
Explicações e orientações a respeito do sonambulismo.
O sonambulismo é um evento que pode ter implicações médicas, assim como espirituais. Ele acontece com mais frequência nas primeiras horas do sono, e o termo se origina do latim somnus = sono + ambulare = marchar, passear.
Assim, como o próprio nome indica, o sonâmbulo tem atitudes motoras durante o período de sono. Elas podem ser simples, como sentar-se na cama, olhar em volta e falar. Mas em outros casos, a pessoa sonâmbula pode se levantar da cama, ir ao banheiro, sair do quarto, comer, subir ou descer escadas e até mesmo sair de casa. Esses episódios costumam durar, em sua maior parte, de alguns minutos a meia hora.
De acordo com o reumatologista e médico intensivista Dr. José Roberto Pereira Santos, no entender da Medicina o sonambulismo é tratado como uma parassonia, que é um fenômeno físico que acompanha o sono. Ela pode envolver atividade muscular esquelética ou mudanças do sistema nervoso autônomo, ou ambas.
Do ponto de vista espiritual, o Dr. Santos diz que o sonambulismo “é um estado de independência do espírito (emancipação da alma), mais completo do que no sonho, estado em que maior amplitude adquirem suas faculdades. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito.”, como explica ‘O Livro dos Espíritos’, de Allan Kardec.
Por que o sonâmbulo não se lembra do que fez?
Quando a pessoa sonâmbula acorda, seja logo depois do episódio ou pela manhã, ela não tem a lembrança do que aconteceu. “Tal fato”, diz o Dr. Santos, “não tem uma explicação satisfatória pela ciência médica.”
Mas ele ressalta que, de acordo com os esclarecimentos da Doutrina Espírita, no sonambulismo o espírito está na posse plena de si mesmo. Os órgãos materiais, achando-se de certa forma em estado de catalepsia, deixam de receber as impressões exteriores. (‘O Livro dos Espíritos’, questão 425).
O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. (‘O Livro dos Médiuns’, item 172).
No sonambulismo, portanto, o cérebro físico não é envolvido nas percepções do episódio. Quem percebe é o corpo espiritual, e é uma percepção bem mais ampliada do que no sonho, em que as percepções têm a participação do cérebro físico. Como não há registro cerebral das impressões, o indivíduo não se recorda de nada, ao acordar.”, conclui o Dr. Santos.
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Existe relação entre sonambulismo e atividade mediúnica?
O sonambulismo não deve ser confundido com a atividade mediúnica, porque “o sonâmbulo age sob a influência do seu próprio espírito e exprime o seu próprio pensamento, enquanto o médium inconsciente exprime o pensamento de outrem, ou seja, é instrumento de uma inteligência estranha.”, afirma o Dr. Santos.
Segundo ‘O Livro dos Médiuns’, o espírito que se comunica com um médium também pode estabelecer uma comunicação com um sonâmbulo. Por isso é que muitos sonâmbulos veem perfeitamente os espíritos e os descrevem com tanta precisão quanto os médiuns videntes. Podem inclusive conversar com eles e transmitir-nos seus pensamentos.
“Nesse caso, pode-se considerar o sonambulismo como uma variedade da faculdade mediúnica, mas não uma mediunidade inconsciente”, explica o Dr. Santos.
Quando é mais comum a ocorrência do sonambulismo?
O sonambulismo é verificado com maior frequência entre crianças, geralmente dos 4 aos 12 anos de idade, sendo que a sua ocorrência diminui a partir dos 15 anos e é mais raro em pessoas adultas, diz o Dr. Santos.
Ele continua: “Não li, até hoje, nenhuma explicação para essa ocorrência, mas com o conhecimento espírita entendemos que nada ocorre por acaso e nenhum atributo da alma (nesse caso o sonambulismo) aparece para prejuízo de alguém.
Acredito que a ocorrência do processo em crianças é uma oportunidade de aprendizado do espírito, na fase infantil da encarnação (em que se encontra mais influenciável aos exemplos e ensinamentos), nos momentos de maior desprendimento espiritual do sonambulismo, em que pode receber instruções e diretrizes dos bons espíritos para uma melhor evolução.”
As pessoas sonâmbulas podem correr riscos?
Existem riscos para as pessoas durante o estado sonambúlico, podendo ocorrer acidentes como quedas de janelas e de escadas, ou acidentes com objetos pontiagudos ou de vidro.
Portanto, o melhor é tomar alguns cuidados para garantir a sua segurança, especialmente quando se trata de crianças, porque os pais podem não perceber as suas ‘caminhadas’.
Assim, a orientação do Dr. Santos para esses casos traz algumas sugestões, como:
- evitar o uso de beliches e camas altas
- trancar portas que possam levar as crianças para fora de casa
- fechar ou colocar grades em janelas
- impedir o acesso para escadas
- esconder objetos pontiagudos ou que possam machucar as crianças
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O que mais pode ser feito para proteger as pessoas durante o estado sonambúlico?
Em relação a acidentes trágicos com pessoas sonâmbulas, o Dr. Santos explica que “a ocorrência de traumatismos durante o sono ocorre geralmente em adultos. Nesses casos deve ser afastada a associação com a ingestão de álcool.
Nos casos de crianças é importante recordar que elas são espíritos encarnados com um passado de realizações positivas e negativas.
No momento do sonambulismo, estado em que a alma encontra-se mais emancipada do que no sono, a alma desprendida, caso esteja em consonância vibratória com as regiões espirituais inferiores, pode sofrer maior interferência de espíritos obsessores, através de técnicas hipnóticas, que influenciam o espírito do sonâmbulo no comando da atividade mecânica do seu corpo físico, conforme as suas orientações.
Por isso, devemos recomendar às crianças sonâmbulas e aos seus pais a prática da oração antes do sono, solicitando a proteção dos bons espíritos, bem como uma vivência familiar diária, baseada em uma orientação cristã.
O culto evangélico no lar, qualquer que seja a orientação religiosa da família, é um excelente instrumento de equilíbrio familiar, colaborando de forma positiva para uma melhor ambiência em que vive o sonâmbulo.”, finaliza o Dr. Santos.
Noemi C. Carvalho
Fonte: AME-Brasil (Associação Médico-Espírita do Brasil) – “Sonambulismo: independência do Espírito” – Dr. José Roberto Pereira Santos, membro da AME-Brasil, reumatologista e médico intensivista.
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