
O amor é a reunião de todas as qualidades do coração.
Amor. O que é amor para você? Esta é uma palavra que pode conter inúmeras respostas: o amor pode ser a paixão dos enamorados ou o amor das uniões de longa data; para outros, pode ser o amor entre pais e filhos, o amor da amizade, do animal de estimação; mas pode-se também amar um lugar, uma música ou um artista. E as respostas certamente continuam, trazendo as imagens das relações onde existe ternura, respeito, alegria, boas recordações. Como podemos, então, definir o verdadeiro amor?
O amor também tem uma significação mais profunda. Segundo Neale Donald Walsch, para Deus, ‘na verdade, o amor é tudo que há’. É a emoção fundamental sobre a qual todas as outras se desenvolvem, ou seja, é a base da vida.
Hammed também traz uma conceituação sobre o amor, em seu livro ‘Renovando Atitudes‘, psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto. Ele nos dá, numa verdadeira aula, seu conceito sobre este sentimento, enquanto rememora a trajetória de Paulo de Tarso e cita sua profunda explanação sobre o amor na Carta aos Coríntios.
Assim é que Hammed explica que “quando Paulo de Tarso definiu a verdadeira caridade, deixando implícito ser a ‘reunião de todas as qualidades do coração’, isto é, o ‘amor’, diferenciou-a completamente da prestação de serviços aos outros, da distribuição de esmolas, da assistência social, da ajuda patológica aos dependentes afetivos, de compensações de baixa estima, ou de tudo que se referia a atitudes exteriores, sem qualquer envolvimento do amor verdadeiro.”
A caridade que quer provar algo não é amor verdadeiro.
Hammed continua em sua explanação sobre o que é o verdadeiro amor. Ele salienta que o apóstolo Paulo “reforçou seu conceito acrescentando que: ‘E quando tivesse distribuído meus bens para alimentar os pobres, e tivesse entregue meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso não me serviria de nada’.
Muitas vezes, ‘doamos coisas’ ou ‘favorecemos pessoas’, a fim de proporcionar a nós mesmos, temporariamente, uma sensação de bem-estar, de poder íntimo ou de vaidade pessoal, com o que compensamos nossos desajustes emocionais e complexos de inferioridade.
São sentimentos transitórios e artificiais que persistem entre as criaturas, que, por não se encontrarem satisfeitas consigo mesmas, trazem profunda desconsideração e desgosto. E, supervalorizam-se fazendo ‘algo para o próximo’, para provar aos outros que são boas, importantes e merecedoras de atenção.”
Este trecho traz a lembrança da exortação de Jesus, que diz ‘não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita‘ (Mateus 6:3). Pois aquele que dá somente para se mostrar e agradar aos outros não agrada a Deus.
A autoestima não encontra respaldo nas ações praticadas externamente na esperança que tenham algum efeito interior. Ou seja, é uma ilusão acreditar que praticando uma boa ação vamos nos sentir melhor com nós mesmos. A prática do amor e da caridade são reflexos de uma valorização pessoal já consolidada. Isto é, são ações que surgem quando queremos estender aos outros e com eles compartilhar o bem que já sentimos.
‘Amor-essência’: a Onipresença Divina que habita em tudo.
“Na realidade, caridade é amor, e amor é a divina presença de Deus em nós.”, prossegue Hamed. “Raio com que Ele modela tudo, o amor é considerado a real estrutura da vida e a base de toda a Lei Universal.
É imprescindível esclarecermos que há inúmeras formas de focalizar a caridade, e nós nos reportaremos a ela como o “amor-essência” – energias que emergem de nossa natureza mais profunda: a Onipresença Divina que habita em tudo.
Minerais, vegetais, animais e seres humanos, ao mesmo tempo que vibram também recebem essa ‘vitalidade amorosa’, num fenômeno de trocas incessantes. Um mineral de rocha permanecerá como tal, enquanto a ‘atração’ e a ‘tendência’ de seus átomos e moléculas se mantiverem atraídos e integrados uns aos outros.
Tais ‘atrações’ constituem os primeiros estágios dessa energia do amor nos seres primitivos. Semelhante ‘poder atrativo’ prospera e se movimenta em cada fase da vida, de conformidade com o grau evolutivo em que se encontram os elementos e as criaturas em ascensão.
Observemos a Natureza: propensões, gostos e identificações com as quais se particularizam cada ser do Universo, inclusive a própria criatura humana, são movimentações dessa ‘força de predileção’, nomeada comumente por ‘aspiração amorosa’.”, resume Hammed.
A ‘aspiração amorosa’ se manifesta em todas as formas de energia.
Esta explicação de Hammed nos ajuda a entender todo o poder contido na energia que vibra e atrai semelhantes. Sabemos, também, que esta força exerce sua ação não somente no campo das coisas materiais, mas também na ligação por afinidade dos pensamentos que emitimos e das emoções que sentimos.
Pensamentos e emoções também são manifestações de energia e, portanto, também apresentam essa ‘força de predileção’ a que se refere Hammed. Nisso vemos a importância de mantermos pensamentos e emoções sempre saudáveis, equilibrados, evitando assim que nos liguemos a outros atraídos por uma baixa vibração.
Podemos, desta maneira, entender porque quando não estamos sintonizados numa vibração elevada, quando deixamos que pensamentos de tristeza, raiva, inveja ou qualquer outro de baixa densidade dominem nossa tela mental, acabamos nos sentindo pior. Isto acontece justamente porque atraímos mais energias negativas que se somam às nossas e aumentam nosso mal-estar.
Por outro lado, naturalmente, quando mantemos nossa energia espiritualizada, centrada no bem e no verdadeiro amor, tudo à nossa volta conjuga o mesmo tipo de vibração, o que nos permite manter a serenidade, a alegria e o bom ânimo em qualquer situação que se apresente em nossa vida.
“Concluímos”, resume então Hammed, “ajustando o texto de Paulo ao nosso melhor entendimento: ‘Ainda que eu falasse a língua dos homens e também a dos anjos; ainda que eu tivesse o dom da profecia e penetrasse todos os mistérios; ainda que eu dominasse a ciência e tivesse uma fé tão grande que removesse montanhas, tudo isso não me serviria de nada se não tivesse amor-respeito aos seres humanos’.
O verdadeiro amor, podemos então definir, é o sentimento de benevolência e de respeito, de compreensão e de perdão, o amor incondicional, como nos ensinou o amoroso Mestre Jesus.
Noemi C. Carvalho
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