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Olá paz, por onde anda você? Alguém sabe me dizer?

um braço estendido com a mão aberta buscando a luz da paz por onde anda a paz

A paz anda onde você a cultivar.

Eu não sei se isso acontece também com você. Mas tem dias que estou bem, tocando a vida, divertida, até choro de rir. E no outro dia dá uma vontade de chorar só por chorar. Nada mudou, tudo está igual, é só aquela sensação de insatisfação, a alma irrequieta, os pensamentos batendo como ondas revoltas. Dá vontade de abrir gavetas, afastar sofás, olhar pela janela, só para ver por onde anda a paz.

Hoje eu estava num desses dias. Então conversei com meu anjo da guarda, pedi para ele me ajudar a ficar bem, me ajudar a entender porque é que eu estava assim: o peito apertado, os dentes cerrados, os olhos pesados, a vontade de nada.

Mais tarde, abri ao acaso o livro de Emmanuel, “Vinha de Luz”, que foi psicografado por Chico Xavier, e li: “Cultiva a paz”.

E, se ali houver algum filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, ela voltará para vós.” Jesus (Lucas, 10:6)

Algumas palavras para lembrete.

O texto começa assim: “Em verdade, há muitos desesperados na vida humana. Mas quantos se apegam, voluptuosamente, à própria desesperação? Quantos revoltados fogem à luz da paciência? E quantos criminosos choram de dor por lhes ser impossível a consumação de novos delitos? Quantos tristes escapam, voluntariamente, às bênçãos da esperança?

Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível trabalhe intensamente no mundo íntimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade Divina e evitando as manifestações de desarmonia, perante as leis eternas.”

Paciência e esperança, estudo e compreensão. Creio que essas são as palavras-chave desse trecho. Claro que muitas coisas na minha vida não estão como eu gostaria – e talvez na vida de alguns de vocês isso pode estar acontecendo também.

Mas o estudo sobre a espiritualidade me fez entender que minha vida não se resume a esta existência. Assim, tudo o que acontece hoje está vinculado a atitudes do passado, encadeando-se na lei de causa e efeito.

Como não temos a lembrança de nossas existências anteriores, o que podemos fazer é procurar entender a mensagem que cada alegria e cada sofrimento desta vida nos traz. E então aceitar que se não está tudo uma maravilha, é porque certamente em alguma ocasião não fomos maravilhosos.

Por isso é que de nada adianta se revoltar com qualquer situação que se apresente, porque ou ela é resgate de débitos ou é um aprendizado necessário para o avanço da nossa jornada evolutiva. E aí entram a paciência – para aceitar o ensinamento e aguardar que se esgote o débito contraído -, e a esperança de que conseguiremos construir dias melhores.

Paciência e esperança, estudo e compreensão.

São Francisco vem nos lembrar: “Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz”.

O texto de Emmanuel continua desta forma, falando de todos aqueles que também querem saber por onde anda a paz que se ausentou de suas vidas: “Todos rogam a paz no Planeta atormentado de horríveis discórdias, mas raros se fazem dignos dela.

Exigem que a tranquilidade resida no mesmo apartamento onde mora o ódio gratuito aos vizinhos, reclamam que a esperança tome assento com a inconformação e rogam à fé lhes aprove a ociosidade, no campo da necessária preparação espiritual.

Para esmagadora maioria dessas criaturas comodistas a paz legítima é realização muito distante. Em todos os setores da vida, a preparação e o mérito devem anteceder o benefício.”

A paz e a felicidade, portanto, pedem que olhemos para os nossos pensamentos e atos, até – e principalmente – os mais inconscientes. Sem dúvida que pode nos parecer muito normal criticar alguém, fazer uma fofoca “sem maldade”, ficar inconformado com as atitudes dos outros.

E então, não há como não se lembrar de São Francisco: “Onde houver houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver discórdia, que eu leve a união.”

E quanto às nossas atitudes? Nós também não atingimos o grau de pureza espiritual que sublima todas as emoções tóxicas. Por isso a dedicação a nos compreendermos como seres espirituais na vida eterna deve ser exercício diário.

Afinal, o autoconhecimento não é coisa de moda passageira, é aquisição para toda a vida. Toda a vida espiritual, ou seja, para esta existência e para as próximas também.

Para que não sejam palavras vazias.

Enfim, Emmanuel reforça a necessidade da disciplina e do esforço para que não só possamos saber onde anda a paz, mas para tê-la sempre ao nosso lado: “Ninguém atinge o bem-estar em Cristo sem esforço no bem, sem disciplina elevada de sentimentos, sem iluminação do raciocínio.

Antes da sublime edificação, poderão registrar os mais belos discursos, vislumbrar as mais altas perspectivas do plano superior, conviver com os grandes apóstolos da Causa da Redenção. Mas poderão igualmente viver longe da harmonia interior, que constitui a fonte divina e inesgotável da verdadeira felicidade.”

Ou seja, mesmo escutando palavras inspiradoras, mesmo conhecendo as felicidades futuras que podem nos aguardar na vida espiritual, liberta de maiores sofrimentos, ainda que saibamos enumerar todas as virtudes morais e espirituais, nada disso poderá trazer a paz e a felicidade que queremos agora para a nossa vida se deixarmos que sejam só palavras e imagens destituídas de sentido prático.

Para isso, precisamos cuidar do nosso universo interior, procurando as formas de manter o equilíbrio e a harmonia, confiando nas leis divinas e mantendo a esperança de que teremos sucesso na nossa empreitada de evolução e desenvolvimento pessoal, consubstanciando nosso conhecimento em cada momento, em cada palavra e e em cada gesto do nosso cotidiano.

A paz anda por onde nós andamos.

A paz do mundo começa em nós, e a nossa paz interior vem do manancial inesgotável que é a paz de Deus. Quando nós estamos em paz, quando carregamos a paz divina em nós, ela irradia e alcança aqueles que estão abertos e em sintonia para recebê-la. E por outro lado, ainda que o outro não aceite essa paz, essa energia divina não será perdida, retornando para nós.

Do mesmo modo, a paz de Deus vem até nós, e cabe a nós aceitá-la, abraçá-la calorosamente e incorporá-la à nossa vida. Pois, caso contrário, ela voltará à sua origem celestial.

“Porque se o homem ouve a lição da paz cristã sem o propósito firme de se lhe afeiçoar, é da própria recomendação do Senhor que esse bem celestial volte ao núcleo de origem como intransferível conquista de cada um.”, adverte, ao final, Emmanuel.

Queremos que haja paz em nós, ansiamos que haja paz no mundo, mas ela só tem um lugar para começar: em cada um de nós.

Noemi C. Carvalho

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