria, através da reencarnação, é o ensinamento que nos corrige os excessos.

Fora melhor não víssemos mutilados e enfermos, suplicando alívio e remédio.
Se é compreensível lastimar as condições da estância física, que ainda expõe semelhantes quadros de sofrimento, observemos o pesado lastro de animalidade que conservamos no próprio ser e reconheceremos que sem as doenças do corpo, através da reencarnação, seria quase impossível aprimorar as qualidades da alma.

Fora melhor não enxergarmos crianças infelizes, suscitando angústia no lar ou piedade na via pública.
Se é natural comover-nos diante de problemas assim dolorosos, meditemos nos ódios e aversões, conflitos e contendas, que tantas vezes carregamos para além do sepulcro, transformando-nos, depois da morte, em Espíritos vingativos e obsessores.

E agradeceremos às Leis Divinas que nos fazem abatidos e pequeninos, através da reencarnação, entregando-nos ao amparo e arbítrio daqueles mesmos irmãos a quem ferimos noutras épocas, a fim de que nós, carecentes de tudo na infância, até mesmo da comiseração maternal que nos alimpe e conserve o organismo indefeso, venhamos, por fim, a aprender que a Eterna Sabedoria nos ergueu para o amor imperecível na Vida Triunfante.

Terra bendita! Terra, que tanta vez malsinamos nos dias de infortúnio ou nos momentos de ignorância, nós te agradecemos as dores e as aflições que nos ofereces, por espólio de nossos próprios erros, e rogamos a Deus nos fortaleça os propósitos de reajuste e aperfeiçoamento, para que, um dia, possamos retribuir-te, de algum modo, os benefícios que nos tens prodigalizado, por milênios de milênios, através da reencarnação!”

A reencarnação sempre tem um objetivo a ser cumprido.

Não existe, nas dores e sofrimentos da existência, injustiça ou punição indevida. Trata-se de reparação de faltas cometidas, de resgate de excessos e males praticados, que tanto podem ser da atual existência como de causas anteriores.

Portanto, como encontramos em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, se alguém “foi duro e desumano, poderá ser a seu turno tratado duramente e com desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer em humilhante condição; e se foi avaro, egoísta, ou se fez mau uso de suas riquezas, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer pelo procedimento de seus filhos, etc.

Assim se explicam pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre os bons e os maus neste planeta. Semelhante anomalia, contudo, só existe na aparência, porque considerada tão só do ponto de vista da vida presente.”

Reencarnação, o remédio para ajudar a cura.

Contudo, nem todo sofrimento decorre de faltas cometidas. Existe, também a possibilidade de as vicissitudes serem “simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação.”

Geralmente, essas pessoas são naturalmente boas, de alma elevada e de nobres sentimentos. Elas sofrem com resignação as suas dores, somente pedindo a Deus que as ajude a aceitá-las e a suportá-las.

Através das várias reencarnações, ou seja, das diversas existências corpóreas, os espíritos vão eliminado as suas imperfeições. E assim, conquistando adiantamento moral e elevação espiritual, sobretudo quando suportam bem as provações da vida.

As provas que se nos deparam na vida “são o remédio que limpa as chagas e cura o doente. Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à ideia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar.”

“Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados”.

Disse Jesus: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados”. Pode-se entender que aqueles que aceitam o sofrimento e dele tiram um aprendizado de paciência, coragem, força e superação estão, dessa maneira, quitando dívidas passadas. “Suportadas pacientemente na Terra, essas dores vos poupam séculos de sofrimentos na vida futura.”

Quando se encara a vida terrena pelo prisma da vida espiritual, compreende-se que ela é um ponto no infinito. É apenas um momento da vida eterna, cujo sofrimento logo fará parte do passado.

“A certeza de um próximo futuro mais ditoso o sustenta e anima e, longe de se queixar, agradece ao Céu as dores que o fazem avançar. Contrariamente, para aquele que apenas vê a vida corpórea, interminável lhe parece esta, e a dor o oprime com todo o seu peso.

Daquela maneira de considerar a vida, resulta ser diminuída a importância das coisas deste mundo, e sentir-se compelido o homem a moderar seus desejos, a contentar-se com a sua posição, sem invejar a dos outros, a receber atenuada a impressão dos reveses e das decepções que experimente.

Daí tira ele uma calma e uma resignação tão úteis à saúde do corpo quanto à da alma, ao passo que, com a inveja, o ciúme e a ambição, voluntariamente se condena à tortura e aumenta as misérias e as angústias da sua curta existência.”

A partir desses esclarecimentos podemos compreender a importância da reencarnação. Ela tem um objetivo, como parte de um extenso programa de vida que não se limita a esta existência corpórea, mas beneficia o aprimoramento do espírito rumo à sublimidade angelical.

Noemi C. Carvalho

Referências

– “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec – Capítulo IV: Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo
– “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec – Capítulo V: Bem-aventurados os aflitos
– “Estude e Viva”, Emmanuel e André Luiz – psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira

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