
No cume de um monte sagrado, ecoou uma palavra de esperança.
No cume de um monte sagrado, Ele se sentou, envolvido pela vastidão do céu azul e pela energia vibrante da terra. Logo, pela vastidão da montanha, ecoaria o seu sermão.
Seu olhar sábio contemplou a multidão de almas que o procuraram, ávidas por uma palavra de consolo, por um raio de esperança.
Ele, o Cristo, sabia que aqueles olhares o buscavam não apenas pela figura humana, mas pelo Espírito luminoso que era.
Bem-aventurados os pobres de espírito.
“Vede”, Ele começou, sua voz serena se espalhando como o bater suave das asas de uma pomba, “os pobres de espírito são bem-aventurados, pois deles é o Reino dos Céus”.
No contexto espírita, entendemos que essa pobreza não se refere à ignorância, mas sim à humildade.
São aqueles que reconhecem o quanto ainda têm para aprender e evoluir, aceitando com gratidão cada oportunidade de crescimento que a vida lhes oferece.
Bem-aventurados os que choram.
“Bem-aventurados os que choram”, continuou Ele, “pois serão consolados”.
O Espiritismo nos ensina que não há dor sem propósito. Cada lágrima derramada é uma semente de transformação, uma chance de purificar nossas almas e nos tornarmos seres melhores.
Na imortalidade da alma, encontramos a certeza de que todas as nossas provações são temporárias e nos servem para alcançar um patamar maior de elevação espiritual.
Bem-aventurados os mansos.
“Bem-aventurados os mansos, pois herdarão a terra”.
O manso, no entendimento espírita, é aquele que, embora provado pela adversidade, mantém a serenidade, a paciência e a benevolência.
É aquele que domina a si mesmo e não permite que a ira e o orgulho governem as suas ações.
Bem-aventurados os que têm sede de justiça.
“Bem-aventurados os que têm sede de justiça, pois serão saciados”.
No Espiritismo, a justiça não é uma vingança divina, mas sim a Lei do Progresso.
Todos nós, como Espíritos imortais, temos a chance de evoluir e corrigir os nossos erros, seja nesta vida ou em outras.
O Sermão da Montanha, a maior bem-aventurança de todas.
A luz do sol se derramou sobre a montanha, iluminando cada rosto, cada coração.
E Ele, o Mestre, continuou a compartilhar as bem-aventuranças, sabendo que aquelas palavras seriam como sementes de luz plantadas nas almas daqueles que o ouviam.
No final, quando a multidão se dispersou e o silêncio voltou a reinar na montanha, Ele olhou para o céu.
Ele sabia que suas palavras iriam ecoar ao longo dos séculos, ajudando a humanidade a trilhar o caminho da evolução espiritual.
E isso, sabia Ele, era a maior bem-aventurança de todas.
José Batista de Carvalho
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